Poema

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 44.
:(1) PESSANHA, Fábio Santana. ''A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 44.
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:'''Ver também:'''
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:*[[Poesia]]
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Edição de 13h58min de 9 de janeiro de 2014

1

“Um poema não quer dizer, ele diz. E esse dizer não é um ‘fazer como’, uma indicação de um caminho a seguir, mas é o próprio caminhar. Ler um poema é se abrir ao indizível, por isso, como podemos dizer que um poema retrata, caracteriza ou luta por algo?
O impacto de um poema não se restringe apenas à explosão subjetiva das sensações, isto é, o poema não está a serviço da sensibilidade, do sensório. Mais do que isso, ele nos convoca a adentrarmos naquilo que não conhecemos sobre nosso próprio; um caminho de procura cuja busca se dá na peregrinação do que estamos sendo, portanto, um ato contínuo de desencobrimento.
Um poema é uma abertura, então devemos lê-lo sem querer respostas, mas de maneira questionante. Devemos ser com o poema” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 44.


Ver também:

2

“Em um poema não há lógica, só é necessário que nos entreguemos para nos tornarmos corpo com o poema. Não sabemos seu modo de realização, pois apenas nos entregamos para que, com eles, nos realizemos de maneira surpreendente. Eis aí o espanto do operar poético: um mar se dando na multiperspectividade de nuances, em que não é possível identificar um porto seguro” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 51.


3

“[...] num poema não há descrições, mas fulgurância do real em lampejos de realidade” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 104.


4

“Um poema não é motivo de paz ou reencontro de aprendizados. Muito mais do que isso, é perdição, labirinto que desordena a arrumação do já sabido, dispondo-se em caminhos e segredos irreveláveis” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 115.


5

“Enquanto obra de arte, um poema nos faz repensar o sentido da realidade, provocando-nos vertigens e subversões. Faz-nos rever como humanos na efervescência do real, trazendo ao proscênio de nossas ações a instabilidade de ser o que se é” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 121.


6

“[...] um poema não tem lógica, ele inaugura seu modo de realidade, seu tempo: é histórico por traduzir no desenho de seu corpo musical a tradição” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 132.


7

“Um poema não tem lógica, mas impõe um sentido. Quando afirmamos a ausência de lógica de um poema, não significa que seja incompreensível, de forma alguma! Estamos nos reportando ao fato daqueles que tentam fazer do poema uma mina na qual se escavam sentidos externos, em que a lógica é estabelecida de fora, a partir da aplicação de teóricos de todos os tipos e lugares, como se um poema precisasse do aval de um técnico, de um especialista para se fazer poético. No mínimo é o contrário, pois qualquer teoria só é possível a partir do poético, e aqui ressaltamos que poético não é forma de poema, mas poíesis, vigor de presença, a essência de todo agir que age essencialmente na procura de seu princípio” (1).


Referência:
(1) PESSANHA, Fábio Santana. A hermenêutica do mar – Um estudo sobre a poética de Virgílio de Lemos. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2013, p. 132.