Valor

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 21h26min de 1 de janeiro de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

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O valor está ligado à linguagem; e esta ao sentido; e este à compreensão; e esta à abertura para o sentido do Ser, o qual se manifesta poeticamente. Interpretar poeticamente é abrir-se para o sentido do Ser enquanto linguagem. E nisso consiste o ético, ou seja, medir-se pela medida do sentido do Ser. Portanto, o ético é valor enquanto sentido do Ser e sua medida. O ético nos advém na eclosão de uma tal medida, ou seja, a verdade do Ser. É a medida do valor ético. Porém, a sua verdade é a não-verdade porque não se pode confundir com a verdade relacionada aos entes, daí também não poder ser confundida a medida das relações entitavas com a medida fundada no Ser. E dessa maneira se diferencia a moral (entes e suas relações) da ética (medida do Ser).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
Cf. HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente habita o homem". In: ______. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.

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Em geral, as concepções das questões essenciais, o que seja a realidade, o humano e a poética/arte, nos vêm das seguintes fontes:

1º. Mitos; 2º. Religiões; 3º. Filosofias; 4º. Teologias; 5º. Ciência. E todas essas fontes, através da ciência e no paradigma da ciência, foram transformadas em disciplinas. Então, frente às disciplinas temos de nos perguntar que lugar ocupam nelas a poética, uma vez que ela não é nenhum cânone, paradigma, modelo, arquétipo, teoria, corrente crítica, pois não parte de conceitos abstratos, de universal abstrato. A Poética é uni-versal concreto, porque nela acontece a aprendizagem do valor da vida e do valor da morte. E essa aprendizagem constitui a essência do valor ético. Enfim, é o valor que dá sentido à vida e se faz presente em todos os nossos atos e escolhas.


- Manuel Antônio de Castro

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Este é o tema central do livro Saudades do carnaval (1). Muito importante é a análise da questão da intersubjetividade vista por Habermas. Mas esta parte da crítica de três autores: Schütz, Wittgenstein e Gada. O autor deixa bem claro que se trata de ver o problema sob o ângulo da sociologia, isto é, como a sociologia pode ao mesmo tempo ser científica e incluir a ação não instrumental, ou seja, a partir de valores que passam por uma compreensão subjetiva.


- Manuel Antônio de Castro


Referência:
(1) MERQUIOR, José Guilherme. Saudades do carnaval. Rio de Janeiro: Forense, 1972.
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