Pós-modernidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
Edição feita às 01h40min de 17 de Outubro de 2018 por Profmanuel (Discussão | contribs)
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- No exame da questão da arte na pós-modernidade, ao fugir da classificação por forma e matéria, entram para o primeiro plano duas questões, ao menos por enquanto, junto com o que Heidegger denomina quaternidade: o mundo, na medida em que a coisa coisando surge, constitui-se mundo, e o que Heidegger traz para o pensar como sendo os imortais, a questão do sagrado, ou inversamente, a questão do profano: a fuga dos deuses num mundo dominado pela essência da técnica, como é a pós-modernidade.
- Em que consiste a progressiva dessacralização? Como ficam esses dois temas na pós-modernidade? Baudelaire inaugura a problemática da modernidade em estreita relação com a temática do homem e da cidade. O que isso tem a ver com a perda da aura e com o profano, e, sobretudo, com a questão do mundo? Estaria a cidade predominantemente ligada à representação? Como se dá esta construção do homem e do real a partir da cidade? O que significa a cidade na pós-modernidade?
- De alguma maneira isto remete para o mito. E ainda seria possível experienciar a coisa na cidade sem mitos e esquecida do mítico? O que há aí? Não é o caminho da pós-modernidade o caminho, seja da subjetividade impessoal, da extrema comunicação sem proximidade, ou seja, do domínio da distância, num paradoxo com a sociedade do conhecimento e da comunicação, da solidão tão profunda onde não se tem ninguém para ouvir um segredo? Não será esta a essência da globalização, ou seja, da pós-modernidade?
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- O engano maior em relação à pós-modernidade é procurar características formais. O que então procurar? Em primeiro lugar as questões fundamentais, trazendo ao pensamento: natureza, tempo, linguagem, memória, história. Mas isto não basta. É necessário complementar como e que experienciações se fazem delas, ou seja, mito, pensamento, misticismo, poíesis. Estas experienciações têm um eixo básico: éros e thánatos. Quer dizer: como as questões são realizadas enquanto essas experienciações e depois como essas experienciações se "realizam", mobilizadas, alimentadas pelas experienciações fundamentais que são éros e thánatos. Esse é o caminho para estudo e caracterização da arte na pós-modernidade. É necessário erradicar de vez o estudo formal e funcional.
- O exemplo maior dessa esterilidade está na discussão em torno do penico de Duchamp. Em vista das profundas transformações por que passa a humanidade e as novas experienciações de éros e thánatos, ficar discutindo esses formalismos é de uma inatualidade e crueldade devastadora. Daí a necessidade também de combater o esteticismo. Para tudo isso se faz necessário levantar três fontes: 1ª) abandonar o formalismo, retomando o estudo e aprofundamento da diferenciação fundamental de obra, coisa, objeto, utensílio; 2ª) retomar a questão da história e do destino. Para isto é necessário: a) estudar a história hegeliana e marxista enquanto interpretação ideológica e política do tempo, da história, etc; b) estudar a postura heideggeriana sobre esses temas, o trans-humanismo e o destino; 3ª) estudar o homem e o real a partir da essência da ciência e da técnica. Os tópicos anteriores: as questões, a experiência e pólo/tensão básica éros e thánatos têm que ser vistas nesse novo horizonte do homem e real atuais.
- Olhando o termo época para estudar a pós-modernidade, devemos pensar a essência dessa palavra: O que é época? Uma coisa fica evidente: a toda época corresponde um mundo. Então, a pergunta básica a respeito da pós-modernidade como época é: Que mundo está se configurando? Até onde este mundo se diferencia do mundo da modernidade? Do mundo medieval? Do mundo antigo? Do mundo de outras culturas não ocidentais?
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