Humanismo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Machado de Assis e a identidade Brasileira". In: ------. ''Tempos de Metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 202 e 203.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Machado de Assis e a identidade Brasileira". In: ------. ''Tempos de Metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 202 e 203.
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: "Todo [[humanismo]] é uma [[entificação]] do [[ser]]. A [[crítica]] dos [[humanismos]] é a tentativa de tirar do [[esquecimento]] o [[sentido]] verbal do [[amar]], reinstalando a [[questão]] do [[sentido]] do [[ser]]. Este vigora sempre no [[sendo]] verbal" (1).

Edição de 13h35min de 19 de Abril de 2018

1

"Em seu processo de elaboração, o Ocidente aciona a integração das possibilidades humanas numa estrutura que submete a seu serviço todas as estruturações possíveis da humanidade. A vida desta estrutura é a força da igualdade. No movimento de sua tendência absorvente, a estrutura ocidental se impõe como a única integração humana possível. É o humanismo. A sua verdade é una,a universal, necessária. No Cristianismo está a verdade do crer, na ciência, a verdade do saber, na técnica a verdade do fazer. O agenciamento do humanismo é a História da funcionalidade, que atinge hoje o paroxismo de suas virtualidades. Pois o que vale são as funções. Tudo que preencher a mesma função se equivale. Na procura da função universal se concentram todos os esforços da modernidade" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar I. Teresópolis: Daimon, 2008, p. 223.

2

Emmanuel Carneiro Leão identifica a própria história do ocidente com a metafísica, uma metafísica que é o próprio humanismo. Diz ele: "O agenciamento do humanismo é a História da Metafísica, que atinge sua plenitude no Espírito Absoluto" (1).


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a pensar. Petrópolis: Vozes, 1977, p. 252.

3

O mito do homem é a estrutura fundamental da cultura ocidental, daí a vigência do humanismo. Mas se a metafísica nos levou aos humanismos, a arte nos faz pensar o humano do homem. E isso não é humanismo, porque não se funda no homem, como nos mostra o mito de Édipo. Nele, exatamente, se dá a tensão entre a afirmação do humanismo e o que já desde sempre está para além do que o homem pode fazer e não fazer. Quando Édipo arranca os olhos, fonte do saber do homem, e afirma o não-saber e com ele advém a sabedoria, esta é que o torna humano. A arte manifesta esse humano, o que nos redime de todo humanismo. Ser homem humano é deixar que a sua afirmação se afirme não pela afirmação da sua vontade, mas pela aceitação ativa do destino, como fonte da sabedoria e da liberdade.


- Manuel Antônio de Castro


4

Todo humanismo é um paradigma teórico-canônico do ser humano e da realidade que tenta, em vão, determinar totalmente em seu acontecer histórico. Se antes se julgava que o ser humano, pelas regras da razão lógica, estava preso ao determinismo religioso e social, tratava-se de libertar o ser humano dessa prisão. A receita de realidade, intervencionista e, aparentemente, libertadora, nada mais fez do que inventar um outro paradigma dentro do mesmo cânone da essência entitativa, conceitual.


- Manuel Antônio de Castro


5

"O antropocentrismo toma dois sentidos. Por um lado, retomando a tradição clássica, reinaugura o humanismo, mas um humanismo que descobriu a subjetividade e, por isso mesmo, se oporá à emergência dos Estados Nacionais, que se baseavam no particular. Já o humanismo tem exatamente como base o sentido universal do humano, independentemente de religiões, nacionalidades e línguas...O outro sentido do antropocentrismo se fará presente pela afirmação da razão no lugar da , como paradigma da verdade: é a ciência. A ciência busca o universal através da objetividade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Machado de Assis e a identidade Brasileira". In: ------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 202 e 203.


6

"Todo humanismo é uma entificação do ser. A crítica dos humanismos é a tentativa de tirar do esquecimento o sentido verbal do amar, reinstalando a questão do sentido do ser. Este vigora sempre no sendo verbal" (1).
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