Niilismo
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) EDWALD, François. "História da palavra". In: -----. ''Magazine Littéraire'', No. 279, Julho / Agosto, 1990. Trad. Manuel Antônio de Castro. | + | : (1) EDWALD, François.''' "O [[Niilismo]] - [[História]] da [[palavra]]". In: -----. ''Magazine Littéraire'', No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.''' |
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+ | : "Quanto à [[etimologia]], esta é de pouca utilidade: [[saber]] que [[Niilismo]] é formado a partir da [[raiz]] [[latina]] '''nihil''', que significa [[nada]], não diz praticamente [[nada]] sobre o que é o [[Niilismo]]. Compreendê-lo implica recolocar esta [[palavra]] nos [[diferentes]] [[contextos]] de sua utilização" (1). | ||
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+ | : (1) EDWALD, François.''' "O [[Niilismo]] - [[História]] da [[palavra]]". In: -----. ''Magazine Littéraire'', No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.''' |
Edição atual tal como 22h32min de 27 de Abril de 2025
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1
- "Para o fundamentar o fundar é nada. E o nada não é só dispensável, não-funcional, é temível e deve ser evitado, esquecido. O mais vigoroso esquecimento do nada é o niilismo, que é a realidade reduzida a um sistema causal e funcional, mas sem sentido, a não ser o da intencionalidade ou finalidade do próprio sistema. Porém, o sistema sem o ser, é o nada do niilismo, ou seja, a via mais fácil para denegar o fundar" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 220.
2
- "Por que, então, achar que a consumação do que cada ente é, telos, em grego, deve consistir numa dissolução indiferenciante, num ser indiferenciado, se o que cada um é não lhe é dado pelos limites, mas pelo tempo-ontológico como doação do ser, que, para simplesmente ser, só pode ser a diferença das diferenças, embora se faça presente no presente com que presenteia cada ente-ser? Como se daria então a referência ser (não-mais-ente) / diferença como referência ao ser e como referência aos outros seres-não-mais-entes? Uma coisa fica clara. Cada ser-ente e cada ser-não-mais-ente é sempre uma doação do ser. Daí que o ser que doa só pode doar a partir da sua riqueza e não e jamais a partir do niilismo ou do ser como um abstração generalizante. Não é esse o ser que Heráclito nos convida a pensar sempre, quando diz: "tudo é um", indicando esse "tudo" riqueza de doação e plenitude?" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 21.
3
- "O termo Niilismo foi utilizado para caracterizar correntes e posições filosóficas muito diferentes: ateísmo, egocentrismo, solipsismo, ceticismo, materialismo, pessimismo. Pode ter sido reivindicado com toda a positividade de um movimento portador de novos valores; pode também ter servido para denunciar os sinais culturais de uma civilização doente" (1).
- Referência:
- (1) EDWALD, François. "O Niilismo - História da palavra". In: -----. Magazine Littéraire, No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.
4
- "Quanto à etimologia, esta é de pouca utilidade: saber que Niilismo é formado a partir da raiz latina nihil, que significa nada, não diz praticamente nada sobre o que é o Niilismo. Compreendê-lo implica recolocar esta palavra nos diferentes contextos de sua utilização" (1).
- Referência: