Princípio
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A luz na arte grega". In: -------. ''Filosofia grega | + | :(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A luz na arte grega". In: -------. ''Filosofia grega - uma introdução''. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 89. |
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Edição de 06h44min de 14 de Outubro de 2017
1
- "Arcaica, no sentido etimológico, leva-nos a envolver a ideia de arkhé. Um princípio inaugural, constitutivo e dirigente. Arkhé significa o que está à frente e por isso é o começo ou princípio de tudo. A Noite está à frente, nasce de Kháos. O que está à frente tem o comando de todo o restante. É também arkhé: o fundamento, a origem, o que está no começo de modo absoluto, o ponto de partida de um caminho, o fundamento das ações. Como tem comando, tem o poder, é a autoridade" (1). Como a autora torna claro, a compreensão de arkhé como princípio e origem só é princípio porque, por estar à frente e comandar é que é inaugural, originário. Por isso reina vigorosamente da origem ao fim. Princípio diz, então, o estar sempre principiando como tempo originário.
- Referência:
- (1) GROETAERS, Elenice. A poética da noite em Vinicius de Moraes. São Paulo: Scortecci, 2007, p. 72.
2
- "Só é possível pensar em princípio, porque a realidade (physis) não é estática, é dinâmica. Só é possível pensar em princípio, porque a dinâmica da realidade não é linear, é circular. Só é possível pensar em princípio, porque a circulação da realidade não é finita, é infinita. Só é possível pensar em princípio, porque a finitude da realidade não é de exclusão, é de inclusão. Assim não é possível não pensar em princípio, quando a realidade faz pensar, em profundidade, a realização (ousia) do real (on)" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A luz na arte grega". In: -------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon, 2010, p. 89.
3
- "O princípio surge e se impõe ao longo de todo o processo, pois só alcança a plenitude no fim. Início é o princípio em busca de realização, fim é o princípio plenamente realizado como princípio” (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Apendendo a pensar II. Petrópolis, Vozes, 1992, p. 242.
4
- "Ora, um princípio constitui algo inato, pois é a partir de um princípio que necessariamente assume existência tudo aquilo que existe, ao passo que o princípio não provém de coisa alguma, pois, se começasse a ser partindo de qualquer outra fonte, não seria princípio" (1).
- Referência:
- (1) PLATÃO. Fedro. 5ª ed. Lisboa: Guimarães, 1994, p. 57, 245d.
5
- "Os princípios, confundidos com as leis, acabam por se deixar arbitrar, desde uma espácio-temporalidade arbitrária. Os princípios, para serem, enquanto tais, não se deixam arbitrar nem tampouco arbitram. Para serem princípios, o que eles só não podem ser é, de modo nenhum, a determinação de 'um caminho, de uma verdade e de uma vida'. Princípios não determinam nem são determinados, apenas se apresentam para que sejam ou não percebidos, considerados e estabelecidos efetivamente enquanto princípios" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 206.
6
- "Princípios são apenas a vigência das possibilidades para que algo seja viável, isto é, para que algo possa percorrer vias, os caminhos em trânsito, possa, enfim, transitar. O que não tem origem ou não começa, não pode transitar. Transitar diz do que vai sempre além, do que, portanto, não se deixa determinar desde sua origem até a sua possibilidade de ser sem fim" (1).
- Referência:
- (1) JARDIM, Antonio. Música: vigência do pensar poético. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, pp. 206-7.
7
- "Começo não é princípio. Começo é alavanca. Remete-nos ao empuxo e arranque com que uma coisa começa. Enquanto princípio é origem. Remete-nos à fonte de onde uma coisa brota. O começo mal começa e já está superado. Desaparece e fica para trás nas peripécias do processo de criar e produzir. O princípio ao contrário surge e se impõe ao longo de todo o processo, pois só alcança a plenitude no fim. Começo é o princípio em busca de realizar-se, fim é o princípio plenamente realizado como princípio" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis: Daimon Editora, 2010, p. 23.
8
- "O que significa princípio? Seu nome grego é arche, isto é, o primeiro a partir do qual começa algo com referência a seu ser, seu vir-a-ser, sua cognoscibilidade. Esta "a partir de" domina, determina e conduz o que começa" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. Seminários de Zollikon - Protocolos - Diálogos - Cartas. 2. ed. revista. Petrópolis: Vozes, 2009, p. 114.
9
- "Como princípio de tudo, gerou-se o caos, a seguir, então, a terra de amplo seio acolhedor, sede para sempre inabalável de tudo que é imortal..." (1).
- Referência:
- (1) Versos 116 e seguintes da Teogonia de Hesíodo, citados e traduzidos por Emmanuel Carneiro Leão no ensaio "O sentido grego do caos", que faz parte de seu livro: Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis/RJ: Daimon Editora, 2010, p. 39.
10
- " O autêntico princípio é sempre como salto um salto-prévio, no qual tudo que está por vir, ainda que velado, já se acha traspassado. O princípio já contém velado o fim" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010, p. 195.
11
- "A fonte de um rio não se esgota em ser começo: é como correnteza que permanece e se atualiza em todo o curso, deixando o rio riar, correr, chegar ao mar. Este lhe é o sentido: a plena realização do princípio como princípio" (1)
- Referência:
- (1) FAGUNDES, Igor. "A experiência ioruba do sagrado - Provocações para um rito de raspagem do Ocidente". In: Revista Tempo Brasileiro, 194, Dialética em questão II. Rio de Janeiro,jul.-set., 2013, p. 142.
12
- "Princípio são as possibilidades de tudo que é e acontece. Sem princípio não há dialética verbal" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Dialética e diálogo: A verdade do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 192, Dialética em questão I. Rio de Janeiro, jan.- mar., 2013, p. 11.