Olhar

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(4)
 
(4 edições intermediárias não estão sendo exibidas.)
Linha 6: Linha 6:
== 2 ==
== 2 ==
-
: Para [[compreender]] e [[apreender]] o que é o [[olhar]], o melhor [[caminho]] é [[pensar]] a [[diferença]] [[ontológica]] [[entre]] [[olhar]] e [[ver]]. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer [[pensar]] essa [[diferença]]: quando [[Édipo]], o famoso [[personagem]] do [[mito]] de [[Édipo]], pensado por [[Sófocles]] em sua [[famosa]] [[obra]] '''Rei Édipo''', tinha [[olhos]] não penetrara e nem vira os [[caminhos]] de seu [[destino]]. É que o [[olho]] é [[funcional]], faz parte do nosso [[organismo]] que diz respeito ao [[olhar]], não necessariamente ao [[ver]], pois foi quando arrancou os [[olhos]] que passou a [[ver]] na [[luz]] da [[verdade]] os [[caminhos]] e [[descaminhos]] do seu [[destino]]. O [[olho]] diz respeito aos [[sentidos]], a [[visão]] diz respeito ao [[sentido]]. Não basta [[olhar]], é necessário [[ver]].
+
: Para [[compreender]] e [[apreender]] o que é o [[olhar]], o melhor [[caminho]] é [[pensar]] a [[diferença]] [[ontológica]] [[entre]] [[olhar]] e [[ver]]. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer [[pensar]] essa [[diferença]]: quando [[Édipo]], o famoso [[personagem]] do [[mito]] de [[Édipo]], pensado por [[Sófocles]] em sua famosa [[obra]] '''Rei Édipo''', tinha [[olhos]] não penetrara e nem vira os [[caminhos]] de seu [[destino]]. É que o [[olho]] é [[funcional]], faz parte do nosso [[organismo]] que diz respeito ao [[olhar]], não necessariamente ao [[ver]], pois foi quando arrancou os [[olhos]] que passou a [[ver]] na [[luz]] da [[verdade]] os [[caminhos]] e [[descaminhos]] do seu [[destino]]. O [[olho]] diz respeito aos [[sentidos]], a [[visão]] diz respeito ao [[sentido]]. Não basta [[olhar]], é necessário [[ver]].
Linha 12: Linha 12:
== 3 ==
== 3 ==
-
: "[[Liberdade]] é [[sempre]] [[universal]] [[concreto]] como o [[humano]]. Há, portanto, um [[dar-se]] a [[ver]] e um [[ocultar]], um [[desvelar]] e um [[velar]]. Desse modo, por detrás de [[todo]] [[olhar]] deve [[vigorar]] [[sempre]] um [[ver]]. E todo [[ver]] só é [[ver]] na medida em que é dimensionado pelo [[pensar]]. Essa é a complexidade de [[toda]] [[crise]] e de [[toda]] [[verdade]], o que quer [[dizer]] de [[todo]] [[paradigma]]" (1).
+
: "[[Liberdade]] é [[sempre]] [[universal]] [[concreto]] como o [[humano]]. Há, portanto, um [[dar-se]] a [[ver]] e um [[ocultar]], um [[desvelar]] e um [[velar]]. Desse modo, por detrás de [[todo]] [[olhar]] deve [[vigorar]] [[sempre]] um [[ver]]. E todo [[ver]] só é [[ver]] na medida em que é dimensionado pelo [[pensar]]. Essa é a complexidade de toda [[crise]] e de toda [[verdade]], o que quer [[dizer]] de [[todo]] [[paradigma]]" (1).
: Referência:  
: Referência:  
-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A [[globalização]] e os [[desafios]] do [[humano]]". In: Revista '''Tempo Brasileiro, 201/202 - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]]. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015''', p. 21.
+
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A [[globalização]] e os desafios do [[humano]]". In: Revista '''Tempo Brasileiro, 201/202 - [[Globalização]], [[pensamento]] e [[arte]]. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.'''
== 4 ==
== 4 ==
-
: "A [[chave]] para a [[resolução]] de inúmeros [[conflitos]]...passa por [[mergulhar]] nos [[olhos]] do [[outro]]. [[Olhar]] o [[outro]] nos [[olhos]] costuma [[ser]] uma [[experiência]] [[redentora]]" (1).
+
: "A chave para a resolução de inúmeros conflitos...passa por mergulhar nos [[olhos]] do [[outro]]. [[Olhar]] o [[outro]] nos [[olhos]] costuma [[ser]] uma [[experiência]] redentora" (1).
: Referência:
: Referência:
-
: (1) AGUALUSA, José Eduardo. [[Crônica]]: "[[OLHOS]] NOS [[OLHOS]]". In: '''O GLOBO'''. "Segundo Caderno", Sábado 13.7.2024, p. 6.
+
: (1) AGUALUSA, José Eduardo.''' [[Crônica]]: "OLHOS NOS OLHOS". In: O GLOBO. "Segundo Caderno", Sábado 13.7.2024, p. 6.'''

