Olho
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) ANSELMO, Santo. "Cap. XVI - Que a luz em que ele habita é inacessível". In: ''Proslógio''. Coleção: ''Os Pensadores | + | : (1) ANSELMO, Santo. "Cap. XVI - Que a [[luz]] em que ele habita é [[inacessível]]". In: ''Proslógio''. Coleção: '''Os [[Pensadores]]. Santo Anselmo - Abelardo. São Paulo: Abril Cultural, 2. e., 1979''', p. 113. |
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Edição de 15h46min de 13 de Julho de 2024
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1
- Para compreender e apreender o que é o olhar, o melhor caminho é pensar a diferença ontológica entre olhar e ver. Concretamente, um exemplo clássico pode nos fazer pensar essa diferença: quando Édipo, o famoso personagem do mito de Édipo, pensado por Sófocles em sua famosa obra Rei Édipo, tinha olhos não penetrara e nem vira os caminhos de seu destino. É que o olho é funcional, faz parte do nosso organismo que diz respeito ao olhar, não necessariamente ao ver, pois foi quando arrancou os olhos que passou a ver na luz da verdade os caminhos e descaminhos do seu destino. O olho diz respeito aos sentidos, a visão diz respeito ao sentido. Não basta olhar, é necessário ver. E é nesta distinção fundamental que os gregos pensaram a essência da aletheia, desvelamento ou verdade. Por isso, este diz respeito à manifestação do sentido do destino. E é nesse horizonte que se diferencia radicalmente a verdade da obra de arte e a verdade funcional da lógica, que fundamenta a ciência fundada na razão.
2
- "Os olhos são a luz do corpo. Se os olhos forem bons, o corpo será luminoso. Mas, se forem maus, o corpo estará em trevas" (1) (2).
- Referências:
- (1) MATEUS, VI, 22).
- (2) Citado no início do filme de Wim Wenders: Tão perto...tão longe. Prêmio do Grande Júri em Cannes, 1993.
3
- Os olhos são a janela da alma.
- Cada um olha o mundo da sua janela.
- O mundo não é o que cada um olha.
- É o sentido do que acontece (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura: compreender e interpretar". In: ----. Leitura: Questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 87.
4
- "É realmente inacessível a luz em que habitas, ó Senhor, e não há ninguém, exceto tu, que possa penetrá-la bastante para contemplar-te com clareza. Eu não a vejo, sem dúvida, por causa do seu brilho, demasiado para os meus olhos, e, todavia, o que consigo ver, vejo-o através dela, da mesma maneira que o olho fraco do nosso corpo vê tudo aquilo que vê pela luz do sol, que, no entanto, não se pode contemplar diretamente" (1).
- Referência:
- (1) ANSELMO, Santo. "Cap. XVI - Que a luz em que ele habita é inacessível". In: Proslógio. Coleção: Os Pensadores. Santo Anselmo - Abelardo. São Paulo: Abril Cultural, 2. e., 1979, p. 113.
5
- "A ansiedade do consumo visual ocupa o lugar da reflexão, cara à arte em geral. Na era digital, a experiência do olhar vem mudando, mas, por enquanto, até a Mona Lisa, mitificada e banalizada pela publicidade, é mais emocionante se vista com os olhos - depois que se atravessa a barreira de turistas fotógrafos diante dela" (1).
- (1) Fotografo, logo vivencio. Reportagem de Daniela Labra. In: O Globo, Segundo Caderno, 05-05-2014.