Presença

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A presença constante do sagrado". In: '''https://travessiapoetica.blogspot.com.br'''/ postado em 23 de fevereiro de 2017.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A presença constante do sagrado". In: '''https://travessiapoetica.blogspot.com.br'''/ postado em 23 de fevereiro de 2017.
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: [[Realização]] é o vir a ser da [[realidade]] no seu manifestar-se em [[real]], ou seja, a [[totalidade]] dos [[entes]] (''ta onta''), dos [[fenômenos]]. Como tal, todo [[fenômeno]] é uma [[realização]] da [[realidade]]  constituindo o [[real]]. Toda [[realização]] é oblíqua e dissimulada porque nela a [[realidade]] se dá e retrai, se manifesta e vela. Toda [[realização]] é uma [[doação]] do [[ser]]. Daí podermos falar de [[real]] e [[irreal]], de [[ideal]] e [[real]], porque este, em verdade, é a [[vigência]] do [[vigor]] da [[realidade]] pondo-se e depondo-se nas [[realizações]]. O [[Ser]] é [[doação]] enquanto [[tempo]], [[presença]], [[mundo]], [[sentido]] e [[realização]].
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]

Edição de 22h11min de 23 de Agosto de 2021

1

"A palavra portuguesa presença forma-se do latim: prae, que diz o que está antes e o que está à frente, mas no sentido de abertura, de lugar, o entre em que se dá a travessia destinal de cada sendo. Por isso, o radical de pre-sença, -sença, provém do latim -sentia, que implica o verbo latino esse, isto é, ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 228.

2

"Latência é o traço mais característico do ser enquanto presença, pois é o que em todo presente constitui a presença, e, para todo ser latente, a possibilidade mesma de sua latência" (1).


Referência:
(1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996, p. 18.

3

"A presença é o tender permanente à plenificação, que é o acontecer que se dá no operar da própria obra. O que rege esse tender é a Cura. Daí tudo se centralizar, no que o ser humano é, em sua essência, em torno de Cura" (1).


Referência:
CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 226.

4

"Há uma ligação profunda entre presença e presente. É que na presença o ser se faz tempo-presente e o presente é o ser vigorando enquanto tempo, é uma doação: o tempo dá-Se, torna-se presente" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ------.Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 228.

5

"Latência é o traço mais característico do ser enquanto presença, pois é o que em todo presente constitui a presença, e, para todo ser latente, a possibilidade mesma de sua latência" (1).


Referência:
(1) TORRANO, Jaa. O sentido de Zeus. São Paulo: Iluminuras, 1996, p. 18.

6

"A dessacralização que domina hoje é devida a quê? Certamente muitos são os fatores. É no âmago dessa questão que a arte como questão se faz presente. Pode se falar em arte sem levar em consideração a questão do sagrado? Difícil. Porém, ela se faz presente de um modo muito simples e especial que se perdeu com o próprio distanciamento do sagrado acontecido na dinâmica dessas transformações históricas. Transformações essas que dizem respeito à própria dinâmica de o próprio sagrado se destinar. Mas ele, por mais que esteja esquecido, nunca se distancia e torna ausente como tal. Pelo contrário, sem sua presença, sua proximidade, tudo perderia o sentido e o próprio vigor de realização do real. E ele é próximo, tão próximo que até para sermos o que somos só podemos ser sendo essa proximidade. Porém, em tudo que fazemos temos a tendência, hoje e há muito tempo, a considerá-lo distante e inalcançável, como se ele fosse outro que não o vigor do que nos é próprio" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A presença constante do sagrado". In: https://travessiapoetica.blogspot.com.br/ postado em 23 de fevereiro de 2017.

7

Realização é o vir a ser da realidade no seu manifestar-se em real, ou seja, a totalidade dos entes (ta onta), dos fenômenos. Como tal, todo fenômeno é uma realização da realidade constituindo o real. Toda realização é oblíqua e dissimulada porque nela a realidade se dá e retrai, se manifesta e vela. Toda realização é uma doação do ser. Daí podermos falar de real e irreal, de ideal e real, porque este, em verdade, é a vigência do vigor da realidade pondo-se e depondo-se nas realizações. O Ser é doação enquanto tempo, presença, mundo, sentido e realização.


- Manuel Antônio de Castro