Libertação
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : O [[percurso]] de [[iluminação]] nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para [[ser]]. Será, portanto, um [[percurso]] [[ontológico]] e não meramente [[temporal]] ou [[espacial]]. O [[ontológico]] é o [[originário]] de todo [[espaço]] e [[tempo]], de toda [[época]]. No e pelo [[ontológico]] o [[percurso]] como [[caminhada]] é de mergulho na [[memória]], que a tudo preside. A [[iluminação]] provoca em nós a [[experienciação]] da [[sabedoria]] e uma [[caminhada]] de [[libertação]]. Não há [[iluminação]] sem [[desprendimento]] e [[recolhimento]]. E será uma [[caminhada]] ou [[travessia]] para a [[plenitude]] de [[realização]] do [[sentido]] do que recebemos para [[ser]], será uma [[apropriação]] do [[próprio]]. No [[recolhimento]] apreendemos o [[sentido]] de nosso [[agir]]. | ||
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser e a aparência". In: | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser e a aparência". In: ---. '''www.travessiapoetica.blogspot.com'''. |
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Edição de 20h34min de 8 de Setembro de 2022
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1
- "É que liberdade não é um presente que se recebe ao nascer. Ninguém nasce com liberdade, como nasce com orelhas. Liberdade é um dom de uma conquista. O homem não é livre. O homem se liberta. Liberdade é libertação de e para criar com as necessidades e seus bens de satisfação, com as possibilidades e suas forças de realização de um mundo realmente novo" (1).
- Para realizarmos a libertação e efetivarmos a liberdade, temos de fazer de nossa vida, isto é, cada um tem de fazer de sua vida uma caminhada de iluminação pelas escolhas que vai fazendo e pela escuta do que é. João Guimarães Rosa chamou esta caminhada de iluminação e libertação: travessia.
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: Filosofia contemporânea. Teresópolis / RJ: Daimon Editora, 2013, 63.
2
- "O ser humano é uma doação da linguagem. Sempre se movendo na linguagem em sua ânsia essencial de ser o não-ser, procura incessantemente o horizonte de seu mistério e presença como escuta de sua fala. A escuta exige de nós uma entrega e caminhada, que se torna uma travessia, um percurso de iluminação. Ela nos leva à fala da sua escuta para melhor escutá-la. É quando a palavra se torna o vigor de seu desvelamento e velamento como língua. Porque a palavra é o vigor desse " entre " que identifica e diferencia fala e silêncio, desvelamento e velamento. E assim surgem algumas das mais importantes reflexões dos pensadores " (1).
- O percurso de iluminação nos conduz a uma posse do que somos e recebemos para ser. Será, portanto, um percurso ontológico e não meramente temporal ou espacial. O ontológico é o originário de todo espaço e tempo, de toda época. No e pelo ontológico o percurso como caminhada é de mergulho na memória, que a tudo preside. A iluminação provoca em nós a experienciação da sabedoria e uma caminhada de libertação. Não há iluminação sem desprendimento e recolhimento. E será uma caminhada ou travessia para a plenitude de realização do sentido do que recebemos para ser, será uma apropriação do próprio. No recolhimento apreendemos o sentido de nosso agir.
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser e a aparência". In: ---. www.travessiapoetica.blogspot.com.
3
- Toda travessia se dá na tensão vida- morte, dimensionada na e como experienciação de caminhada de iluminação e libertação, mas libertação existencial, ética.
4
- "A aposta do Bem pelo Bem traz consigo o apelo de vir a ser nas ações o que já se é e não se é no ser que se tem e não se tem. Por outro lado, a urgência da libertação implica e traz consigo o desafio do Bem e do Mal. Percorrer o curso de libertação próprio desta urgência supõe apostar na criação do inesperado que alimenta de esperança toda espera. Radicalmente, nenhuma ética se reduz à prescrição de normas, nem está apenas no cumprimento do dever. Toda prescrição e todo dever já chegam sempre tarde. São um evento temporão" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: -----. Filosofia contemporânea. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2013, p. 64.
5
- agora que você se libertou
- e a única obrigação que tem
- é com os seus sonhos os de mais ninguém
- o que vai fazer
- da sua vida (1)
- Referência:
- (1) KAUR, rupi. meu corpo / minha casa. Trad. Ana Guadalupe. São Paulo: Editora Planeta, 2020, p. 191.