Cidadania

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h57min de 19 de Abril de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

Tabela de conteúdo

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. A cidadania se funda no ético. E este é o sentido do ser se dando no vigorar da linguagem. Só o ser funda sentido, jamais o fato de ter bens. Tê-los não é por si negativo, pois se eles se prestam a viver dignamente e empenhar-se no penhor do bem, os bens são vistos naquilo que eles são: possibilidades funcionais determinadas pelas possibilidades de consumar o sentido de ser. Os bens devem ser posssibilidades, jamais finalidades em si. Então tornam-se bens poéticos, pois em lugar da posse predomina o desprendimento e renúncia, uma vez que se sabe que todos os bens diante do bem são passgeiros. Ser cidadão é ser o sentido que se tem para ser, porque cada um já tem esse sentido, já o recebeu como próprio. Este é o destino que cada um já recebe ao nascer. Destino são possibilidades poéticas de ser o que já se é.


- Manuel Antônio de Castro


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Mas não há história sem a manifestação do humano como o lugar onde a realidade leva a cabo a manifestação de suas possibilidades. E nessa trajetória sempre nova e criativa da realidade operando no ser humano e este manifestando o que ele recebeu para realizar, possibilidades dadas pela própria realidade, esse ser humano assume sempre novas dimensões. Chamamos cidadania a essas dimensões poéticas. Pensar o humano é pensar a cidadania poética e nesta e por esta é pensar o acontecer da realidade.


- Manuel Antônio de Castro


3

"O grande desafio do modelo democrático de Cidade reside na organização e no funcionamento do Estado de direito e na soberania da lei. A cidadania consiste em subordinar a lei ao direito e o Estado à lei" (1).


Referência bibliográfica:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A questão do modelo democrático". In: -------. Filosofia contemporânea. Teresópolis - RJ: Daimon Editora, 2013, p. 184.


  • Consulte também Polis.


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Mas como se dá essa tensão na globalização entre o presente e o acontecer poético? Esta é uma dimensão da questão da construção ético-poética do homem e do real na globalização, lugar das obras de arte e de pensamento. Nestas acontece a essência da cidadania, pois esta não é ditada pelo social, enquanto algo geral e resultante de um sistema de relações sociais e suas representações. A cidadania é a identidade concreta das diferenças, onde toda igualdade deve ser a otimização para todos de oportunidades de realização diferenciada. Onde vigora a uniformidade não há cidadania, porque ela é a negação concreta de tempo e ser, das diferenças na identidade, que deve ser sempre concreta por fundar-se nessa dialética. Neste horizonte de pensamento, igualdade jamais pode ser identificada com o geral e o uniforme.


- Manuel Antônio de Castro


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"Se olharmos as origens mais remotas do conceito de cidadania, teremos de relembrar o desenvolvimento das cidades-estado gregas, as célebres poleis, entre os séculos VIII e VII a. C. São mais de 2.500 anos de História de um conceito que se transformou radicalmente, e nessa trajetória bem adquirindo contornos dinâmicos e cada vez mais inclusivos e complexos" (1).


Referência:
(1) OSÓRIO, Fábio Medina. "A força da cidadania contemporânea". In: -----. O Globo, p. 3, Quarta-feira, 17-4-2019. O Autor é advogado e ex-ministro da Advocacia-Geral da União.


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"Um conceito moderno, desde o Iluminismo, com a revolução intelectual do século 18, foi aproximando a cidadania dos ideários de igualdade e liberdade, permitindo aos cidadãos participar da construção do coletivo onde se encontram inseridos" (1).


Referência:
(1) OSÓRIO, Fábio Medina. "A força da cidadania contemporânea". In: -----. O Globo, p. 3, Quarta-feira, 17-4-2019. O Autor é advogado e ex-ministro da Advocacia-Geral da União.

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"Na civilização contemporânea, não há dúvida de que todo cidadão deve atuar em prol da sociedade, na defesa dos direitos inerentes à sua condição local e também à ampliação do espectro da cidadania no âmbito internacional. O título de cidadão, além de incluir direitos, também impõe deveres e obrigações. E ninguém ignora que nos dias de hoje a proteção estatal se estende para muito além da rede de cidadania em sentido estrito, dentro do que se pode designar como um estatuto de cidadania universal" (1).


Referência:
(1) OSÓRIO, Fábio Medina. "A força da cidadania contemporânea". In: -----. O Globo, p. 3, Quarta-feira, 17-4-2019. O Autor é advogado e ex-ministro da Advocacia-Geral da União.
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