Sentido do ser
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→2) |
(→3) |
||
Linha 28: | Linha 28: | ||
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio ainda não publicado. | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio ainda não publicado. | ||
+ | |||
+ | |||
+ | |||
+ | == 4 == | ||
+ | : O [[valor]] está ligado à [[linguagem]]; e esta ao [[sentido]]; e este à [[compreensão]]; e esta à abertura para o [[sentido do Ser]], o qual se manifesta poeticamente. [[Interpretar]] poeticamente é abrir-se para o [[sentido do Ser]] enquanto [[linguagem]]. E nisso consiste o [[ético]], ou seja, medir-se pela [[medida]] do [[sentido do Ser]]. Portanto, o [[ético]] é [[valor]] enquanto [[sentido do Ser]] e sua [[medida]]. O [[ético]] nos advém na eclosão de uma tal [[medida]], ou seja, a [[verdade]] do [[sentido do Ser]]. É a [[medida]] do [[valor]] [[ético]]. Porém, a sua [[verdade]] é a [[não-verdade]] porque não se pode confundir com a [[verdade]] relacionada aos [[entes]], daí também não [[poder]] [[ser]] confundida a [[medida]] das [[relações]] [[entre]] os [[entes]] e das nossas [[relações]] com os [[entes]] com a [[medida]] fundada no [[sentido do Ser]]. E dessa maneira se diferencia a [[moral]] ([[entes]] e suas [[relações]]) da [[ética]] ([[medida]] do [[sentido do Ser]]). Para aprofundar estas [[questões]], veja-se o [[ensaio]] de [[Heidegger]]: "... poeticamente habita o homem" (1). | ||
+ | |||
+ | |||
+ | : - [[Manuel Antônio de Castro]] | ||
+ | |||
+ | : Referência: | ||
+ | |||
+ | : (1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente habita o homem". In: ______. ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002. |
Edição de 15h17min de 4 de Novembro de 2019
Tabela de conteúdo |
1
- "Mas, no que se dá a ver, a realidade ao mesmo tempo se vela e retrai, tornando-a inesgotável e misteriosa. Ora, esta dinâmica de mostrar-se e ocultar-se é o que os gregos denominaram a-letheia, ou seja, verdade. A grande força de todo paradigma está na visão de verdade que ele propõe. Porém, não é possível qualquer paradigma dar conta de toda a realidade, muito menos de todo o acontecer do sentido do ser. E o alcance de sua verdade ficará restrito ao que se vê daquilo que se deu a ver. Como este não cessa, é ele que possibilita ultrapassar e criar novos paradigmas e suas verdades. Esta dinâmica histórica de transformações não é ditada pela ação da vontade do homem, mas pelo destinar-se do sentido do ser, que permanece enigmático para o ser humano" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "A globalização e os desafios do humano". In: Revista Tempo Brasileiro, 201/202 - Globalização, pensamento e arte. Rio de Janeiro, abr.-set., 2015, p. 19.
2
- "Pensar o sentido do ser é escutar a realidade nos vórtices das realizações, deixando-se dizer para si mesmo o que é digno de ser pensado como o outro" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Apresentação". In: HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1988, p. 15.
- Ver também:
3
- "O presente vigorando entre passado e futuro é a memória. Enquanto memória ela é o que foi, o que é, o que será. A memória é o ser vigorando. E como se constitui em unidade a memória ou o ser vigorando? Quando assim perguntamos só podemos perguntar porque a memória do ser já se nos ofereceu como pergunta. Só podemos perguntar porque já vigoramos no ser, na memória do sentido do ser. É que o ser, a memória ou sentido do ser, é questão" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Espelho: o perigoso caminho do auto-diálogo". Ensaio ainda não publicado.
4
- O valor está ligado à linguagem; e esta ao sentido; e este à compreensão; e esta à abertura para o sentido do Ser, o qual se manifesta poeticamente. Interpretar poeticamente é abrir-se para o sentido do Ser enquanto linguagem. E nisso consiste o ético, ou seja, medir-se pela medida do sentido do Ser. Portanto, o ético é valor enquanto sentido do Ser e sua medida. O ético nos advém na eclosão de uma tal medida, ou seja, a verdade do sentido do Ser. É a medida do valor ético. Porém, a sua verdade é a não-verdade porque não se pode confundir com a verdade relacionada aos entes, daí também não poder ser confundida a medida das relações entre os entes e das nossas relações com os entes com a medida fundada no sentido do Ser. E dessa maneira se diferencia a moral (entes e suas relações) da ética (medida do sentido do Ser). Para aprofundar estas questões, veja-se o ensaio de Heidegger: "... poeticamente habita o homem" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "... poeticamente habita o homem". In: ______. Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.