Existencialismo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Pela [[visão]] racionalista, o [[destino]] se opõe à [[liberdade]] [[humana]]. No [[existir]] o [[ser humano]] deve-se dar livremente a sua [[essência]], o seu ''[[genos]]'' enquanto seu [[quinhão]]. Nessa [[visão]] [existencialista], a [[existência]] precede e determina a [[essência]]. O [[existir]] enquanto ''o como é'' deve determinar livremente ''o que é''. O [[homem]] não tem um [[destino]], dá-se um [[destino]]. Esta foi a [[utopia]] [[moderna]], esquecida dos [[ensinamentos]] do [[mito]] de [[Édipo]]" (1). Temos aí o [[fundamento]] do [[existencialismo]] de Jean Paul Sartre, [[filósofo]] francês. É uma [[filosofia]] fundamentada inteiramente na [[razão]], onde toda a complexidade [[humana]] é reduzida ao seu aspecto [[racional]]. Temos também no [[existencialismo]] de Sartre uma [[interpretação]] incompleta e equivocada da [[concepção]] de Heidegger, que pensou o [[ser humano]] como ''[[Dasein]]'', cuja [[tradução]] para o francês foi [[existência]].
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: "Pela [[visão]] [[racionalista]], o [[destino]] se opõe à [[liberdade]] [[humana]]. No [[existir]] o [[ser humano]] deve-se dar livremente a sua [[essência]], o seu ''[[genos]]'' enquanto seu [[quinhão]]. Nessa [[visão]] [existencialista], a [[existência]] precede e determina a [[essência]]. O [[existir]] enquanto ''o como é'' deve determinar livremente ''o que é''. O [[homem]] não tem um [[destino]], dá-se um [[destino]]. Esta foi a [[utopia]] [[moderna]], esquecida dos ensinamentos do [[mito]] de [[Édipo]]" (1).  
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: Temos aí o [[fundamento]] do [[existencialismo]] de Jean Paul Sartre, [[filósofo]] francês. É uma [[filosofia]] fundamentada inteiramente na [[razão]], onde toda a complexidade [[humana]] é reduzida ao seu aspecto [[racional]]. Temos também no [[existencialismo]] de Sartre uma [[interpretação]] incompleta e equivocada da [[concepção]] de [[Heidegger]], que pensou o [[ser humano]] como ''[[Dasein]]'', cuja [[tradução]] para o francês foi [[existência]].
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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:  Referência:
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte: corpo, mundo e terra''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Poético]]-[[ecologia]]". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). [[Arte]]: [[corpo]], [[mundo]] e [[terra]]. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.'''
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: "Todavia, a [[subjetividade]] do [[homem]], embora apenas parcialmente tomada, i.é apenas como [[sujeito]] [[pensante]], e embora de novo alienada numa [[Subjetividade]] suprema e única, havia sido por demais exaltada para não ressuscitar da sua [[alienação]]. E isto irá [[acontecer]] imediatamente depois de [[Hegel]] – que foi o ponto [[final]] da [[filosofia]] [[moderna]] – com a [[crítica]] acerba ao [[sistema]] [[hegeliano]], feita pelos [[existencialistas]] (a começar por [[Kierkegaard]]), precisamente com a acusação de que, em [[Hegel]], chegou ao seu auge uma [[filosofia]] do [[sujeito]], mas em quem o [[homem]] [[concreto]], este [[sujeito]] [[concreto]], acabou se perdendo na [[identidade]] [[absoluta]] do [[sujeito]] [[infinito]]. No [[sistema]] [[hegeliano]], o [[homem]] [[concreto]] e [[individual]] não tinha mais [[sentido]] como tal" (1).
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: "Todavia, a [[subjetividade]] do [[homem]], embora apenas parcialmente tomada, i.é, apenas como [[sujeito]] [[pensante]], e embora de novo alienada numa [[Subjetividade]] suprema e única, havia sido por demais exaltada para não ressuscitar da sua [[alienação]]. E isto irá [[acontecer]] imediatamente depois de [[Hegel]] – que foi o ponto [[final]] da [[filosofia]] [[moderna]] – com a [[crítica]] acerba ao [[sistema]] [[hegeliano]], feita pelos [[existencialistas]] (a começar por Kierkegaard), precisamente com a acusação de que, em [[Hegel]], chegou ao seu auge uma [[filosofia]] do [[sujeito]], mas em quem o [[homem]] [[concreto]], este [[sujeito]] [[concreto]], acabou se perdendo na [[identidade]] [[absoluta]] do [[sujeito]] [[infinito]]. No [[sistema]] [[hegeliano]], o [[homem]] [[concreto]] e [[individual]] não tinha mais [[sentido]] como tal" (1).
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: (1) [[HUMMES]], o.f.m. Frei Cláudio. '''[[Metafísica]]. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado  Cardeal.'''
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: "No [[sistema]] [[hegeliano]], o [[homem]] [[concreto]] e [[individual]] não tinha mais [[sentido]] como tal. Porém, diziam os [[existencialistas]], é o [[homem]] [[concreto]] que se trata de [[salvar]] e de [[explicar]]. Ora, o [[homem]] [[concreto]], [[eu]] [[concretamente]] existente, não posso ser reduzido a uma [[definição]] [[essencial]] fixa de uma vez para [[sempre]], diz o [[existencialismo]].  E isto precisamente porque o [[próprio]] do [[homem]] é o [[escolher]]" (1).
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: (1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. ''Metafísica''. Mimeo. Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois tornou-se Bispo e hoje é Cardeal.
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: (1) [[HUMMES]], o.f.m. Frei Cláudio. '''[[Metafísica]]. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado  Cardeal.'''

