Sentido do ser

De Dicionrio de Potica e Pensamento

Edição feita às 15h17min de 4 de Novembro de 2019 por Profmanuel (Discussão | contribs)

Tabela de conteúdo

1

"Mas, no que se dá a ver, a realidade ao mesmo tempo se vela e retrai, tornando-a inesgotável e misteriosa. Ora, esta dinâmica de mostrar-se e ocultar-se é o que os gregos denominaram a-letheia, ou seja, verdade. A grande força de todo paradigma está na visão de verdade que ele propõe. Porém, não é possível qualquer paradigma dar conta de toda a realidade, muito menos de todo o acontecer do sentido do ser. E o alcance de sua verdade ficará restrito ao que se vê daquilo que se deu a ver. Como este não cessa, é ele que possibilita ultrapassar e criar novos paradigmas e suas verdades. Esta dinâmica histórica de transformações não é ditada pela ação da vontade do homem, mas pelo destinar-se do sentido do ser, que permanece enigmático para o ser humano" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 19.

2

"Pensar o sentido do ser é escutar a realidade nos vórtices das realizações, deixando-se dizer para si mesmo o que é digno de ser pensado como o outro" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 15.


Ver também:
*Acontecer
*Diálogo

3

"O presente vigorando entre passado e futuro é a memória. Enquanto memória ela é o que foi, o que é, o que será. A memória é o ser vigorando. E como se constitui em unidade a memória ou o ser vigorando? Quando assim perguntamos só podemos perguntar porque a memória do ser já se nos ofereceu como pergunta. Só podemos perguntar porque já vigoramos no ser, na memória do sentido do ser. É que o ser, a memória ou sentido do ser, é questão" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio ainda não publicado.


4

O valor está ligado à linguagem; e esta ao sentido; e este à compreensão; e esta à abertura para o sentido do Ser, o qual se manifesta poeticamente. Interpretar poeticamente é abrir-se para o sentido do Ser enquanto linguagem. E nisso consiste o ético, ou seja, medir-se pela medida do sentido do Ser. Portanto, o ético é valor enquanto sentido do Ser e sua medida. O ético nos advém na eclosão de uma tal medida, ou seja, a verdade do sentido do Ser. É a medida do valor ético. Porém, a sua verdade é a não-verdade porque não se pode confundir com a verdade relacionada aos entes, daí também não poder ser confundida a medida das relações entre os entes e das nossas relações com os entes com a medida fundada no sentido do Ser. E dessa maneira se diferencia a moral (entes e suas relações) da ética (medida do sentido do Ser). Para aprofundar estas questões, veja-se o ensaio de Heidegger: "... poeticamente habita o homem" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente habita o homem". In: ______. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.
Ferramentas pessoais