Globalização

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "O globo, como totalidade de [[mundos]], não esgota tudo o que pode ser [[mundo]]. O que, enquanto espaço-tempo próprio, é sempre cada [[humano]] como universo a girar, a dispersar, a expandir-se e a concentrar-se, reunir-se, compactar-se: também, um globo, cada [[corpo]] em transe, em trânsito. O ser-movimento não se esgota: é [[poíesis]]" (1).
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: "O ser de todo [[movimento]] (ou: o [[universal]] de toda [[cultura]], a [[identidade]] de toda [[diferença]]) não condiz com nenhum [[fundamento]] suprassensível, genérico, totalizante. [[Globalização]], assim, não deve comparecer como [[fundamentalismo]] teórico de uma [[época]], se a cada um que existe cabe instaurar sua espácio-temporalidade, [[narrar]] sua própria [[saga]], perfazer – a [[poesia]] de – sua [[história]]. É preciso afundar, portanto, o [[movimento]], desacelerá-lo em meio a tanta velocidade e pressa pós-modernas, conforme já tanto se disse, para tê-lo – e pensá-lo – em seu [[princípio]]-principiando. É preciso radicalmente mover-se no [[entre]] de todo mover: no [[vazio]] de todo e em todo incorporar, giro, deslocamento, [[sistema]]. Tornar, enfim, [[poética]], e não sistemática, o que chamam [[globalização]]" (1).

Edição de 20h17min de 22 de Setembro de 2017

Tabela de conteúdo

1

"Na sociedade do conhecimento, conhecer é um supermodo de organização e controle. Tanto desencadeia as forças produtivas como segura e contém os modos de produção dentro do poder e não-poder de uma globalização planetária" (1).


(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A sociedade do conhecimento: passes e impasses". In: Revista Tempo Brasileiro, Sociedade do conhecimento: passes e impasses, 152, jan.-mar., 2003, p. 14.


2

"A globalização é o-a-ser-pensado, não há como defini-la. Nela acontece o pensamento por vir. É o grande desafio para pensadores e poetas em suas obras. E o vocabulário crítico, meramente formal, ideológico e esteticista, torna-se insuficiente diante dos novos desafios. Em vista disso, devemos, necessariamente, superar as classificações dos paradigmas já existentes bem como uma atitude de total condenação ou aceitação" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 11.



3

"Globalização é a unidimensionalização de um conhecimento reduzido a know-how. A dicotomia de teoria e prática, de mundo paciente de objetos e mundo agente de cérebros vai sendo superada por um conhecimento que processa uma composição universal, globalizando separações, divisões, distinções. Por esta sociedade se superam, numa equivalência de constituição recíproca e complementar, as diferenças de sujeito e objeto, de espírito e matéria, de informação e compreensão, do mundo das sinapses e o mundo das coisas" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "A sociedade do conhecimento: passes e impasses". In: Revista Tempo Brasileiro, Sociedade do conhecimento: passes e impasses, 152, jan.-mar., 2003, p. 13.


4

"A globalização rompe com as fronteiras nacionais, acaba com a divisão interno/externo. A cultura mundializada se internaliza dentro de nós. O espaço local "desencaixado" aproxima o que é distante e afasta o que é próximo, isto é, o local é influenciado pelo global, ao mesmo tempo que o influencia" (1)


Referência:
(1) VIEIRA, Liszt. Cidadania e globalização. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998, p. 100.


5

Quanto à verdade poética, ela se tornou propriedade da estética. A estética é a poética cientifizada. E ela quer entificar a verdade poética, dentro do mesmo jogo de compra e venda de sensações estéticas. A sensação sem o sentido é um estar sem ser. ][Estética]

Em virtude disto podemos falar da predominância de uma globalização econômica, cultural e religiosa, todas regidas pelo fundamento, solo firme da verdade causal.


- Manuel Antônio de Castro


6

A globalização, em sua faceta uniformizadora, é uma decorrência natural da interpretação causal, funcional e finalista da realidade. Esta se tornou fonte de recursos naturais e os seres humanos meros recursos humanos. Tudo é disposição para o funcionar do sistema global. A esta disposição não escapam as próprias culturas. Tocadas pela varinha mágica da funcionalidade e da finalidade causal, tornaram-se produtos a serem comercializados pela indústria turística.


- Manuel Antônio de Castro


7

"Não há globalização sem um forte sistema de acúmulo e divulgação de obras de conhecimento e cultura para formar elites. Esse sistema, hoje, é absolutamente novo, pois sem tempo nem espaço, literalmente nas nuvens, podendo ser acessado por todos de qualquer lugar. E essa se pode tornar a maior fonte de igualdade e libertação de todos, mas também de meras generalizações funcionais ou apenas objetos de consumo e passatempos" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro - Globalização, pensamento e arte, 201/202. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 12.

8

"O que é globalização? ... Ela é a questão que nosso momento histórico e sócio-poético ou época nos coloca. E irrompe com tanta força que já é um nome que reúne as mais diferentes tendências de reflexão, pois, pela força da essência da técnica, sua presença se generalizou em todos os ramos de conhecimento e se faz presente em tudo" (1).


Referência:


(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 11.


9

A globalização se funda em um saber essencial, mas de fundo causalista até mesmo quando se mascara em múltiplos saberes e na afirmação das diferenças culturais. Nessa perspectiva, a globalização é bem mais antiga do que julgamos. Hoje, tornou-se tão explícita que não podemos mais ignorá-la, embora a presença do comunicativo se torne aparentemente a solução.


- Manuel Antônio de Castro


10

"O ser de todo movimento (ou: o universal de toda cultura, a identidade de toda diferença) não condiz com nenhum fundamento suprassensível, genérico, totalizante. Globalização, assim, não deve comparecer como fundamentalismo teórico de uma época, se a cada um que existe cabe instaurar sua espácio-temporalidade, narrar sua própria saga, perfazer – a poesia de – sua história. É preciso afundar, portanto, o movimento, desacelerá-lo em meio a tanta velocidade e pressa pós-modernas, conforme já tanto se disse, para tê-lo – e pensá-lo – em seu princípio-principiando. É preciso radicalmente mover-se no entre de todo mover: no vazio de todo e em todo incorporar, giro, deslocamento, sistema. Tornar, enfim, poética, e não sistemática, o que chamam globalização" (1).


Referência:
(1) FAGUNDES, Igor. "Globalização como poética e incorporação". Revista Tempo Brasileiro - Globalização pensamento e arte. Rio de Janeiro: 201-202, abr-set., 2013, p. 30.
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