Edição atual tal como 21h43min de 11 de Maio de 2025

1

"Pela visão racionalista, o destino se opõe à liberdade humana. No existir o ser humano deve-se dar livremente a sua essência, o seu genos enquanto seu quinhão. Nessa visão [existencialista], a existência precede e determina a essência. O existir enquanto o como é deve determinar livremente o que é. O homem não tem um destino, dá-se um destino. Esta foi a utopia moderna, esquecida dos ensinamentos do mito de Édipo" (1).
Temos aí o fundamento do existencialismo de Jean Paul Sartre, filósofo francês. É uma filosofia fundamentada inteiramente na razão, onde toda a complexidade humana é reduzida ao seu aspecto racional. Temos também no existencialismo de Sartre uma interpretação incompleta e equivocada da concepção de Heidegger, que pensou o ser humano como Dasein, cuja tradução para o francês foi existência.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 26.

2

"Todavia, a subjetividade do homem, embora apenas parcialmente tomada, i.é, apenas como sujeito pensante, e embora de novo alienada numa Subjetividade suprema e única, havia sido por demais exaltada para não ressuscitar da sua alienação. E isto irá acontecer imediatamente depois de Hegel – que foi o ponto final da filosofia moderna – com a crítica acerba ao sistema hegeliano, feita pelos existencialistas (a começar por Kierkegaard), precisamente com a acusação de que, em Hegel, chegou ao seu auge uma filosofia do sujeito, mas em quem o homem concreto, este sujeito concreto, acabou se perdendo na identidade absoluta do sujeito infinito. No sistema hegeliano, o homem concreto e individual não tinha mais sentido como tal" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.

3

"No sistema hegeliano, o homem concreto e individual não tinha mais sentido como tal. Porém, diziam os existencialistas, é o homem concreto que se trata de salvar e de explicar. Ora, o homem concreto, eu concretamente existente, não posso ser reduzido a uma definição essencial fixa de uma vez para sempre, diz o existencialismo. E isto precisamente porque o próprio do homem é o escolher" (1).


Referência:
(1) HUMMES, o.f.m. Frei Cláudio. Metafísica. Mimeo. Curso dado em Daltro Filho / Imigrantes, RS, 1963. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.
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