Niilismo

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: ''Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão''.  SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 220.
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de.''' "[[Fundar]] e [[fundamentar]]". In: ''[[Pensamento]] no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão''.  SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 220.'''
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: "Por que, então, achar que a [[consumação]] do que cada [[ente]] [[é]], ''[[telos]]'', em [[grego]], deve consistir numa dissolução indiferenciante, num ser indiferenciado, se o que cada um [[é]] não lhe é dado pelos [[limites]], mas pelo [[tempo]]-[[ontológico]] como [[doação]] do [[ser]], que, para [[simplesmente]] [[ser]], só pode [[ser]] a [[diferença]] das [[diferenças]], embora se faça [[presente]] no [[presente]] com que presenteia cada [[ente]]-[[ser]]? Como se daria então a [[referência]] [[ser]] (não-mais-ente) / [[diferença]] como [[referência]] ao [[ser]] e como [[referência]] aos [[outros]] seres-não-mais-entes? Uma coisa fica clara. Cada [[ser]]-[[ente]] e cada ser-não-mais-ente é sempre uma [[doação]] do [[ser]]. Daí que o [[ser]] que doa só pode [[doar]] a partir da sua [[riqueza]] e não e jamais a partir do [[niilismo]] ou do [[ser]] como um [[abstração]] generalizante. Não é esse o [[ser]] que [[Heráclito]] nos convida a [[pensar]] [[sempre]], quando diz: "[[tudo]] é [[um]]", indicando esse "[[tudo]]" [[riqueza]] de [[doação]] e [[plenitude]]?" (1).
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: "Por que, então, achar que a [[consumação]] do que cada [[ente]] [[é]], ''[[telos]]'', em [[grego]], deve consistir numa dissolução indiferenciante, num [[ser]] indiferenciado, se o que cada um [[é]] não lhe é dado pelos [[limites]], mas pelo [[tempo]]-[[ontológico]] como [[doação]] do [[ser]], que, para [[simplesmente]] [[ser]], só pode [[ser]] a [[diferença]] das [[diferenças]], embora se faça [[presente]] no [[presente]] com que presenteia cada [[ente]]-[[ser]]? Como se daria então a [[referência]] [[ser]] (não-mais-ente) / [[diferença]] como [[referência]] ao [[ser]] e como [[referência]] aos [[outros]] seres-não-mais-entes? Uma coisa fica clara. Cada [[ser]]-[[ente]] e cada ser-não-mais-ente é sempre uma [[doação]] do [[ser]]. Daí que o [[ser]] que doa só pode [[doar]] a partir da sua riqueza e não e jamais a partir do [[niilismo]] ou do [[ser]] como um [[abstração]] generalizante. Não é esse o [[ser]] que [[Heráclito]] nos convida a [[pensar]] [[sempre]], quando diz: "[[tudo]] é [[um]]", indicando esse "[[tudo]]" riqueza de [[doação]] e [[plenitude]]?" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''Linguagem: nosso maior bem''. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 21
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. '''[[Linguagem]]: nosso maior [[bem]]. ''Série Aulas Inaugurais''. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 21.'''
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: "O termo [[Niilismo]] foi utilizado para caracterizar correntes e [[posições]] [[filosóficas]] muito diferentes: [[ateísmo]], egocentrismo, [[solipsismo]], [[ceticismo]], [[materialismo]], pessimismo. Pode ter sido reivindicado com toda a positividade de um [[movimento]] portador de novos [[valores]]; pode também ter servido para denunciar os [[sinais]] [[culturais]] de uma [[civilização]] doente" (1).
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: (1) EDWALD, François.''' "O [[Niilismo]] - [[História]] da [[palavra]]". In: -----. ''Magazine Littéraire'', No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.'''
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: "Quanto à [[etimologia]], esta é de pouca utilidade: [[saber]] que [[Niilismo]] é formado a partir da [[raiz]] [[latina]] '''nihil''', que significa [[nada]], não diz praticamente [[nada]] sobre o que é o [[Niilismo]]. Compreendê-lo implica recolocar esta [[palavra]] nos [[diferentes]] [[contextos]] de sua utilização" (1).
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: (1) EDWALD, François.''' "O [[Niilismo]] - [[História]] da [[palavra]]". In: -----. ''Magazine Littéraire'', No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.'''

Edição atual tal como 22h32min de 27 de Abril de 2025

Tabela de conteúdo

1

"Para o fundamentar o fundar é nada. E o nada não é só dispensável, não-funcional, é temível e deve ser evitado, esquecido. O mais vigoroso esquecimento do nada é o niilismo, que é a realidade reduzida a um sistema causal e funcional, mas sem sentido, a não ser o da intencionalidade ou finalidade do próprio sistema. Porém, o sistema sem o ser, é o nada do niilismo, ou seja, a via mais fácil para denegar o fundar" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Fundar e fundamentar". In: Pensamento no Brasil, v. I - Emmanuel Carneiro Leão. SANTORO, Fernando e Outros, Org. Rio de Janeiro: Hexis, 2010, p. 220.

2

"Por que, então, achar que a consumação do que cada ente é, telos, em grego, deve consistir numa dissolução indiferenciante, num ser indiferenciado, se o que cada um é não lhe é dado pelos limites, mas pelo tempo-ontológico como doação do ser, que, para simplesmente ser, só pode ser a diferença das diferenças, embora se faça presente no presente com que presenteia cada ente-ser? Como se daria então a referência ser (não-mais-ente) / diferença como referência ao ser e como referência aos outros seres-não-mais-entes? Uma coisa fica clara. Cada ser-ente e cada ser-não-mais-ente é sempre uma doação do ser. Daí que o ser que doa só pode doar a partir da sua riqueza e não e jamais a partir do niilismo ou do ser como um abstração generalizante. Não é esse o ser que Heráclito nos convida a pensar sempre, quando diz: "tudo é um", indicando esse "tudo" riqueza de doação e plenitude?" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. Linguagem: nosso maior bem. Série Aulas Inaugurais. Faculdade de Letras, UFRJ, 2o. sem. / 2004, p. 21.

3

"O termo Niilismo foi utilizado para caracterizar correntes e posições filosóficas muito diferentes: ateísmo, egocentrismo, solipsismo, ceticismo, materialismo, pessimismo. Pode ter sido reivindicado com toda a positividade de um movimento portador de novos valores; pode também ter servido para denunciar os sinais culturais de uma civilização doente" (1).


Referência:
(1) EDWALD, François. "O Niilismo - História da palavra". In: -----. Magazine Littéraire, No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.

4

"Quanto à etimologia, esta é de pouca utilidade: saber que Niilismo é formado a partir da raiz latina nihil, que significa nada, não diz praticamente nada sobre o que é o Niilismo. Compreendê-lo implica recolocar esta palavra nos diferentes contextos de sua utilização" (1).


Referência:
(1) EDWALD, François. "O Niilismo - História da palavra". In: -----. Magazine Littéraire, No. 279, Julho / Agosto, 1990, p. 18. Trad. Manuel Antônio de Castro.
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