Ecologia

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 21h36min de 5 de Junho de 2020 por Profmanuel (Discussão | contribs)

Tabela de conteúdo

1

"A ecologia é uma questão que jamais pode ser reduzida a uma disciplina. Uma tal redução pode ser perigosa para a ecologia, para nós. Não podemos esquecer nunca: a ecologia é uma questão" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.

2

"Se atentarmos para as palavras gregas que deram origem à formação da palavra ecologia, chegaremos a uma primeira compreensão complexa. “Eco-” vem do substantivo grego “ oikia ”, que significa morada. “Logia” vem da complexíssima palavra Logos”. O entendimento da ecologia como o estudo e a preservação do meio natural – em geral o conceito veiculado – decorre da dicotomia metafísica e moderna pela qual se operam as separações das diferentes instâncias da realidade. No caso presente, é a separação entre natureza e cultura. Isso é falso e prejudicial ao entendimento e alcance da ecologia. Temos de ver isso seriamente. Se tomarmos ao pé da letra a formação da palavra ecologia, a partir das palavras gregas, diremos, com propriedade, que ecologia é a morada da linguagem. O que é isto – a morada? O que é isto – a linguagem?" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 17.

3

"Trata-se de pensar (na poético-ecologia) a sociedade em rede e a Terra como uma grande teia poética, a teia da vida. Porém, não há como pensar essa teia poética sem repensar o lugar do homem centrado na subjetividade moderna. As contradições e consequências desta – para a sobrevivência da Terra e do próprio Homem – lançam o desafio de pensar o humano do homem em novos parâmetros de convivência entre si e com a própria Mãe-terra, tendo como horizonte inequívoco o seu esgotamento e até sua possível destruição. Sem a Mãe-terra ainda haverá o homem?" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Apresentação". In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 11.

4

"O planeta nunca foi o mesmo. Ao longo do tempo, temos passado ao largo dessa questão, como se ela não nos importasse para entendermos melhor onde estamos. E o que enfrentamos, a cada momento, para existir. Um simples dado ignorado sobre o planeta pode nos revelar alguma coisa fundamental sobre nós mesmos. Talvez esse simples dado, sobre a existência do que não conhecemos, nos explique o que não conseguimos explicar até agora" (1).
O autor está tecendo essas reflexões diante da peste global do coronavirus.


Manuel Antônio de Castro.
(1) DIEGUES, Cacá. "Um alerta contemporâneo". Crônica publicada em O Globo, Primeiro Caderno - Opinião, 16-03-2020, p. 3.

5

"Ecologia é uma questão. A questão é maior do que o homem. No questionar não é o homem que questiona. É a questão que nos questiona. Para questionar é preciso dialogar. O diálogo é uma questão. No dialogar não é o homem que dialoga. É o logos que nos dialoga" (1).
Devemos compreender que o homem só se torna humano na medida em que deixa nele vigorar a questão.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.

6

"A ecologia é uma questão. Não qualquer questão, mas a questão que exige de nós posições cada vez mais imediatas e fundamentais. Tomar posição é decidir guiados pelo agir. Agir no sentido fundamental se diz originária e criativamente poietizar. E então me perguntei como dialogar com a ecologia a partir do poietizar, do criar, isto é, da poética. É que no começo era o poietizar" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Poético-ecologia". In: Manuel Antônio de Castro (org.). Arte: corpo, mundo e terra. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 16.
Ferramentas pessoais