Grego

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:Ernesto Grassi, citando Georgiades, faz uma caracterização da língua grega muito interessante e que pode ser aproximada da totalidade cósmica mítica. É necessário ver as páginas 142-151. É importante sobretudo o que diz sobre música, p. 145. Ela está ligada ao corpo: "Os gregos exprimiram a unidade de todos os seus momentos na palavra ''mousiké'', termo esse que possui um significado muito mais vasto do que o do nosso vocabulo música. Para nós trata-se de fenômenos diversos e, por isso, nos é difícil concebê-los como um único. Para Píndaro, o cântico do coro, a linguagem sustentada pela música, não era uma ''techné'' isolada, e Platão atribuía à ''mousiké'' uma virtude educativa porque a concebia como unidade de palavra, ritmo e dança." (1)
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: Ernesto Grassi, citando Georgiades, faz uma caracterização da [[língua]] [[grega]] muito interessante e que pode ser aproximada da totalidade cósmica mítica. É importante, sobretudo, o que diz sobre [[música]] ligada ao [[corpo]]: "Os [[gregos]] exprimiram a [[unidade]] de todos os seus momentos na [[palavra]] ''mousiké'', termo esse que possui um significado muito mais vasto do que o do nosso [[vocábulo]] [[música]]. Para nós trata-se de [[fenômenos]] diversos e, por isso, nos é difícil concebê-los como um único. Para Píndaro, o [[cântico]] do coro, a [[linguagem]] sustentada pela [[música]], não era uma ''[[techné]]'' isolada, e [[Platão]] atribuía à ''mousiké'' uma virtude educativa porque a concebia como [[unidade]] de [[palavra]], [[ritmo]] e [[dança]]" (1).
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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:(1) ''Arte e mito''. Lisboa: Livros do Brasil, s/d., p. 145.
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:(1) GRASSI, Ernesto. ''Arte e mito''. Lisboa: Livros do Brasil, s/d., p. 145.
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". Trad. Ernildo Stein. In: '''Os pré-socráticos''' - Coleção '''Os pensadores'''. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 27.
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: (1) FRECHEIRAS, Marta Luzie de Oliveira. "Intencionalidade, memória e reminiscência em Aristóteles". In: Revista '''Tempo Brasileiro - Interdisciplinaridade: dimensões poéticas''', 164. Rio de Janeiro: jan.-mar. 2006, p. 38.
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: ''Os [[sacerdotes]] [[egípcios]] são supremos na [[ciência]] do [[céu]]. [[Misteriosos]] e relutantes, por fim, após muita insistência, permitiram-se [[ser]] persuadidos a dividir alguns de seus [[preceitos]], apesar de ainda esconderem a maior parte. Revelaram aos [[gregos]] os [[segredos]] do ano [[inteiro]], que os [[gregos]] ignoravam, como tantas outras [[coisas]]'' (1).
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: (1) GADALLA, Moustafa. "A Estabilidade dos Quatro". In: ------. '''Cosmologia egípcia - o universo animado'''. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 84.

Edição atual tal como 20h46min de 4 de Abril de 2021

1

Ernesto Grassi, citando Georgiades, faz uma caracterização da língua grega muito interessante e que pode ser aproximada da totalidade cósmica mítica. É importante, sobretudo, o que diz sobre música ligada ao corpo: "Os gregos exprimiram a unidade de todos os seus momentos na palavra mousiké, termo esse que possui um significado muito mais vasto do que o do nosso vocábulo música. Para nós trata-se de fenômenos diversos e, por isso, nos é difícil concebê-los como um único. Para Píndaro, o cântico do coro, a linguagem sustentada pela música, não era uma techné isolada, e Platão atribuía à mousiké uma virtude educativa porque a concebia como unidade de palavra, ritmo e dança" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) GRASSI, Ernesto. Arte e mito. Lisboa: Livros do Brasil, s/d., p. 145.


Ver também:

2

"Grego não significa, em nossa maneira de falar, uma propriedade étnica, nacional, cultural ou antropológica; grego são os primórdios do destino sob cuja figura o ser mesmo se clarifica no seio do ente, apelando para a essência do homem que, enquanto destinada, tem seu curso histórico nos diferentes modos, segundo os quais ela é mantida no ser ou por ele abandonada (dele emanada), sem, entretanto, jamais dele ser separada" (1).


Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A sentença de Anaximandro". Trad. Ernildo Stein. In: Os pré-socráticos - Coleção Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p. 27.

3

"O tema central na filosofia grega, começando com Parmênides e Górgias nos concerne a pensar o que não é. Pensar, portanto, consiste em uma relação com a coisa sobre a qual a pessoa pensa. No entanto, nenhuma relação pode acontecer se o que é relatado não acontece. Podemos, às vezes, pensar o que não existe. E isso é a loucura. Uma vida tão solipsista que acaba por afastar-se completamente da realidade" (1).


Referência:
(1) FRECHEIRAS, Marta Luzie de Oliveira. "Intencionalidade, memória e reminiscência em Aristóteles". In: Revista Tempo Brasileiro - Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164. Rio de Janeiro: jan.-mar. 2006, p. 38.

4

"O conhecimento avançado dos egípcios sobre astronomia, refletido em seu candelário, foi reconhecido pelo grande Strabo (64 a.C. - 25 EC), que escreveu:
Os sacerdotes egípcios são supremos na ciência do céu. Misteriosos e relutantes, por fim, após muita insistência, permitiram-se ser persuadidos a dividir alguns de seus preceitos, apesar de ainda esconderem a maior parte. Revelaram aos gregos os segredos do ano inteiro, que os gregos ignoravam, como tantas outras coisas (1).


Referência:
(1) GADALLA, Moustafa. "A Estabilidade dos Quatro". In: ------. Cosmologia egípcia - o universo animado. Trad. Fernanda Rossi. São Paulo: Madras Editora, 2003, p. 84.
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