Ontológico
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''' “[[Heidegger]] e as [[questões]] da [[arte]]”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]] em [[questão]]: as [[questões]] da [[arte]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 28. ''' |
Edição atual tal como 20h26min de 26 de Dezembro de 2024
1
- "... amar pensando e pensando pôr-se a caminho do amar é sempre um ato ontológico porque poético. Ontológico é todo ato de nosso agir no existir que tem como medida o sentido do amar. Amar é ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 293.
2
- "O ser humano é uma doação da linguagem. Sempre se movendo na linguagem em sua ânsia essencial de ser o não-ser, procura incessantemente o horizonte de seu mistério e presença como escuta de sua fala. A escuta exige de nós uma entrega e caminhada, que se torna uma travessia, um percurso de iluminação. Ela nos leva à fala da sua escuta para melhor escutá-la. É quando a palavra se torna o vigor de seu desvelamento e velamento como língua. Porque a palavra é o vigor desse entre que identifica e diferencia fala e silêncio, desvelamento e velamento. E assim surgem algumas das mais importantes reflexões dos pensadores" (1).
- O percurso de iluminação nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para ser. Será, portanto, um percurso ontológico e não meramente temporal ou espacial. O ontológico é o originário de todo espaço e tempo, de toda época. No e pelo ontológico o percurso como caminhada é de mergulho na memória, que a tudo preside.
- Referência:
3
- O pensamento tem um caráter reflexivo, pois este diz um voltar sobre si mesmo e aquilo que em nós origina o pensamento, enfim, no que somos e recebemos para ser, em nossa essência. Diziam os gregos: ousia. A reflexão se dá num processo de mergulharmos no espelho que somos nós mesmos nos vendo, nos conhecendo, nos iluminando. E não será apenas uma iluminação racional, mas ontológica. Será uma reflexão que vai além e aquém do meramente epistemológico e estético, ou seja, mergulha no ontológico. Será tanto um mergulho tanto interior quanto exterior.
- Referência:
4
- Toda plenitude só é plenitude do principiar do princípio, assim como todo rio traz em sua corrente a presença da fonte. Esta ambiguidade poética é que é o tempo circular. A palavra plenitude forma-se de pleno. E esta palavra vem do latim plenus, que significa: cheio, completo, satisfeito. Porém, não podemos reduzir a plenitude a esses atributos acidentais quando se trata do ser que cada um é. Ontologicamente é uma realização plena, completa, inteira, que se dá quando, cada um naquilo que é, encontra o seu pleno e total sentido. É a sua completude. É que sentido então é sentido de ser, plena e completa realização, e não simplesmente a mera ligação às sensações e à satisfação dos sentidos. Estes não estão excluídos da plenitude e da completude, mas jamais podemos reduzi-las às meras sensações sejam sensuais, sejam estéticas, pois, neste caso, reduzir-se-ia o ontológico (Libido essendi) ao epistemológico (Libido sciendi).
5
- Pode o êxtase levar a possuir o silêncio e o vazio, o nada criativo? Miticamente, é a mulher, em seu feminino como possibilidade, a mais completa fonte de prazer e realização do desejar, aquela que atinge e pode levar ao êxtase. Êxtase será então completude, plenitude de realização, eclosão na liberdade. Entendamos, a palavra êxtase se compõe do prefixo latino e grego ex/eks, que tanto pode significar para fora ou fora de, quando diz uma relação espácio-temporal, substantiva, quanto o lançar para fora dos limites, dizendo, então, uma possibilidade ontológica do existir humano. O que está fora dos limites é o livre aberto, a possibilidade enquanto possibilidade, ser. Já o radical -stase diz posição. Êxtase assinala, portanto, ontologicamente, o que está além e aquém da posição. Se posição diz o estar, o êxtase pode abrir-nos para o ser, o que está fora de, além do estado, da posição, ou seja, o nos projetar no livre aberto da libertação essencial. A possibilidade ontológica é a essência da liberdade. Daí advir no êxtase ontológico a completude da liberdade, do livre aberto em que nos podemos projetar e sair dos nossos limites posicionais, substantivos, da nossa finitude.
6
- "Entretanto, como é difícil deixar o amar nos mover e comover! Nesse sentido, amar pensando e pensando pôr-se a caminho do amar é sempre um ato ontológico porque poético. Ontológico é todo ato de nosso agir no existir que tem como medida o sentido do amar. Amar é ser" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 293.
7
- "É que o ontológico diz respeito a todo e qualquer ente (sendo). É nesse horizonte que se coloca a questão da globalização quando se trata do humano de todo ser humano e de toda cultura. Sendo o humano ontológico não pode ficar dependente nem submetido aos recursos e valores técnicos ou valores culturais. O horizonte do valor do humano é o ético" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 19.
8
- "Não é o eu ou o tu que funda o entre ou o logos, porque o logos, essencialmente, é entre-poético-ontológico. Também não há precedência de um sobre o outro, mas uma tensão concreta e poética vigorando no entre, esse entre de ser-humano (“on”) E ser (“einai”)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 29.
9
- "Na memória da physis/ser como poiesis não há dissolução, não há aniquilamento. Há o mistério sempre desafiante da diferença como diferença, ou seja, da identidade não formal nem gnosiológica das diferenças, mas concreta e ontológica" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 24.
10
- "As obras de arte não são atemporais. O que é o tempo para que algo esteja ou possa estar fora dele? As obras de arte vigoram a partir do tempo ontológico, originário, e o manifestam em seu vigor. Ao afirmarem o tempo como questão, vão de encontro aos postulados teóricos, conceituais, reducionistas e ideológicos. E para permanentemente afirmarem as questões" (1).
- Referência: