Organismo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " ''Eros'', humano e os humanismos". In: MONTEIRO, Maria Conceição e outros (org.). ''Eros, Tecnologia, Transumanismo''. Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2015, p. 45.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. " ''Eros'', humano e os humanismos". In: MONTEIRO, Maria Conceição e outros (org.). ''Eros, Tecnologia, Transumanismo''. Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2015, p. 45.
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: "O que no [[diálogo]] se entretece é o que somos como [[mundo]]. Mas há o [[mundo]] do [[orgânico]] e o [[mundo]] do [[corpo]]. Ao [[organismo]] corresponde o [[mundo]] já dado e manifestado enquanto [[rede]] de [[relações]] e [[funções]]. É o [[mundo]] das [[disciplinas]], da [[língua]] como [[código]], da [[linguagem]] como [[meio]]. Ao [[corpo]] corresponde o [[mundo]] [[inaugural]], [[poético]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". Revista ''Tempo Brasileiro'': Rio de Janeiro: ''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas'', 164, jan.-mar., 2006, p. 34.

Edição de 19h51min de 11 de Agosto de 2019

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Organismo é o sistema de funcionamento entendido por causa e efeito. Porém, a vida enquanto corpo e projeto existencial, como acontecer poético, não se limita a esse sistema de funcionamento e análise. Um funcionamento é previsível e o acontecer poético é o irromper do inaugural do corpo em seu ser, transfigurando o organismo. Isso é corpo. É aí que se dá, acontece, o limite da razão diante do mistério que é a zoé, dando-se e retraindo-se enquanto corpo. Por isso, todo corpo é sempre presença e ausência e não e jamais só forma. Esta é organismo, daí a forma poder ser analisada em seu funcionamento. Não sendo racional, o corpo não pode ser explicado nem conhecido pela ciência, domínio do racional. O acontecer poético no corpo é o próprio destino, regido pela Lei cósmica do sagrado, esse mistério sem nome e pura linguagem, verdade e sentido imemorial do ser humano, acontecendo no e como mundo. O organismo não tem olhos. São os olhos do corpo acontecendo que possibilitam o que se vê e se diz, racionalmente, do organismo. Quem vê organismoforma, quem vê corpo deixa acontecer a presença e ausência. Assim sendo, todo sistema é composto por órgãos, constituindo estes o organismo e sua organização.


Manuel Antônio de Castro


2

"Seja para o pensamento, seja para as artes, Éros sempre foi a grande questão, sendo a mais tematizada, interpretada e aprofundada. Por detrás do seu agir, como aquilo que o move, está sempre o Amor do amar. Dessa maneira, há uma certa impropriedade em se falar de Éros como algo substantivo, pois remete facilmente para a sua interpretação e compreensão como algo, como um ente. E não é isso Éros. Como essência do agir é total e completa energia de realização, é luz irradiante em contínuo acontecer. E isso já nos obriga a compreender o que é o corpo do ser humano, em toda a sua complexidade e densidade, muito além de um simples organismo e seu funcionamento. O ser humano, sendo essencialmente o agir de Eros, jamais pode ser reduzido a um corpo orgânico ou mecânico ou virtual. Sendo filhos, como somos de Pênia, a Pobreza, pro-curamos pelo que nos é necessário: o Bem) (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. " Eros, humano e os humanismos". In: MONTEIRO, Maria Conceição e outros (org.). Eros, Tecnologia, Transumanismo. Rio de Janeiro: FAPERJ, Editora Caetés, 2015, p. 45.


3

"O que no diálogo se entretece é o que somos como mundo. Mas há o mundo do orgânico e o mundo do corpo. Ao organismo corresponde o mundo já dado e manifestado enquanto rede de relações e funções. É o mundo das disciplinas, da língua como código, da linguagem como meio. Ao corpo corresponde o mundo inaugural, poético" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 34.