Coletividade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : "[[Co-letividade]], do | + | : "[[Co-letividade]], do latim, ''cum-[[legere]]'', em [[grego]]. ''homo-[[legein]]''. Uma [[coletividade]] não pode [[ser]] um [[simples]] aglomerado de [[pessoas]] sem [[sentido]] em seu [[agir]], em sua ''[[poiesis]]''. A [[coletividade]] só vai [[existir]] quando a reunião se fizer como ''homolegein'': o estarmos reunidos e juntos e em [[comunidade]], em [[coletividade]] para a [[escuta]] do ''[[logos]]'': a [[linguagem]]/''[[ethos]]'', o nosso maior [[bem]]" (1). |
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- | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''Linguagem: nosso maior bem | + | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. '''[[Linguagem]]: nosso maior [[bem]]. Série Aulas [[Inaugurais]]. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 29.''' |
Edição atual tal como 21h44min de 19 de fevereiro de 2025
1
- "... o que Feuerbach pretendeu devolver ao homem negando a Deus, ele o tira de novo ao homem para dá-lo à coletividade. É a coletividade humana que se reveste dos atributos divinos. E nesta coletividade Feuerbach faz com que o indivíduo se perca realmente. Feuerbach sacrifica totalmente o indivíduo à coletividade. Parece-nos que aqui temos a verdadeira “alienação” do indivíduo, enquanto toda alienação implica um elemento de verdade, mas também de unilateralidade. A pessoa humana é essencialmente social, sim, mas não apenas isto. Não podemos sacrificar totalmente o indivíduo à coletividade humana. E por isto o cristianismo é um “humanismo” bem mais integral do que o de Feuerbach" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES o.f.m, Frei Cláudio. "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.
2
- "Mas este humanismo ateu não atribui ao homem individual o que se atribuía a Deus, mas à comunidade humana. É precisamente a religião ilusória, diz Feuerbach, que substituindo o ser coletivo da humanidade por um Deus exterior, reduz a humanidade a uma poeira de indivíduos, pois nesta perspectiva “o homem concebe espontaneamente sua essência, nele como indivíduo, em Deus como espécie; nele como limitada, em Deus como infinita”. Mas na medida em que superarmos esta alienação, sairemos de nosso individualismo para participar da comunidade humana, e então realizaremos a verdade profunda da religião que é uma lei de amor, que arranca o indivíduo de si mesmo para obrigá-lo a encontrar-se em comunhão com seus semelhantes. No fim de contas “a distinção entre humano e divino (na alienação religiosa) não é outra coisa do que a distinção entre indivíduo e humanidade” (1).
- Referência:
- (1) HUMMES o.f.m., Frei Cláudio. "Os hegelianos de esquerda". In: ----. História da Filosofia. Curso proferido em 1964 em Daltro Filho, (hoje cidade Imigrantes), RS, em 1964. Depois passou por uma ordenação Episcopal e posteriormente foi nomeado Cardeal.
3
- "Co-letividade, do latim, cum-legere, em grego. homo-legein. Uma coletividade não pode ser um simples aglomerado de pessoas sem sentido em seu agir, em sua poiesis. A coletividade só vai existir quando a reunião se fizer como homolegein: o estarmos reunidos e juntos e em comunidade, em coletividade para a escuta do logos: a linguagem/ethos, o nosso maior bem" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 29.