Paideia
De Dicionário de Poética e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→3) |
(→4) |
||
Linha 30: | Linha 30: | ||
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... ''Tempos de metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 66. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... ''Tempos de metamorfose''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 66. | ||
+ | |||
+ | == 5 == | ||
+ | : "Há uma [[oposição]] [[entre]] [[passado]] e [[futuro]], que hoje se esvai na fluidez de um [[presente]] imediato e [[técnico]], onde [[técnica]] e pesquisa cientÃfica fazem os [[jogos]] das metas como [[progresso]] e [[desenvolvimento]], gerando um [[sistema]] abrangente, que quer transformar os [[seres humanos]] em [[recursos humanos]] e a [[Terra]] em [[recursos naturais]], isto, tanto no [[Ocidente]] quanto no [[Oriente]]. Hoje os [[seres humanos]] são divididos em dois segmentos: os incluÃdos e os excluÃdos. E qual o [[critério]] (forma-se também do [[verbo]] ''[[krinein]]'')? Potenciais [[consumidores]]. Mas o [[consumidor]] decorre da [[formação]] do [[ser humano]] para exercer com [[eficiência]] uma [[função]] no [[sistema]] [[social]] [[global]]. Esse se tornou o cerne da [[Paidéia]]. [[Tudo]] está regido pela [[pesquisa]] e pelo [[progresso]] dos [[conhecimentos]] [[técnicos]]. [[Tudo]] tem que ser reduzido ao [[prático]], [[funcional]], [[útil]], [[estético]], [[técnico]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e CrÃtica". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 130. |
Edição de 22h20min de 2 de Novembro de 2020
Tabela de conteúdo |
1
- "Esta mudança de hábitos e este movimento de se reacostumar da essência do homem com o âmbito que lhe é indicado a cada vez é a essência do que Platão chama de paideÃa. Não há como traduzir esta palavra. Em Platão, de acordo com a determinação de sua essência, paideÃa significa a periagogé holes tes psyches, a guia que conduz para a transformação de todo o homem em sua essência. É por isto que a paideÃa é essencialmente uma transição, e, em verdade, da apaideusÃa para a paideÃa. De acordo como o caráter dessa transição, a paideÃa permanece referida constantemente à apaideusÃa" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 228.
2
- "A força interpretativa da alegoria da caverna concentra-se em tornar visÃvel e cognoscÃvel a essência da paideÃa na plasticidade da história narrada. Em forma de rechaço, Platão quer mostrar também que paideÃa não tem a sua essência em entulhar a alma despreparada com meros conhecimentos, como se faz com um recipiente vazio, que se apresenta arbitrariamente. Contrariamente a isto, a verdadeira formação apanha e transforma a própria alma na totalidade, alocando o homem antes de tudo em seu lugar essencial e com ele acostumando-o" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 229.
3
- "Paideia refere-se à transformação do homem como um todo, no sentido de uma transposição que o readapta de um âmbito do que lhe vem ao encontro de imediato para um outro âmbito, no qual o ente se mostra. Essa transposição só é possÃvel por meio do fato de que tudo aquilo que até o presente momento lhe era natural e evidente e o modo como o era se tornam diferentes. Aquilo que a cada vez se desvela desoculto ao homem e o modo desse desvelamento deve modificar-se. Desvelamento em grego chama-se aletheia, palavra que se traduz por verdade" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A teoria platônica da verdade". In: -----. Marcas do caminho, Trad. Enio Paulo Giachini e Ernildo Stein. Vozes / Petrópolis, 2008, p. 230.
4
- "Com a razão inaugura-se o conhecimento consciente e racional do real. E com ele e a partir dele um novo sistema de valores morais, sociais, polÃticos e econômicos. É a partir deste novo sistema que procura inaugurar uma nova Paideia, a Paideia Humanista" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Metamorfose da narrativa". In: ..... Tempos de metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 66.
5
- "Há uma oposição entre passado e futuro, que hoje se esvai na fluidez de um presente imediato e técnico, onde técnica e pesquisa cientÃfica fazem os jogos das metas como progresso e desenvolvimento, gerando um sistema abrangente, que quer transformar os seres humanos em recursos humanos e a Terra em recursos naturais, isto, tanto no Ocidente quanto no Oriente. Hoje os seres humanos são divididos em dois segmentos: os incluÃdos e os excluÃdos. E qual o critério (forma-se também do verbo krinein)? Potenciais consumidores. Mas o consumidor decorre da formação do ser humano para exercer com eficiência uma função no sistema social global. Esse se tornou o cerne da Paidéia. Tudo está regido pela pesquisa e pelo progresso dos conhecimentos técnicos. Tudo tem que ser reduzido ao prático, funcional, útil, estético, técnico" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e CrÃtica". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 130.