Transcendental

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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:  Esta [[participação]] no [[ser]] acontece na justa medida do que lhe é [[próprio]]. E nesse [[próprio]] nos advém a [[questão]] das [[propriedades]]. Seriam estas os [[transcendentais]]. Claro que eles não poderiam se [[manifestar]] no [[próprio]] [[sendo]] senão na medida em que se [[fundam]] no [[ser]]. Porém, para nós [[finitos]], haverá sempre a [[proximidade]] da [[distância]] e a [[distância]] da [[proximidade]]. Nesta [[tensão]] consiste a nossa [[travessia]] em direção e na volta para [[casa]], no [[dizer]] de [[Rosa]], volta para o [[ser]] enquanto [[sentido]] do [[próprio]] que será o [[sentido do ser]]. É no [[sentido do ser]] que nos manifestamos fundados nos [[transcendentais]]: [[uno]], [[verdadeiro]], [[bom]], [[belo]]. São, portanto, [[atributos]] [[essenciais]], sem dúvida nenhuma, e não meramente [[circunstanciais]], pois dizem respeito a todos os [[sendos]], naquilo que constitui a sua [[essência]] enquanto [[sentido]]. Perguntar-se pelo [[sentido do ser]] é perguntar-se pelos [[transcendentais]].
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: - [[Manuel Antônio de Castro]].

Edição de 22h03min de 13 de Agosto de 2020

Tabela de conteúdo

1

"Dessa maneira, vivemos permanentemente nossa vida à procura, isto é, pro- para diante, para o não-limite e o livre ser. E cura, o cuidado de ser. É, dessa maneira, o atuar da libido essendi (de ser), origem da liberdade plena e do não ficar preso e limitado aos bens e prazeres da libido sentiendi (do sentir). Sem os excluir, necessita também do bem e da beleza, do compreender-se, libido sciendi (do conhecer/ do tomar consciência), do uno e do verdadeiro" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eros, o humano e os humanismos". In: Eros, tecnologia, transumanismo. MONTEIRO, Maria Conceição e Outros (org.). Rio de Janeiro: Caetés, 2015, p. 47.

2

Falar dos transcendentais é falar de conversibilidade entre o ser e os quatro transcendentais. Diz Cláudio Hummes: "A conversibilidade. Tudo o que é, porque e enquanto lhe convém ser, é uno, verdadeiro, bom e belo. Disto segue uma conversibilidade: tudo o que é uno, verdadeiro, belo e bom é; tudo o que é, é bom, belo, verdadeiro e uno; os graus e os modos de ser são graus e modos de unidade, beleza, verdade e bondade. A negação de unidade, beleza, verdade e bondade é negação do ser. Não é esta negação que gera o mal? No entanto, esta conversibilidade não implica que a relação dos transcendentais para com o ser seja a mesma que a do ser para com os transcendentais. O ser fundamenta os transcendentais; os transcendentais manifestam e desdobram o ser. Assim o ser tem uma prioridade ontológica – não cronológica – sobre os transcendentais" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Cláudio. Metafísica. Mímeo. Daltro Filho/Imigrantes/RS, 1963.

3

"Aristóteles abre o Primeiro Livro da Ética com as palavras: pasa práxis agathou tinos ephiesthai: em toda ação vive um empenho por algum bem" (1). Tendo em vista a conversibilidade dos transcendentais, podemos perfeitamente dizer: em toda ação vive um empenho pelo verdadeiro; em toda ação vive um empenho pelo uno; em toda ação vive um empenho pelo belo. Pois, uno, verdadeiro, bom e belo são conversíveis. Isso é facilmente observável nas vivências de todo ser humano.


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O problema da Poética de Aristóteles". In: -----. Aprendendo a pensar II. Petrópolis R/J: Vozes, 1992, p. 156.

4

"Transcendental, diz Kant, é todo conhecimento que não trata do objeto, mas do nosso conhecimento do objeto, enquanto procura as condições apriori de possibilidade deste conhecimento" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.

5

"Única aproximação da riqueza interna do ser, ou melhor, da estrutura interna do ser, se fez ao revelar-se o ser como agir, enquanto o agir não apenas convém a determinada forma de ser, mas a tudo quanto participa do ser e enquanto participa do mesmo. Porém, não se esgota aqui nossa possibilidade de exprimir a riqueza interna do ser, que transcende – como agir – toda e qualquer forma particular de ser e que convém necessariamente a tudo que participa do ser e enquanto participa do ser" (1).
Esta participação no ser acontece na justa medida do que lhe é próprio. E nesse próprio nos advém a questão das propriedades. Seriam estas os transcendentais. Claro que eles não poderiam se manifestar no próprio sendo senão na medida em que se fundam no ser. Porém, para nós finitos, haverá sempre a proximidade da distância e a distância da proximidade. Nesta tensão consiste a nossa travessia em direção e na volta para casa, no dizer de Rosa, volta para o ser enquanto sentido do próprio que será o sentido do ser. É no sentido do ser que nos manifestamos fundados nos transcendentais: uno, verdadeiro, bom, belo. São, portanto, atributos essenciais, sem dúvida nenhuma, e não meramente circunstanciais, pois dizem respeito a todos os sendos, naquilo que constitui a sua essência enquanto sentido. Perguntar-se pelo sentido do ser é perguntar-se pelos transcendentais.


- Manuel Antônio de Castro.
Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.


- Manuel Antônio de Castro.
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