Passado
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255. |
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- | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: -------. ''Filosofia grega - uma introdução''. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 13. | + | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: -------. '''Filosofia grega - uma introdução'''. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 13. |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255. |
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+ | : "Aqueles que querem [[prever]] o [[futuro]] precisam primeiro [[conhecer]] o [[passado]]...razão pela qual os [[videntes]] e [[magos]] [[celtas]] começavam suas [[profecias]] sondando os [[tempos]] de outrora, não o [[futuro]]. Sua [[experiência]] e [[aprendizado]] lhes proporcionavam um "[[conhecimento]] acurado da [[raça]] [[divina]]", que eles utilizavam como base para suas [[previsões]]" (1). | ||
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+ | : (1) HOOD, Juliette. "Nosso passado é nosso futuro". '''O livro celta da vida e da morte'''. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 84. | ||
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+ | : "A [[noite]] é o [[passado]] do que se dando se retraiu. O [[presente]] é o [[desvelamento]] do que se velou. O [[passado]] é o desvelado do que se velou. [[Latência]]. Por isso, o [[futuro]] é [[sempre]] o [[desvelamento]] do que no [[passado]] se velou e torna [[possível]] o [[presente]] sem o qual não pode haver [[futuro]]. [[Latência]] e [[patência]]. [[Ser]] [[sendo]] no ter sido e no [[vir a ser]]. [[Destino]] do [[humano]], de todo [[ser humano]]" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: ------. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259. | ||
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+ | : "Já o [[filósofo]] Sêneca vai conferir especial [[valor]] ao [[tempo]] [[passado]]. Mas por que o [[tempo]] [[passado]]? Porque para o [[filósofo]], o [[tempo]] [[passado]] é o único que se encontra na ordem da [[vivência]]. Na divisão temporal de Sêneca, o [[presente]] é breve e fugidio; o [[futuro]], demasiado duvidoso e o [[passado]], a única [[certeza]]" (1). "O [[tempo]] [[presente]] é brevíssimo, tanto que a alguns parece não [[existir]], pois está [[sempre]] em [[movimento]]; flui e precipita-se; deixa de [[ser]] antes de vir a ser" (2). | ||
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+ | : (1): GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. '''A Poética do Tempo'''. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, '''Coleção Pensamento Poético, 5''', 2013, p.32. | ||
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+ | : (2) SÊNECA.'''Sobre a brevidade da vida'''. Tradução de William Li. São Paulo: Nova Alexandria, 1993, p. 39. | ||
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+ | : "No [[espaço]] da [[memória]] o [[tempo]] não fica confinado a um [[eterno]] [[passado]], como acredita o senso comum. [[Memória]] também é [[futuro]], como nos diz o [[texto]] de [[Rosa]]" (1): | ||
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+ | : "A [[memória]] nem mesmo sabe andar de costas: o que ela quer é passar a [[olhar]] apenas adiante" (2). | ||
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+ | : (1): GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. '''A Poética do Tempo'''. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, '''Coleção Pensamento Poético, 5''', 2013, p. 48. | ||
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+ | : (2): ROSA, Guimarães. '''Ave, palavra'''. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 265. |
Edição atual tal como 23h28min de 8 de Outubro de 2022
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1
- "Se o passado fosse só o passageiro, o que em um tempo foi, depois desapareceu e não é mais, não haveria memória nem a possibilidade de inconsciente. Este também não pode ser confundido com a vigência do passado, porque não se pode reduzir o ser ao conhecer ou não conhecer, isto é, daquilo que ainda não se tem consciência" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255.
2
- "O Pensamento é um passado tão vigente que sempre está por vir. Qualquer esforço da Filosofia não deixa de ser um esforço do e pelo Pensamento. E por quê? Porque nenhum esforço filosófico, em qualquer hora, tanto outrora como agora, pode dispensar a força de futuro do Pensamento no passado. Por isso também toda a Filosofia vive de pensar a História da Filosofia" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: -------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 13.
3
- "Entendemos por passado o que passou, o que deixou de ser e se desvaneceu no passageiro, na inconsistência do aparente. Para nós, em nosso viver superficial e circunstancial, o passado é o que se retirou e adentrou em uma noite onde tudo deixa de ser. O passado é uma grande noite na qual, parece, todos os gatos são pardos. A noite nos traz o silêncio absoluto e a ausência de vozes, cores, luzes, vida. Ela recolhe todas as diferenças assim como a morte recolhe todos os viventes, tornando-se a morada das almas. É a grande noite eterna e enigmática, de onde não se volta e todas as vivências, e tudo que elas produzem, marcam nossa vida com todos as suas consequências e marcas circunstanciais se reduzem à lembranças em um processo contínuo de esquecimento. O passado é o que passou e não volta mais. Vive tudo da e na saudade. A noite é o grande abismo da anulação das diferenças.
- Tudo isto é muito repetido e proclamado. E o que damos e acreditamos como verdade é uma grande e banal falsidade. Basta dizer que por detrás de tudo há sempre um destino, tendo como fonte inesgotável um genos originário" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 255.
4
- "Aqueles que querem prever o futuro precisam primeiro conhecer o passado...razão pela qual os videntes e magos celtas começavam suas profecias sondando os tempos de outrora, não o futuro. Sua experiência e aprendizado lhes proporcionavam um "conhecimento acurado da raça divina", que eles utilizavam como base para suas previsões" (1).
- Referência:
- (1) HOOD, Juliette. "Nosso passado é nosso futuro". O livro celta da vida e da morte. Trad. Denise de C. Rocha Delela. São Paulo: Editora Pensamento, 2011, p. 84.
5
- "A noite é o passado do que se dando se retraiu. O presente é o desvelamento do que se velou. O passado é o desvelado do que se velou. Latência. Por isso, o futuro é sempre o desvelamento do que no passado se velou e torna possível o presente sem o qual não pode haver futuro. Latência e patência. Ser sendo no ter sido e no vir a ser. Destino do humano, de todo ser humano" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Passado". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 259.
6
- "Já o filósofo Sêneca vai conferir especial valor ao tempo passado. Mas por que o tempo passado? Porque para o filósofo, o tempo passado é o único que se encontra na ordem da vivência. Na divisão temporal de Sêneca, o presente é breve e fugidio; o futuro, demasiado duvidoso e o passado, a única certeza" (1). "O tempo presente é brevíssimo, tanto que a alguns parece não existir, pois está sempre em movimento; flui e precipita-se; deixa de ser antes de vir a ser" (2).
- Referências:
- (1): GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. A Poética do Tempo. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, Coleção Pensamento Poético, 5, 2013, p.32.
- (2) SÊNECA.Sobre a brevidade da vida. Tradução de William Li. São Paulo: Nova Alexandria, 1993, p. 39.
7
- "No espaço da memória o tempo não fica confinado a um eterno passado, como acredita o senso comum. Memória também é futuro, como nos diz o texto de Rosa" (1):
- Referências:
- (1): GUIDA, Angela. "Tempo I - Que é Isto o Tempo". In:---. A Poética do Tempo. Rio de Janeiro, Editora Tempo Brasileiro, Coleção Pensamento Poético, 5, 2013, p. 48.
- (2): ROSA, Guimarães. Ave, palavra. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 265.