Revelação

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Não há [[clareira]] sem floresta, porém a floresta aparece como floresta na [[medida]] em que se retira e se deixa [[ver]], [[perceber]], [[manifestar]], isto é, vir à [[luz]], iluminar-se, na [[clareira]]. Eis a [[verdade]] como ''[[aletheia]]'': [[revelação]], [[desvelamento]], [[manifestação]] do [[ser]]. Nisso consiste e acontece a sua [[verdade]]. Toda [[revelação]] é uma [[epifania]], pois esta [[palavra]] diz o [[aparecer]], o [[manifestar-se]] do [[divino]], do [[ser]]. Daí o caráter [[sagrado]] da [[verdade]] em grego, ou seja, [[aletheia]].
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: Não há [[clareira]] sem floresta, porém a floresta aparece como floresta na [[medida]] em que se retira e se deixa [[ver]], [[perceber]], [[manifestar]], isto é, vir à [[luz]], iluminar-se, na [[clareira]]. Eis a [[verdade]] como ''[[aletheia]]'': [[revelação]], [[desvelamento]], [[manifestação]] do [[ser]]. Nisso consiste e acontece a sua [[verdade]]. Toda [[revelação]] é uma [[epifania]], pois esta [[palavra]] diz o [[aparecer]], o [[manifestar-se]] do [[divino]], do [[ser]]. Daí o caráter [[sagrado]] da [[verdade]] em [[grego]], ou seja, [[aletheia]].
: - [[Manuel Antônio de Castro]].
: - [[Manuel Antônio de Castro]].
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: "Há através da [[palavra]] uma [[revelação]] da [[verdade]]? A [[palavra]] [[revelação]] articula ao mesmo tempo um sim e um não. Seu prefixo é ambíguo. “Re-“ significa: tirar para trás e, portanto, [[desvelar]], mostrar. E também: tornar a. Logo, tornar a [[velar]], esconder" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em ''Vidas Secas''". In: -----. '''Travessia Poética'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 76.
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: "[[Imagem]] é [[desabrochar]] do [[sentido]] na [[linguagem]], no [[diálogo]], quando o [[humano]] se abre para as [[questões]] e se estabelece como [[tessitura]] de [[corpo]] [[entre]] [[terra]] e [[mundo]]. Tal [[tessitura]], longe de ser o cumprimento de regras e [[conceitos]], de uma [[essência]] prévia, é propriamente a [[essência]] como o [[vigorar]] de um modo [[próprio]] de as [[questões]] se desvelarem no [[ser]] que se destina a cada [[humano]]: a [[verdade]] como [[desabrochamento]]. [[Imagem]], aí, [[é]] [[presentificação]] da [[condição humana]] e, portanto, não uma [[representação]], uma [[explicação]], mas [[doação]] de [[realidade]] em e para [[realizações]], [[fonte]] do [[pensar]]-[[agir]] que se dá no [[homem]]" (1).
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: (1) CALFA, Maria Ignez de Souza. "Imagem". In: -----. CASTRO, Manuel Antônio de (0rg.). '''Convite ao pensar'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 123.

Edição atual tal como 22h07min de 31 de Julho de 2021

1

Não há clareira sem floresta, porém a floresta aparece como floresta na medida em que se retira e se deixa ver, perceber, manifestar, isto é, vir à luz, iluminar-se, na clareira. Eis a verdade como aletheia: revelação, desvelamento, manifestação do ser. Nisso consiste e acontece a sua verdade. Toda revelação é uma epifania, pois esta palavra diz o aparecer, o manifestar-se do divino, do ser. Daí o caráter sagrado da verdade em grego, ou seja, aletheia.


- Manuel Antônio de Castro.

2

"Há através da palavra uma revelação da verdade? A palavra revelação articula ao mesmo tempo um sim e um não. Seu prefixo é ambíguo. “Re-“ significa: tirar para trás e, portanto, desvelar, mostrar. E também: tornar a. Logo, tornar a velar, esconder" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In: -----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 76.

3

"Imagem é desabrochar do sentido na linguagem, no diálogo, quando o humano se abre para as questões e se estabelece como tessitura de corpo entre terra e mundo. Tal tessitura, longe de ser o cumprimento de regras e conceitos, de uma essência prévia, é propriamente a essência como o vigorar de um modo próprio de as questões se desvelarem no ser que se destina a cada humano: a verdade como desabrochamento. Imagem, aí, é presentificação da condição humana e, portanto, não uma representação, uma explicação, mas doação de realidade em e para realizações, fonte do pensar-agir que se dá no homem" (1).


Referência:
(1) CALFA, Maria Ignez de Souza. "Imagem". In: -----. CASTRO, Manuel Antônio de (0rg.). Convite ao pensar. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 123.