Aparência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

(Diferença entre revisões)
(1)
(4)
 
(11 edições intermediárias não estão sendo exibidas.)
Linha 1: Linha 1:
== 1 ==
== 1 ==
-
: "A [[linguagem]] é o mais concentrado modo de ser da [[realidade]]. Na [[linguagem]] o [[real]] se mostra em si mesmo com [[plenitude]] de [[liberdade]]. O [[real]] se realiza numa variedade infinda de modos, níveis e graus de mostrar-se. Há até a [[possibilidade]] de o [[real]] mostrar-se como algo que em si mesmo não é. Neste mostrar-se, o [[real]] aparece como se fosse. É o [[parecer]] e a aparência" (1).
+
: "A [[linguagem]] é o mais concentrado modo de ser da [[realidade]]. Na [[linguagem]] o [[real]] se mostra em si mesmo com [[plenitude]] de [[liberdade]]. O [[real]] se realiza numa variedade infinda de modos, níveis e graus de mostrar-se. Há até a [[possibilidade]] de o [[real]] mostrar-se como algo que em si mesmo não é. Neste mostrar-se, o [[real]] aparece como se fosse. É o [[parecer]] e a [[aparência]]" (1).
Linha 6: Linha 6:
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.
-
 
-
 
== 2 ==
== 2 ==
Linha 15: Linha 13:
: Referência:
: Referência:
-
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 308.
+
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 308.
 +
 
 +
== 3 ==
 +
: "Toda [[diferença]] é o [[outro]] de si-mesmo e o [[outro]] dos [[outros]]. Então, por esses dois [[motivos]], não se pode trabalhar de maneira alguma com a [[oposição]] [[aparência]] e [[essência]]. Esta [[dicotomia]] atribuída a Platão funda-se em uma [[leitura]] equivocada do que ele propõe para ser pensado. A ''[[idéa]]'' não é o oposto do que aparece. Ele trabalha com o ''tò mé on'', o ''[[nada criativo]]'', com as [[possibilidades]] de e para as [[possibilidades]]. Portanto, o [[lugar]] do [[aparecer]] e do [[parecer]] da [[aparência]] está em que tal [[aparecer]] se torna o índice de algo que não pode ser repetido nem esperado como o definitivo, mas como um passo no [[caminho]] que se pode [[realizar]] sem jamais completar e repetir, exigindo novos passos. Nesse sentido, o [[passado]] sempre vigora, não passa" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. '''Arte: o humano e o destino'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 308.
 +
 
 +
== 4 ==
 +
: "A [[Natureza]], para [[Nietzsche]], é uma força irresistível que se manifesta como [[unidade]] e [[multiplicidade]], num [[eterno retorno]] tensional. Simboliza a [[unidade]] pelo [[instinto]] [[dionisíaco]], que tem um [[conhecimento]] imediato de si. O [[uno]] tem [[necessidade]] para sua [[libertação]] do encanto da [[visão]] e da [[alegria]] da [[aparência]], pois quanto mais [[diferente]] mais [[uno]], daí tender à [[aparência]], ou seja, ao [[múltiplo]], ao [[finito]] e [[individual]], sentindo-se cada um [[alienado]] e sofrendo. Toma como [[símbolo]] da [[aparência]] ou da [[multiplicidade]] o [[instinto]] [[apolíneo]]. O [[uno]] ao multiplicar-se e, portanto, [[libertar-se]], experimenta um profundo gozo e força, que [[Nietzsche]] visualiza no [[renascer]] da [[multiplicidade]] e [[aparência]], conhece que o gozo da [[aparência]] é falaz e retorna ao [[uno]]. Nessa [[perspectiva]], o [[trágico]] é a [[representação]] simbólica da [[sabedoria]] [[dionisíaca]], com a ajuda de meios [[artísticos]] [[apolíneos]] e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao [[uno]]. O estado [[apolíneo]], pela [[aparência]], corresponde ao [[princípio]] da “[[medida]]” no [[sentido]] [[helênico]]" (1).
 +
 
 +
 
 +
:  Referência:
 +
 
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em '''Vidas Secas'''". In:-----. '''Travessia Poética'''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 77.
 +
 
 +
== 5 ==
 +
: "A [[aparência]] para se mostrar como [[aparência]] tem antes de [[aparecer]] e [[parecer]]" (1).
 +
 
 +
 
 +
: Referência:
 +
 
 +
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. ''O ser e a aparência''. Ensaio ainda não publicado.

Edição atual tal como 12h53min de 11 de janeiro de 2022

Tabela de conteúdo

1

"A linguagem é o mais concentrado modo de ser da realidade. Na linguagem o real se mostra em si mesmo com plenitude de liberdade. O real se realiza numa variedade infinda de modos, níveis e graus de mostrar-se. Há até a possibilidade de o real mostrar-se como algo que em si mesmo não é. Neste mostrar-se, o real aparece como se fosse. É o parecer e a aparência" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. Texto distribuído em sala de aula, num curso da pós, em 1971. Faculdade de Letras - UFRJ.

2

"O vigorar da inclusão é que faz a proximidade e distância tornarem-se sempre presentes no amar e não parecer no aparecer. É o dar-se da união amorosa. Só há aparência do aparecer quando há o esquecimento do sentido do ser, porque o aparecer se move no plano dos entes. E estes nunca podem fundar ser, porque só este é vigorar, acontecer. Amar é acontecer" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 308.

3

"Toda diferença é o outro de si-mesmo e o outro dos outros. Então, por esses dois motivos, não se pode trabalhar de maneira alguma com a oposição aparência e essência. Esta dicotomia atribuída a Platão funda-se em uma leitura equivocada do que ele propõe para ser pensado. A idéa não é o oposto do que aparece. Ele trabalha com o tò mé on, o nada criativo, com as possibilidades de e para as possibilidades. Portanto, o lugar do aparecer e do parecer da aparência está em que tal aparecer se torna o índice de algo que não pode ser repetido nem esperado como o definitivo, mas como um passo no caminho que se pode realizar sem jamais completar e repetir, exigindo novos passos. Nesse sentido, o passado sempre vigora, não passa" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Amar e ser". In: -----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 308.

4

"A Natureza, para Nietzsche, é uma força irresistível que se manifesta como unidade e multiplicidade, num eterno retorno tensional. Simboliza a unidade pelo instinto dionisíaco, que tem um conhecimento imediato de si. O uno tem necessidade para sua libertação do encanto da visão e da alegria da aparência, pois quanto mais diferente mais uno, daí tender à aparência, ou seja, ao múltiplo, ao finito e individual, sentindo-se cada um alienado e sofrendo. Toma como símbolo da aparência ou da multiplicidade o instinto apolíneo. O uno ao multiplicar-se e, portanto, libertar-se, experimenta um profundo gozo e força, que Nietzsche visualiza no renascer da multiplicidade e aparência, conhece que o gozo da aparência é falaz e retorna ao uno. Nessa perspectiva, o trágico é a representação simbólica da sabedoria dionisíaca, com a ajuda de meios artísticos apolíneos e, pelo aniquilamento destes, chega-se ao uno. O estado apolíneo, pela aparência, corresponde ao princípio da “medida” no sentido helênico" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "As faces do trágico em Vidas Secas". In:-----. Travessia Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1977, p. 77.

5

"A aparência para se mostrar como aparência tem antes de aparecer e parecer" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. O ser e a aparência. Ensaio ainda não publicado.
Ferramentas pessoais