Foto

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LAPORT, Janaína.''' "[[Fotografia]]". In: CASTRO, Manuel Antônio de e Outros (Org.). Convite ao [[pensar]]. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 105.'''
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: (1) [[ROSA]], João Guimarães.''' "O [[espelho]]". In: ---. Primeiras estórias, 3.e.  Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 71.'''
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: "Amo as [[fotos]]. Amo a [[memória]]. Amo o [[poético]]. Na [[foto]], não se doa e presenteia apenas uma [[presença]] como [[figura]]. [[Todo]] um [[mundo]] advém e se faz presente. E então esse [[mundo]] não será apenas “''um''” [[mundo]]. Será o [[mundo]] enquanto [[sentido]] e [[verdade]] do [[ser]], enquanto [[verdade]] e [[sentido]] da [[physis]] (tautologia), um [[sentido]] e [[verdade]] que serão [[sempre]] o [[não-sentido]] e a [[não-verdade]] de [[todo]] [[sentido]] e de toda [[verdade]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A foto e a crítica". '''Ensaio''' não publicado.
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "A [[foto]] e a [[crítica]]". [[Ensaio]] não publicado.'''

Edição atual tal como 22h40min de 20 de Abril de 2025

Tabela de conteúdo

1

"Foto deriva da palavra grega phos, a saber, luz. Não há foto sem luz. Na foto, a luz se faz imagem. Mas só luz não é fotografia. Para existir registro de imagem é preciso que haja o escuro. Na configuração da imagem em fotografia, não poderá haver presença ou ausência total de luz. Haverá, sim, núpcias entre esta e a escuridão" (1).


Referência:
(1) LAPORT, Janaína. "Fotografia". In: CASTRO, Manuel Antônio de e Outros (Org.). Convite ao pensar. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2014, p. 105.

2

A partir de que critério, de que medida, julgar (criticar) a verdade da realidade da foto?, pois o critério de realidade, a medida de realidade, será a verdade da realidade. Isto é, quando optamos por um critério, por uma medida para o criticar, o discernir, já apreendemos e compreendemos a realidade no horizonte de sua verdade. Mas então a essência da verdade será a verdade da essência da realidade. Pensar a referência de realidade e verdade será pensar o discernir inerente à própria essência originária da realidade. Como a realidade é sempre poética, também o será a sua verdade, também o deverá ser a sua medida, o critério do criticar, do discernir. Mas não que a medida ou o critério determine o criticar, como não pode determinar a realidade e a verdade da realidade. O critério deve provir originariamente do criticar, do discernir, na medida em que o discernir é o próprio auto-discernir do auto-entre-acontecer da realidade em sua verdade. Podemos ver que o julgamento do que é a foto implica muitas dimensões, pois toda foto quando é poética nos abre muitas possibilidades de ver e ser. Digamos mais: não se pode olhar e julgar a foto sem pensar os transcendentais.


Manuel Antônio de Castro.

3

"Ainda que tirados de imediato um após outro, os retratos sempre serão entre si muito diferentes. Se nunca atentou nisso, é porque vivemos, de modo incorrigível, distraídos das coisas mais importantes" (1).
Sem dúvida nenhuma, a palavra retrato no conto tem em português como sinônimo: foto. Compreendemos melhor o que o poeta-pensador nos convida a pensar quando apreendemos a essência a foto, que tem origem na palavra grega phos e tem como significado essencial: luz. É impossível tirar duas fotos iguais porque a luz é pura energia, em contínua manifestação e transformação, nos fazendo lembrar que a realidade se constitui a partir da luz e de sua vigência. Ainda podemos nos perguntar: o que a foto tem a ver com o espelho? É neste horizonte que temos de pensar o que, em essência, significa persona e personagem.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) ROSA, João Guimarães. "O espelho". In: ---. Primeiras estórias, 3.e. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1967, p. 71.

4

"Quando agora voltamos à foto podemos vê-la em outra dimensão e que é aquela que mais me atrai em toda foto: a vigência do tempo da memória. E foto é a memória do tempo que já passou e não passou. Foto e tempo. Tempo e memória. Memória e foto" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A foto e a crítica". Ensaio não publicado.

5

"Eu posso reproduzir potencialmente ao infinito a mesma foto, mas nunca e jamais poderá ser a foto do mesmo sendo. Qualquer representação, qualquer teoria representativa, qualquer medida ou critério crítico-representativo me levará a esse impasse. Nunca poderei tirar duas fotos do mesmo sendo. E esta constatação é a prova incontornável da irredutibilidade do sendo à representação e de sua vigência como o mesmo de arché e telos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A foto e a crítica". Ensaio não publicado.

6

"Quando tiro uma foto, de maneira alguma eu posso ver nela o sendo em seu misterioso desvelar-se e velar-se. Simplesmente porque nunca há duas fotos do mesmo real. Isso nega de uma maneira absoluta a possibilidade da formulação de um conceito representativo para apreender o sendo. Quântica e geneticamente há sempre um “entre” abismal na realidade, na physis" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A foto e a crítica". Ensaio não publicado.

7

"Amo as fotos. Amo a memória. Amo o poético. Na foto, não se doa e presenteia apenas uma presença como figura. Todo um mundo advém e se faz presente. E então esse mundo não será apenas “ummundo. Será o mundo enquanto sentido e verdade do ser, enquanto verdade e sentido da physis (tautologia), um sentido e verdade que serão sempre o não-sentido e a não-verdade de todo sentido e de toda verdade" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A foto e a crítica". Ensaio não publicado.
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