Filosofia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 14h11min de 16 de Maio de 2017 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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“A filosofia é o corresponder ao ser do ente. Mas ela o é somente então e apenas quando esta correspondência se exerce propriamente e assim se desenvolve e alarga este desenvolvimento. Este corresponder se dá de diversas maneiras, dependendo sempre do modo como fala o apelo do ser, ou do modo como é ouvido ou não ouvido um tal apelo, ou ainda, do modo como é dito e silenciado o que se ouviu” (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. Trad. Ernildo Stein. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979, p. 20.


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"A filosofia não é, pois, uma disciplina de ensino que se pudesse adquirir à maneira de conhecimentos técnicos ou por meio de um treinamento especializado. Mas também não é ciência pura cujos teoremas pudessem ser axiomatizados ou vir um dia a serem aplicados com vantagem. A filosofia é um modo de ser tão radical que nem sente necessidade de renunciar ao útil e identificar-se com o inútil" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Aprendendo a Pensar II. Petrópolis: Vozes, 1992, p. 180-1.


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"O radical phil se encontra em várias formas do verbo, substantivo, adjetivo. Corresponde ao pronome noos, cognato do latim suus. Designa de per si a qualidade e ação de próprio, de apropriar-se e ser próprio. Em Homero (Od. i, 233, II. 3, 31), philos significa próprio. Mas o que é próprio, propriedade e apropriar-se? Esta é a pergunta que faz o filósofo. Próprio e propriedade são um conjunto de condições estruturais que se tornou estável por se ter desenvolvido e conquistado num processo de apropriação. Assim philo-sophos indica o homem enquanto se conquista determinada atitude, por ele se ter apropriado do sabor de viver. O homem só se empenha por apropriar-se e se lança à apropriação de saber, por já ter sido apropriado pela paixão de viver" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Revista Tempo Brasileiro, nº 130/131, 1997, p. 153.

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"Filosofia é um radical, um visceral compromisso com o real, no sentido de, por parte do homem, autoimpor-se a tarefa de compreendê-lo. E compreendê-lo é, será sempre, transpor-se para a sua gênese, para seu in statu nascendi, que é sua essência, seu tornar-se ou fazer-se" (1).


Referência:
(1) FOGEL, Gilvan. Vida, realidade, interpretação. In: FAGUNDES, Igor (org.). Permanecer silêncio - Manuel Antônio de Castro e o humano como obra. Rio de Janeiro: Confraria do Vento, 2011, p. 99.


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"Curioso é o modo de proceder do filósofo no exercício da filosofia. Ele põe em questionamento uma questão tentando respondê-la numa variedade de níveis e modos. Mas, se bem se analisa, a resposta não passa de uma radicalização e aprofundamento da pergunta. Ao longo de todo o esforço de pensar, o filósofo se faz ouvinte para escutar outras respostas, diferentes e contrárias, que possam vir a enriquecer e desdobrar a questão. É um procedimento não só difícil de encontrar como também penoso de seguir no âmbito da consciência" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Revista Tempo Brasileiro, nº 130/131, 1997, p. 148.


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"A filosofia não é um estado nem um dado na posse de alguns homens, os filósofos. A filosofia se dá sempre que algum homem assume, radicalmente, em seu ser, o vigor do próprio ser. E é somente por isso que Platão coloca o diálogo no caminho de uma meditação sobre o ser e o não ser de tudo que é" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Introdução ao Sofista de Platão". In: ------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis / RJ: Daimon Editora, 2010, p. 218.

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"...para Heidegger, a filosofia não é, primordialmente, uma construção de conhecimento, é uma experiência de pensamento, do mesmo nível ontológico da religiosidade, da mitologia, da poesia, da vida e da morte e de toda mentalidade, no sentido de todos os processos mentais e não mentais do homem" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A fenomenologia de Edmund Husserl e a fenomenologia de Martin Heidegger". In: Revista Tempo Brasileiro, nº 165. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2006, p. 10.