Sujeito
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→4) |
(→5) |
||
Linha 34: | Linha 34: | ||
== 5 == | == 5 == | ||
: "A [[filosofia crítica]], que iniciou sua [[trajetória]] com [[Descartes]], para chegar ao ponto alto em [[Kant]], é afinal de contas uma [[filosofia]] do [[sujeito]], na [[afirmação]] de sua autonomia e de sua centralidade no [[universo]]. É por isto que ela deveria ser a última a favorecer uma [[alienação]] da [[pessoa]] [[humana]]. E, no entanto, continuando a desenvolver-se, depois de [[Kant]], a [[crítica]] deixou de ser [[crítica]] para tornar-se uma [[especulação]] definitiva e sistemática de um [[mundo]] [[metafísico]] construído [[dedutivamente]] sobre o [[sujeito]]" (1). | : "A [[filosofia crítica]], que iniciou sua [[trajetória]] com [[Descartes]], para chegar ao ponto alto em [[Kant]], é afinal de contas uma [[filosofia]] do [[sujeito]], na [[afirmação]] de sua autonomia e de sua centralidade no [[universo]]. É por isto que ela deveria ser a última a favorecer uma [[alienação]] da [[pessoa]] [[humana]]. E, no entanto, continuando a desenvolver-se, depois de [[Kant]], a [[crítica]] deixou de ser [[crítica]] para tornar-se uma [[especulação]] definitiva e sistemática de um [[mundo]] [[metafísico]] construído [[dedutivamente]] sobre o [[sujeito]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. ''História da Filosofia''. | ||
+ | : Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 6 == | ||
+ | : "A [[crítica]] de [[Kant]] se dirigia ao [[mundo objetivo]] para reivindicar os direitos do [[sujeito]], a [[crítica]] de [[Hegel]] (que por sua vez sucumbiu) e de [[Marx]], ao invés, se dirige ao [[mundo subjetivo]], para reivindicar os direitos do [[objeto]], da [[matéria]], da [[natureza]], contra o [[dogmatismo]] [[alienador]] do [[subjetivismo]]" (1). | ||
Edição de 22h20min de 26 de Outubro de 2019
1
- Na crise do eu (do indivíduo) com sua subjetividade há a tendência de se colocar a questão central ligada à crise do poder da razão, da crise dos valores ético-sociais, pessoais, religiosos etc. Contudo, não se presta atenção a algo que, no fundo, é essencial: o destino. A emergência dessa crise, tanto maior do sujeito quanto mais profunda, mostra que ela está no fato de que o sujeito se afirma - pessoal, histórica e socialmente - na medida em que tem a pretensão de construir seu destino. Ora, isso é o que hoje em dia mais evidencia a sua crise. E a questão tanto mais cresce quanto mais a genética avança. E é aí que se dá o combate entre ciência e ser, próprio e sistema, conhecimento e sabedoria, técnica e poíesis. Qual o sujeito que emerge da genética? Não se afirma cada vez mais que cada ente é uma autopoiese? E ela não é para o ser humano o seu próprio?
2
- " Auto-dialogar é apropriar-se do que é próprio na e a partir da linguagem. De maneira alguma se reduz a algo subjetivo, pois este trabalha somente no horizonte da epistemologia, dentro da qual se pode afirmar um sujeito numa correlação com um objeto. Portanto, no auto-diálogo não há uma relação entre sujeito e objeto, atitudes e posições necessárias para algo ser aclamado e proclamado de científico. Auto-dialogar é manifestar as nossas possibilidades de ser o que somos enquanto seres humanos lançados desde que nascemos e por nascermos em nossa condição humana, no ser-tão, no ser, no mundo, um mundo sempre inaugural para aqueles que fazem do viver um aprender e apreender o que já somos como possibilidades" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Pacto: a poética do amor". In: --------. www.travessiapoetica.blogspot.com, 2017.
3
- "O ser humano, desde Édipo - o mito imemorial que pensa o humano no que lhe é próprio em sua essência sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de ser o sujeito das suas escolhas e realizações. A Moira sorri, em silêncio, diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a existência, segundo a liberdade fundada na sua vontade. É uma ilusão que custa caro e gera o sofrimento de muitos fracassos inúteis" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.
4
- "O traço fundamental da Modernidade é a fundação do ser humano como sujeito, enquanto este sujeito é o exercício da razão. Ao se construir e ao construir racionalmente a realidade, fundando as ciências, algo imemorial no ser humano foi confrontado: a sua memória mítica. A compreensão do ser humano a partir dos mitos foi considerada i-lógica, frente à concepção lógica (racional)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.
5
- "A filosofia crítica, que iniciou sua trajetória com Descartes, para chegar ao ponto alto em Kant, é afinal de contas uma filosofia do sujeito, na afirmação de sua autonomia e de sua centralidade no universo. É por isto que ela deveria ser a última a favorecer uma alienação da pessoa humana. E, no entanto, continuando a desenvolver-se, depois de Kant, a crítica deixou de ser crítica para tornar-se uma especulação definitiva e sistemática de um mundo metafísico construído dedutivamente sobre o sujeito" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia.
- Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.
6
- "A crítica de Kant se dirigia ao mundo objetivo para reivindicar os direitos do sujeito, a crítica de Hegel (que por sua vez sucumbiu) e de Marx, ao invés, se dirige ao mundo subjetivo, para reivindicar os direitos do objeto, da matéria, da natureza, contra o dogmatismo alienador do subjetivismo" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES ofm, Dom Cláudio (Hoje Cardeal). "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia.
- Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964.