Finitude
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
(→1) |
||
Linha 4: | Linha 4: | ||
: - [[Manuel Antônio de Castro]] | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 2 == | ||
+ | : "O [[homem]] não é só um [[ser]] simplesmente [[finito]]. O [[homem]] é o mais [[finito]] dos [[seres]], porque, na [[finitude]], ele sente sempre o [[infinito]] do [[nada]], mesmo em toda pretensão, escamoteada, de ser [[infinito]]. É na [[finitude]] sem fim do [[nada]] que afirma, em tudo que faz e/ou deixa de fazer, o [[infinito]]" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. ''Aprendendo a pensar''. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 121. |
Edição de 01h47min de 27 de Maio de 2017
1
- A afirmação tanto do "eu" quanto do "sou" implica a existência do limite, mas a finitude é mais: é o saber-se limitado no tender ao ser e sempre tão próximo quanto distante dele. Vivemos na finitude a dialética de distância e proximidade. É assim que o eu encontra a sua medida no sou. Em realidade, verdadeiramente, só podemos falar de finitude em relação ao ser humano e não em relação aos outros entes, embora todos sejam limitados. A finitude inclui o limite, mas todo e qualquer limite não inclui a finitude. Nesta nos deparamos com a questão da morte e é, então, que a finitude aparece em toda a sua dramaticidade. Nesta época da globalização acentua-se e procura-se incutir nas pessoas o poder de fugir à finitude e à morte. Estas passam a ser algo que se pode protelar com tratamentos adequados e milagreiros. Acontece então que a finitude nos advém em meio a essa promessa de felicidade aqui e agora e eterna quando somos tomados pela angústia e pela solidão. Há um palíndromo entre finitude e solidão. A finitude gera a solidão que não é ser só, mas só ser o sendo que somos e tende continuamente para o ser, ou seja, experiência-se sendo e gerando a angústia da finitude. É da condição humana: ser finitude e solidão.
2
- "O homem não é só um ser simplesmente finito. O homem é o mais finito dos seres, porque, na finitude, ele sente sempre o infinito do nada, mesmo em toda pretensão, escamoteada, de ser infinito. É na finitude sem fim do nada que afirma, em tudo que faz e/ou deixa de fazer, o infinito" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O sentido do pseudônimo". In: -----. Aprendendo a pensar. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2017, p. 121.