Sófocles

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 24.
:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 24.
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: "[[Ação]] e [[não-ação]]. O [[mito do homem]] acha seu [[sentido]] no [[mito]] do [[real]] na medida em que o [[mito do homem]] se liberta no e pelo [[mito]] do [[real]] para o [[sagrado]] do [[mito]], ou seja, como a [[plenitude]] (''hólos'', em [[grego]]) da [[procura]] do [[agir]] como [[não-agir]], [[não-ver]], [[não-saber]] e [[não-verdade]]. É o que nos diz a [[imagem-questão]] de “furar” os [[olhos]] que [[Édipo]] faz ao final da [[tragédia]]. É um furo que leva a [[ver]] mais fundo: o [[essencial]], o [[silêncio]] e o [[vazio]]. É um furo que, vazando, deixa [[saber]] e [[ver]] o [[não-ver]] e o [[não-saber]]. Isso é narrado dramática e poeticamente por [[Sófocles]] na [[tragédia]] ''[[Édipo em Colono]]''" (1).
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 25.

Edição atual tal como 20h31min de 16 de Novembro de 2020

Tabela de conteúdo

1

"A questão fundamental do itinerário ocidental: o mito do homem e seu destino. Examinemos aquele mito-poético grego onde o mito do homem encontra a sua mais rica formulação: Édipo. Pleno de imagens-questões, a obra de Sófocles e o mito com que a tece, narrativamente entre-tece em suas entre-linhas narrativo-poéticas as questões que desde sempre angustiam e desafiam todo ser humano" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 21.

2

"No fundo, o mito de Édipo, como mito do homem, também coloca a questão fundamental da “Polis” e do exercício do poder. Sófocles desenvolve essa questão tematizando a tensão entre o poder em Édipo Basileus (Rei) e o poder do não-poder em Édipo em Colona. O mito e a arte de Sófocles nos trazem a mais profunda reflexão sobre a questão sempre atual da essência da “Polis” e do exercício do poder, que ela necessariamente implica" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 24.

3

"O mito e a arte de Sófocles nos trazem a mais profunda reflexão sobre a questão sempre atual da essência da Polis e do exercício do poder, que ela necessariamente implica. Essa questão também será um dos temas centrais da obra de Platão, não pelo viés dos políticos e suas demagogias, mas pela junção essencial que há entre saber e poder. Qual novo “Édipo”, Platão vai experimentar a mesma travessia dele. É o que ele nos mostra na “Sétima carta”. Acreditando mais em Platão que em Sófocles, também Heidegger irá amargar as contradições do exercício do poder da Polis. Presente nestes três gênios, o enigma maior da essência do saber e do sentido do agir" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 24.

4

"Ação e não-ação. O mito do homem acha seu sentido no mito do real na medida em que o mito do homem se liberta no e pelo mito do real para o sagrado do mito, ou seja, como a plenitude (hólos, em grego) da procura do agir como não-agir, não-ver, não-saber e não-verdade. É o que nos diz a imagem-questão de “furar” os olhos que Édipo faz ao final da tragédia. É um furo que leva a ver mais fundo: o essencial, o silêncio e o vazio. É um furo que, vazando, deixa saber e ver o não-ver e o não-saber. Isso é narrado dramática e poeticamente por Sófocles na tragédia Édipo em Colono" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 25.