Língua

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: TAVARES, Renata e Outros (org.). ''O sagrado, a arte e a família''. São Paulo: Editora LiberArs, p. 28, 2011.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: TAVARES, Renata e Outros (org.). ''O sagrado, a arte e a família''. São Paulo: Editora LiberArs, p. 28, 2011.
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: "Os gregos nomearam cada algo com uma [[palavra]] diferente. O que permanece: hypo-keimenon. O que muda: symbebekós. E a [[tradução]]? Eis de novo o [[problema]]. É que cada [[tradução]] já traz com ela um [[horizonte]] onde se dá a [[posição]] da [[língua]] para a qual se traduz. Sim, toda [[língua]] já constitui uma [[posição]] no [[silêncio]] e [[vazio]] do [[ser]]. Para o português, a via de acesso a essas [[palavras]] gregas foi o latim. E é a partir do latim que nos advém a [[posição]] tanto em [[relação]] à [[questão]], quanto em [[relação]] [[resposta]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.

Edição de 15h30min de 20 de Abril de 2018

1

Reduzir a linguagem à língua é a tentativa moderna de reduzir a vida ao vivente. Só na língua é possível reduzir a realidade a julgamentos, a orações, fonte necessária de todos os atributos, de todas as representações, de todos os suportes. Toda representação origina e tem sua vigência num sistema. Daí ser tradicional e comum a representação de língua como um código. Código pode ser representado e visualizado como uma rede (de significados) ou sistema articulado de linhas e nós, onde se esquece o vazio em que eles podem se constituir em rede e até se expandir em novos significados. Não há significado sem sentido, como não há sentido sem vazio ou silêncio.


- Manuel Antônio de Castro

2

Toda língua é uma experienciação do real que se dá e se retrai como Linguagem.


- Manuel Antônio de Castro


3

 : "E a tradução? Eis de novo o problema. É que cada tradução já traz com ela um horizonte onde se dá a posição da língua para a qual se traduz. Sim, toda língua já constitui uma posição no silêncio e vazio do ser" (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.


4

"Língua e vocabulário podem se tornar duas palavras enganadoras, pois o que aí se quer dizer precede e excede em muito o que elas tanto evocam como manifestam. Convocar, evocar, vocação, voz e vocábulo têm a mesma “raiz indo-européia *wek.w, que indicava a emissão de voz com todas as forças religiosas e jurídicas que delas resultam” (1). É a voz que, provindo do sagrado, tem força de realização, de manifestação da realidade. É a voz de todas as forças divinas, dos deuses" (2).


Referência:
(1) ERNOUT , A. e MEILLET, A. Dictionnaire étymologique de la langue latine. Paris: Klincksiek, 1979, 754).
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 240.

5

"À língua como corpo vivo que é mundo é que denomino vocabulário. A grande diferença que aí acontece está em que mundo passa a ser o sentido do ser. Sentido se constitui então no sangue do corpo vivo, porque nele o ser acontece permanentemente. Surpreender numa obra o seu vocabulário não é uma tarefa gramatical, nem semântica, nem lexical, nem sintática. É poética, enquanto corpo vivo; mundo, enquanto sentido. Este não provém do vocabulário, mas do logon [ver logos] do ser, da voz do sagrado. Logon [ver logos] mais do que vocabulário é sentido".


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Obra de arte, vocabulário e mundo". In: ------------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 249.


6

"A presença institui a realidade como mundo. A representação reproduz o mundo instituído. Na sentença, o núcleo é a vigência do verbo. Verbo é tempo e tempo é presente. Sem verbo não há língua, se por verbo entendermos um vigorar do tempo e não uma categoria gramatical. O vigorar da língua é a linguagem" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Identidade: os dois ocidentes". In: TAVARES, Renata e Outros (org.). O sagrado, a arte e a família. São Paulo: Editora LiberArs, p. 28, 2011.


7

"Os gregos nomearam cada algo com uma palavra diferente. O que permanece: hypo-keimenon. O que muda: symbebekós. E a tradução? Eis de novo o problema. É que cada tradução já traz com ela um horizonte onde se dá a posição da língua para a qual se traduz. Sim, toda língua já constitui uma posição no silêncio e vazio do ser. Para o português, a via de acesso a essas palavras gregas foi o latim. E é a partir do latim que nos advém a posição tanto em relação à questão, quanto em relação resposta" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.
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