Ser humano

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) Llewelyn Sion. ''Tríadas da ilha da Bretanha'' (1560). Textos apresentados por Jean Markale. Paris: Albin Michel, Cadernos de Sabedoria, 2004, p. 25. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.
: (1) Llewelyn Sion. ''Tríadas da ilha da Bretanha'' (1560). Textos apresentados por Jean Markale. Paris: Albin Michel, Cadernos de Sabedoria, 2004, p. 25. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.
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: "A [[essência]] do [[ser humano]] é a sua [[referência]] ao [[ser]]. Daí não poder ficar determinada pelo instrumental ditado seja lá por qual [[sistema]] for. Nesse sentido de [[disciplina]] e [[sistema]], a [[dança]] é o não-conhecimento porque é o não-sistema, porque é o livre dar-se  e manifestar-se do que cada um já desde sempre [[é]]. [[Dança]] é sempre [[travessia]], [[história]], [[obra]]. E [[obra]] é o que opera. Opera o quê?  A [[educação]] do [[humano]] pelo deixar [[vigorar]] o seu [[princípio]] constitutivo. Aqui está a [[questão]]. O [[princípio]] constitutivo do [[humano]] é o [[estético]] ou o [[poético]]? [[Dança]] não pode ficar reduzida a [[vivências]]  estético-sentimentais, a um espetáculo para os olhos ou prazeres dos [[sentidos]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Aprender com a dança: fluxos e diálogos poéticos”. In: TAVARES, Renata (org.). ''O que me move, de Pina Bausch'' – e outros textos sobre dança-teatro. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 82.

Edição de 14h40min de 22 de Junho de 2018

Ser humano, ver também homem, Humano e Ser-com.

Tabela de conteúdo

1

O que o ser humano é não são seus estados e circunstâncias, isto é, sua inserção historiográfica, mas suas possibilidades de e para possibilidades. Isto nos dá vertigem, porque vivemos em cada vivência na atração do abismo do nada, do possível. Mas poderíamos ter riqueza maior? Daí nossa permanente atração pelo nada criativo.


Referência:
CASTRO, Manuel Antonio de. "Ser e estar". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempor Brasileiro, 2011, p. 28.

2

"Para mim o ser humano é uma tremenda criação, um pensamento inconcebível. No ser humano existe tudo, do mais elevado até o mais baixo. O homem é a imagem de Deus e Deus existe em tudo. E assim o ser humano foi criado, mas também os demônios, os santos, os profetas, os artistas e os iconoclastas. Tudo existe lado a lado. É como se fossem desenhos gigantes mudando o tempo inteiro. Da mesma maneira devem existir inúmeras realidades. Não apenas a realidade que percebemos com nossas obtusas sensibilidades, mas um tumulto de realidades arqueando-se uma em cima da outra, por dentro e por fora. É só o medo e o puritanismo que nos leva a acreditar em limites. Não existem limites. Nem para pensamentos nem para sentimentos. A ansiedade é que estabelece os limites" (1).


Referência:
BERGMAN, Ingmar. Fala da personagem "Eva", em relação à morte do filho de quatro anos, no filme: Sonata de outono.

3

" O nome, e só o Nome, é decisivo, pois só então o ser humano se constitui em ser humano. Nesta locução "ser humano", o atributo não é o decisivo, como normalmente se pensa. Todo atributo só pode ser atributo se vigorar no e a partir do ser. O humano só chega ao humano quando se deixa dimensionar pelo ser" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -----------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 231.

4

"o ser humano em sua Essência é uma doação do Ser. Este, doando-se enquanto pensamento e linguagem, é que possibilita ao ser humano consumar o que é, isto é, conhecer e chegar a conhecer-se nas e fora das disciplinas que são, em última instância, uma doação do Ser, da realidade


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser humano e seus limites". In: MONTEIRO, Maria da Conceição e Outros (org.). Além dos limites - ensaios para o século XXI. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2013, p. 229.


5

"O ser humano, desde Édipo - o mito imemorial que pensa o humano no que lhe é próprio em sua essência sócio-político-histórica - sempre teve a pretensão de ser o sujeito das suas escolhas e realizações. A Moira sorri, em silêncio, diante de tais pretensões, deixando-o iludir-se, em seu pseudo-poder racional de dar-se a existência, segundo a liberdade fundada na sua vontade. É uma ilusão que custa caro e gera o sofrimento de muitos fracassos inúteis" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Eduardo Portella, o professor". In: Quatro vezes vinte - Eduardo Portella - Depoimentos. Rio de Janeiro, Academia Brasileira de Letras, 2012, p. 40.


6

"Para os antigos egípcios, o homem, como um Universo em miniatura, representa as imagens de toda a criação. Já que Ra - o impulso criativo cósmico - é chamado de Aquele que reuniu, surgiu a partir de seus membros, então, o ser humano (a imagem da criação) é, similarmente, Um que reuniu. O corpo humano é uma unidade formada por diferentes partes colocadas juntas. Na Litania de Ra, cada uma das partes do corpo do homem divino é identificado com um neter/netert "(1).


Referência:
 : (1) GADALLA, Moustafa. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 91.


7

"O on traz em si a ambiguidade da referência do ser à essência do ser humano, do limite e do não-limite, pois todo ser humano enquanto este e aquele humano é limite, e enquanto ser é não-limite.


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.


8

"O que isso significa? Aqui se impõe ainda uma explicação mais profunda do ser humano, como constituído pelo ser e pela essência, pois todo ser humano é e é o que cada um é, ou seja, cada um tem seu próprio, isto é, aquela essência que faz com que ele seja ele e não outro qualquer ente (sendo)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O ser, o agir e o humano". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 31.).


9

"Há três principais estados para as criaturas animadas. O primeiro é aquele d' Annwfn (Abismo), que constitui a sua origem. O segundo é aquele d' Abred (Existência), que eles devem atravessar tendo por fim se instruírem. O terceiro é o Gwyfydd (Mundo branco) onde eles todos conseguirão chegar no acréscimo indefinido do Poder, do Conhecimento e do Amor, até ao ponto de não mais ser possível adquirir mais" (1).


Referência:
(1) Llewelyn Sion. Tríadas da ilha da Bretanha (1560). Textos apresentados por Jean Markale. Paris: Albin Michel, Cadernos de Sabedoria, 2004, p. 25. Tradução do francês: Manuel Antônio de Castro.


10

"A essência do ser humano é a sua referência ao ser. Daí não poder ficar determinada pelo instrumental ditado seja lá por qual sistema for. Nesse sentido de disciplina e sistema, a dança é o não-conhecimento porque é o não-sistema, porque é o livre dar-se e manifestar-se do que cada um já desde sempre é. Dança é sempre travessia, história, obra. E obra é o que opera. Opera o quê? A educação do humano pelo deixar vigorar o seu princípio constitutivo. Aqui está a questão. O princípio constitutivo do humano é o estético ou o poético? Dança não pode ficar reduzida a vivências estético-sentimentais, a um espetáculo para os olhos ou prazeres dos sentidos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Aprender com a dança: fluxos e diálogos poéticos”. In: TAVARES, Renata (org.). O que me move, de Pina Bausch – e outros textos sobre dança-teatro. São Paulo: LibersArs, 2017, p. 82.
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