Edição atual tal como 20h58min de 21 de Dezembro de 2024

Tabela de conteúdo

1

A luz é a energia do silêncio e seu manto é a claridade. Sem luz não há claridade nem escuridão. A claridade da luz é o sentido e verdade do agir, o vigorar do silêncio da luz. Portanto, a luz é o princípio de tudo, pois dela provêm tanto a claridade quanto a escuridão. E o silêncio é essa energia de plenitude e origem de sentido e verdade em que se constitui originariamente a luz. Como origem de tudo, a luz pode mostrar-se como desvelamento e velamento, como claridade e escuridão. É neste e somente neste horizonte que podemos diferenciar olhar e ver. Podemos olhar tudo e não ver nada. Nesta diferença está a essência do ver porque ele remete para a essência da luz. E é neste sentido que para o grego a luz é o princípio de tudo. Portanto, ver nos diz já originariamente o estar experienciando o princípio de tudo em tudo que se olha. Só assim podemos não apenas olhar, mas, ao mesmo tempo, ver. (Para tal dimensão remete a citação do conto do Rosa "Nada e a nossa condição", no livro Primeiras estórias, citado no item 2 do Verbete Luz deste Dicionário).


- Manuel Antônio de Castro

2

Para compreender e apreender o que é o olhar, o melhor caminho é pensar a diferença ontológica entre olhar e ver. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer pensar essa diferença: quando Édipo, o famoso personagem do mito de Édipo, pensado por Sófocles em sua famosa obra Rei Édipo, tinha olhos não penetrara e nem vira os caminhos de seu destino. É que o olho é funcional, faz parte do nosso organismo que diz respeito ao olhar, não necessariamente ao ver, pois foi quando arrancou os olhos que passou a ver na luz da verdade os caminhos e descaminhos do seu destino. O olho diz respeito aos sentidos, a visão diz respeito ao sentido. Não basta olhar, é necessário ver.


- Manuel Antônio de Castro.

3

"Liberdade é sempre universal concreto como o humano. Há, portanto, um dar-se a ver e um ocultar, um desvelar e um velar. Desse modo, por detrás de todo olhar deve vigorar sempre um ver. E todo ver só é ver na medida em que é dimensionado pelo pensar. Essa é a complexidade de toda crise e de toda verdade, o que quer dizer de todo paradigma" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 21.

4

"A chave para a resolução de inúmeros conflitos...passa por mergulhar nos olhos do outro. Olhar o outro nos olhos costuma ser uma experiência redentora" (1).


Referência:
(1) AGUALUSA, José Eduardo. Crônica: "OLHOS NOS OLHOS". In: O GLOBO. "Segundo Caderno", Sábado 13.7.2024, p. 6.
Ferramentas pessoais