Ético

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 01h35min de 10 de Outubro de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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Em geral, as concepções das questões essenciais, o que seja a realidade, o humano e a poética/arte, nos vêm das seguintes fontes:

1º. Mitos; 2º. Religiões; 3º. Filosofias; 4º. Teologias; 5º. Ciência. E todas essas fontes, através da ciência e no paradigma da ciência, foram transformadas em disciplinas. Então, frente às disciplinas temos de nos perguntar que lugar ocupam nelas a poética, uma vez que ela não é nenhum cânone, paradigma, modelo, arquétipo, teoria, corrente crítica, pois não parte de conceitos abstratos, de universal abstrato. A Poética é uni-versal concreto, porque nela acontece a aprendizagem do valor da vida e do valor da morte. E essa aprendizagem constitui a essência do valor ético. Enfim, é o valor que dá sentido à vida e se faz presente em todos os nossos atos e escolhas.


- Manuel Antônio de Castro

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"Na e pela poiesis, o próprio real se constitui como linguagem, mundo, verdade, sentido, tempo e história, em qualquer cultura. As poéticas das obras são memória do real. Um conhecimento cultural e científico pode ser superado por outro. Em relação às obras poéticas não há, nunca houve e jamais haverá superação. Nelas e por elas se perfaz o sentido do homem, isto é, nelas o humano do homem se abre para a escuta da linguagem pela qual o ser humano se faz propriamente humano, porque então ele se realiza enquanto vigência do valor ético. Pois ethos, em grego, diz a morada da linguagem, o lugar do ser humano" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In:----------- (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 13.

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"E [Eduardo Portella] pensa em tempo integral para poder levar todo ser humano a pensar, fazendo do educar um permanente ensaio de aprendizagem do pensar, tarefa hoje cada vez mais difícil e rara, porque o midiático monta uma cena obscena, onde predomina o dispersivo, o circunstancial, o ralo e passageiro da estesia da espetáculo estético. Nessa encenação virtual, o estético é mais importante do que o poético, com a evidente perda do ético. Só o poético, num permanente ensaio de acerto e erro, de risco de perda e ganho, se funda no ético" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 39.
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