Musas
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 20h40min de 6 de janeiro de 2025 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- As Musas não cantam, são o canto e a dança. No entanto, Memória gerou as Musas também como esquecimento... "Força luminosa que são, as Musas tornam o ser-nome presente ou impõem-lhe a ausência... presentificam os deuses configuradores da Vida e nomeiam a Noite negra" (1).
- Referência:
- (1) TORRANO, Jaa. "Introdução". In: Hesíodo. Teogonia. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 26.
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- “O Mundo (Mundus = puro, con-sagrado) é o Canto das Musas, as quais não são senão a teo-cosmo-gânica função do Cantar... as Musas são o Canto Mundificante (teogônico = cosmogônico e con-sagrado) ouvido por si mesmo que o Canta” (1).
- Referência:
- (1) TORRANO, Jaa. "Introdução". In: Hesíodo. Teogonia. Trad. Jaa Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1992, p. 95.
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- “Assim, a música poderia ter alguns sentidos pouco comuns como: o proclamar solenemente a unidade, ou ainda, ser útil à unidade, ou ainda, ser capaz de realizar a unidade” (1).
- “Música diz fundamentalmente o estabelecimento de sentidos a partir da apresentação de si mesma. A música é, assim, em sua substantividade mesma e própria. Dela, a rigor, só se pode dizer que é. A música não admite qualquer formulação predicativa. Ela é a apresentação de si mesma e nesta apresentação se dá o sentido” (2).
- “O sentido é a própria apresentação e reconhecimento da música como música. Aí talvez residir|resida o seu maior encanto, seu maior fascínio e sua maior força. Seu apresentar-se é seu sentido” (3).
- A fim de aprofundar a questão do sentido, confira o ensaio "Télos e sentido" (4), de Manuel Antônio de Castro.
- Referências:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 144.
- (2) Idem, p. 151.
- (3) Idem, p. 152.
- (4) CASTRO, Manuel Antônio de. Télos e sentido. In: Travessia Poética. Internet.
- Ver também:
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- "A vigília do Homem que, refletindo, vem a ser poeta e artista, o leva a defrontar-se com sua trilogia: Esquecimento, sono e Morte, por intermédio do dom da Poesia, a ele outorgado pelas Musas, filhas da Memória. A deusa Memória, ordenadora do Caos, preservando a Verdade do eixo sagrado, surgirá como a medida ontológica do Cosmos, posto que seu atributo é reter o desvelado do qual o Homem participa, dirigindo-o rumo à recordação do essencial, continuamente à espera de ser repensado" (1).
- Referência:
- (1) BEAINI, Thais Curi. A Memória, Medida Ontológica do Cosmos. São Paulo: Palas Athena, 1989, p. 15.
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- Platão trata das Musas e suas diferentes funções no Diálogo Fedro quando fala das Cigarras: 259, c. Em nota de pé de página, a tradutora diz o nome da Musa e sua atribuição, p.85 e 86 (1)
- Musas:
- Urânia, musa da Astronomia e da Matemática.
- Referência:
- (1) PLATÃO. Fedro. 5. e. Trad. Pinharanda Gomes. Texto grego estabelecido por Léon Robin, Paris, Les Belles Lettres, 1966. Lisboa: Guimarães Editores, 1994, p. 85.
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- "Ulisses anunciou o mito aos companheiros. A sua fala é o mesmo mito enquanto anunciado, mas ainda não realizado. Não adianta ter a palavra cantada anunciada, memorizada, se ainda não foi realizada. Ulisses mitifica o que Circe mitificou. O relato de Homero é poético porque o agir de Ulisses é poético. Não podemos esquecer que o poeta é um aedo, isto é, um cantor. E só é poeta/aedo cantor porque canta a Escuta das Musas, ou seja, o canto das Musas/Sereias. E as Musas são as filhas de Zeus e Mnēmosýnē" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ulisses e a Escuta do Canto das Sereias”. In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 174.
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- "A vinda da poesia não é uma decisão do poeta, porque a poesia é o advento e presentificação-doação da fala das Musas, o encontro com o canto divino e encantador das Sereias. Atentemos para a aventura e ventura de Ulisses. Ele quer, decidiu-se pela Escuta, isto é, decidiu-se pela apropriação do próprio" (1).
- Referência: