Dialética
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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+ | : É no [[diálogo]], com o diálogo e pelo diálogo que acontece a dialética. Sem diálogo não há dialética. E sem dialética não há [[história]]. Quem dá [[sentido]] à dialética é o sentido do ser enquanto [[tempo]]. Isso é fundamental para nós nos compreendermos. | ||
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Edição de 04h05min de 22 de Agosto de 2012
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- "O mundo, o mesmo em todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez, mas sempre foi, é e será, fogo sempre vivo, acendendo segundo a medida e segundo a medida apagando" (1). Este é o sentido originário de dialética, aquela em que toda a realidade já se dá retraindo-se e que não depende de nenhuma teoria nem jamais é passível de qualquer síntese, porque não depende, como diz o pensador, de nenhum movimento de relações circunstanciais e conjunturais, pois sua medida é o ser.
- Referência:
- (1) Heráclito, Fragmento 30. In: Os pensadores originários, Anaximandro, Parmênides, Heráclito. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Petrópolis: Vozes, 1991, p. 67.
2
- "É esta estrutura dialética das coisas que faz com que as devamos chamar racionais, lógicas, inteligíveis. A estrutura dialética constitui a verdadeira e mais profunda inteligibilidade das coisas: compreender, compreender verdadeiramente (no alemão: “begreifen”: pegar, agarrar, tomar), significa para o espírito apreender por si mesmo, do fundo de si mesmo, a estrutura íntima das coisas e reconstruí-la assim na luz. Por isto Hegel chama de “Conceito” (no alemão “Begriff”: do verbo “begreifen”) cada grupo dialético triádico, enquanto pelo conjunto destes três passos dialéticos – tese, antítese e síntese – “concebemos” perfeitamente toda a estrutura inteligível de uma realidade, “especulamos” a verdade total de uma realidade. Por isto, o termo “conceito” (“Begriff”) não tem em Hegel o sentido corrente de uma noção universal que é abstraída da experiência, mas significa todo o conjunto de um processo dialético triádico. Assim para Hegel o “conceito” se torna a matriz da inteligibilidade das coisas" (1).
- Referência:
- (1) HUMMES, Cláudio. História da filosofia. Texto distribuído no curso de filosofia dado em 1963, em Daltro Filtro, hoje cidade Imigrantes, RS.
3
- "Mas o próprio mundo, o ser que nos rodeia e existe no nosso íntimo não é nunca unilateral. Nenhuma criatura humana, nenhuma ação é inteiramente Sansara nem inteiramente Nirvana. Homem algum é totalmente santo ou totalmente pecador" (1).
- Referência:
- (1) HESSE, Hermann. Sidarta. Trad. Herbert Caro. Rio de Janeiro: O Globo, 2003, p. 117.
4
- O pensar sabendo-se, que acontece no sendo humano, e por isso se torna humano, é o ser. Pensar é o ser se pensando como saber. Na verdade, é o ser desdobrando-se nele mesmo, em seu vigorar. E como acontece esse desdobrar-se? No vigorar do ser enquanto energia irradiante, luz originária, possibilidade de todo ver e de todo horizonte, como não-ver de todo possível ver: dialética (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 304.
5
- A proximidade será sempre distância e a distância será sempre proximidade. Neste jogo dialético constitui-se a vida amorosa como tempo e amor. Não há amor que não vigore no tempo, mas é o tempo da cura, do desvelo, do fazer das possibilidades tempo de realização e destas possibilidades de ser (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 310.
6
- É no diálogo, com o diálogo e pelo diálogo que acontece a dialética. Sem diálogo não há dialética. E sem dialética não há história. Quem dá sentido à dialética é o sentido do ser enquanto tempo. Isso é fundamental para nós nos compreendermos.