Filosofia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 12h10min de 17 de Novembro de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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“A filosofia é o corresponder ao ser do ente. Mas ela o é somente então e apenas quando esta correspondência se exerce propriamente e assim se desenvolve e alarga este desenvolvimento. Este corresponder se dá de diversas maneiras, dependendo sempre do modo como fala o apelo do ser, ou do modo como é ouvido ou não ouvido um tal apelo, ou ainda, do modo como é dito e silenciado o que se ouviu” (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "Que é isto - a filosofia?". Trad. Ernildo Stein. In: --------. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 20.


Ver também:
*Silêncio
*Sentido

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"A filosofia não é, pois, uma disciplina de ensino que se pudesse adquirir à maneira de conhecimentos técnicos ou por meio de um treinamento especializado. Mas também não é ciência pura cujos teoremas pudessem ser axiomatizados ou vir um dia a serem aplicados com vantagem. A filosofia é um modo de ser tão radical que nem sente necessidade de renunciar ao útil e identificar-se com o inútil" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a Pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 180-1.


Ver também:

3

"O radical phil se encontra em várias formas do verbo, substantivo, adjetivo. Corresponde ao pronome noos, cognato do latim suus. Designa de per si a qualidade e ação de próprio, de apropriar-se e ser próprio. Em Homero (Od. i, 233, II. 3, 31), philos significa próprio. Mas o que é próprio, propriedade e apropriar-se? Esta é a pergunta que faz o filósofo. Próprio e propriedade são um conjunto de condições estruturais que se tornou estável por se ter desenvolvido e conquistado num processo de apropriação. Assim philo-sophos indica o homem enquanto se conquista determinada atitude, por ele se ter apropriado do sabor de viver. O homem só se empenha por apropriar-se e se lança à apropriação de saber, por já ter sido apropriado pela paixão de viver" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Revista Tempo Brasileiro, nº 130/131, 1997, p. 153.

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"Filosofia é um radical, um visceral compromisso com o real, no sentido de, por parte do homem, autoimpor-se a tarefa de compreendê-lo. E compreendê-lo é, será sempre, transpor-se para a sua gênese, para seu in statu nascendi, que é sua essência, seu tornar-se ou fazer-se" (1).


Referência:
(1) FOGEL, Gilvan. "Vida, realidade, interpretação". In: FAGUNDES, Igor (org.). Permanecer silêncio - Manuel Antônio de Castro e o humano como obra. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2011, p. 99.

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"Curioso é o modo de proceder do filósofo no exercício da filosofia. Ele põe em questionamento uma questão tentando respondê-la numa variedade de níveis e modos. Mas, se bem se analisa, a resposta não passa de uma radicalização e aprofundamento da pergunta. Ao longo de todo o esforço de pensar, o filósofo se faz ouvinte para escutar outras respostas, diferentes e contrárias, que possam vir a enriquecer e desdobrar a questão. É um procedimento não só difícil de encontrar como também penoso de seguir no âmbito da consciência" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Revista Tempo Brasileiro, nº 130/131, 1997, p. 148.


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"A filosofia não é um estado nem um dado na posse de alguns homens, os filósofos. A filosofia se dá sempre que algum homem assume, radicalmente, em seu ser, o vigor do próprio ser. E é somente por isso que Platão coloca o diálogo no caminho de uma meditação sobre o ser e o não ser de tudo que é" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Introdução ao Sofista de Platão". In: ------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis / RJ: Daimon Editora, 2010, p. 218.


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"Perguntamos: Que é isto - a filosofia? Pronunciamos assaz frequente vezes a palavra "filosofia". Se, porém, agora não mais empregamos a palavra "filosofia" como um termo gasto; se, em vez disso, escutamos a palavra "filosofia" em sua origem, então ela soa philosophia. A palavra "filosofia" fala agora através do grego. A palavra grega é, enquanto palavra grega, um caminho. De um lado, esse caminho se estende diante de nós, pois a palavra já foi proferida há muito tempo. De outro lado, ele já se estende atrás de nós, pois ouvimos e pronunciamos esta palavra desde os primórdios de nossa civilização. Desta maneira, a palavra grega philosophia é um caminho sobre o qual estamos a caminho. Conhecemos, porém, este caminho apenas confusamente, ainda que possuamos muitos conhecimentos históricos sobre a filosofia grega e os possamos difundir" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Que é isto - a filosofia. Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Livraria Duas Cidades / Petrópolis / RJ: Vozes, 2006, p. 17.

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"A filosofia grega é uma experiência de Pensamento. Mas não é a única experiência grega de pensamento. Outra experiência grega de Pensamento é o Mito e a Mística. Uma outra, são os deuses e o extraordinário. Ainda uma outra é a Poesia e a Arte. Ainda outra é a Polis e a Politeia. A última, por ser no fundo a primeira experiência grega de Pensamento, é Vida e a Morte, Eros e Thanatos " (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: -------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 11.


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"Que ninguém hesite em se dedicar à filosofia enquanto jovem, nem se canse de fazê-lo depois de velho, porque ninguém jamais é demasiado jovem ou demasiado velho para alcançar a saúde de espírito" (1).


Referência:
(1) EPICURO. Carta sobre a felicidade (a Meneceu). Trad. e Apresentação de Álvaro Lorencini e Enzo Del Carratore. São Paulo: Editora UNESP, 2002, p. 21.


10

"A palavra philosophia diz-nos que a filosofia é algo que pela primeira vez e antes de tudo vinca a existência do mundo grego. Não só isto - a philosophia determina também a linha mestra de nossa história ocidental-europeia. A batida expressão "filosofia ocidental-europeia" é, na verdade, uma tautologia. Por quê? Porque a "filosofia" é grega em sua essência, e grego aqui significa: a filosofia é nas origens de sua essência de tal natureza que ela primeiro se apoderou do mundo grego e só dele, usando-o para se desenvolver" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Que é isto - a filosofia. Trad. Ernildo Stein. São Paulo: Livraria Duas Cidades / Petrópolis / RJ: Vozes, 2006, p. 17.


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"...para Heidegger, a filosofia não é, primordialmente, uma construção de conhecimento, é uma experiência de pensamento, do mesmo nível ontológico da religiosidade, da mitologia, da poesia, da vida e da morte e de toda mentalidade, no sentido de todos os processos mentais e não mentais do homem" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 10.
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