Matemática

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Aprender e ensinar". In: ------. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis/RJ: Vozes, 1977, p. 49.
: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Aprender e ensinar". In: ------. ''Aprendendo a pensar''. Petrópolis/RJ: Vozes, 1977, p. 49.
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: "Com o [[surgimento]] da [[ciência]], a partir dos [[conceitos]] [[filosóficos]], estes sofrem uma [[transformação]]: além dos [[limites]] [[definidos]], passa a ser exigidos deles [[exatidão]]. E então, além da [[lógica]], introduz-se a [[linguagem]] [[matemática]], a [[linguagem]] da [[exatidão]] e da [[precisão]]. A maioria dos [[conceitos]] com que se [[analisam]] as [[obras de arte]] surgiram a partir do [[paradigma]] [[científico]]. E acabaram por ocultar as [[questões]] em que sempre a [[arte]] se move. O [[conceito]] traz a [[ideia]] de [[objetividade]]. Esta, fundada na [[exatidão]] da [[matemática]], traz a [[certeza]]. Porém, hoje, tudo isso está, de novo, em [[questão]]" (1).
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: Referência:
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:  (1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). ''Arte em questão: as questões da arte''. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.

Edição de 13h25min de 1 de Agosto de 2019

1

A prática vai levar a metáfora do relógio/tempo para todas as esferas da realidade/natureza. Temos de ficar atentos às reduções que se vão operando. A mais complexa é aí o abandono da preocupação ontológica com o que é e o foco único no como é, mas não mais relacionado a o que é. Agora o como é diz respeito a o como se conhece. É este em última instância que determina tudo, pois tudo será objeto do conhecimento que se torna o verdadeiro sujeito, o verdadeiro criador. E vamos ter as seguintes reduções:
Ente > obra > relógio/organismo>corpo. Por isso não se fala mais em ente nem em obra nem em corpo, mas se falará sempre e para tudo em objeto. No lugar da Ontologia vamos ter na Modernidade a Epistemologia. E no lugar da Poética vamos ter a Estética E cada objeto/corpo/máquina/organismo é objeto de um conhecimento, submetido à razão crítica, que fundamenta o como se conhece. Surgem as disciplinas e seus objetos de conhecimento. Isso tanto no plano singular quanto no plano das entidades coletivas, como o Estado, a Sociedade, as Épocas. Daí a história estar submetida radicalmente à cronologia. Aliás, tudo ficará submetido à cronologia/tempo. Conhecer a partir do tempo/cronologia é uma questão de medição/cálculo. No fundo, tudo estará submetido ao tempo. Mas este passa a ser o que é acessível à medição/cálculo. Disso se encarregam as diferentes disciplinas que para tal são criadas. Porém, o princípio de medição que dará o verdadeiro conhecimento será o efetuado a partir do que se opera pela matemática, base de todo cálculo, a possibilidade de aprender e ser ensinado.


- Manuel Antônio de Castro.


2

"Aprender-e-ensinar é, pois, a identidade e diferenciação de nossas diferenças com a realidade, tanto com a realidade que nós mesmos somos, como com a realidade que nós mesmos não somos. Para aprender, não podemos receber tudo, mas devemos, de certo modo, trazer alguma coisa conosco para o encontro. Os gregos chamavam esta dinâmica, do que pode ser aprendido e do que pode ser ensinado, de máthema donde provêm os termos ocidentais de matemático e matemática" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Aprender e ensinar". In: ------. Aprendendo a pensar. Petrópolis/RJ: Vozes, 1977, p. 49.


3

"Com o surgimento da ciência, a partir dos conceitos filosóficos, estes sofrem uma transformação: além dos limites definidos, passa a ser exigidos deles exatidão. E então, além da lógica, introduz-se a linguagem matemática, a linguagem da exatidão e da precisão. A maioria dos conceitos com que se analisam as obras de arte surgiram a partir do paradigma científico. E acabaram por ocultar as questões em que sempre a arte se move. O conceito traz a ideia de objetividade. Esta, fundada na exatidão da matemática, traz a certeza. Porém, hoje, tudo isso está, de novo, em questão" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. “Heidegger e as questões da arte”. In: Manuel Antônio de Castro, (org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 15.
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