Quaternidade
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : ''Geviert'' é uma [[palavra]] alemã usada por Heidegger e formada a partir do número quatro - ''vier'' - que significa quaternidade. A [[coisa]] tem como dinâmica de [[manifestação]] quatro referentes. As [[traduções]] variam: quaternidade, quadratura, quadripartite, quaterniforme. Os quatro são: [[céu]] e [[terra]], [[mortais]] e [[imortais]]. Deles, trata Heidegger nos ensaios: "A coisa" e "Construir, habitar, pensar" (1). Essa [[relação]]/[[referência]] dá margem a muitas [[interpretações]], das quais a [[compreensão]] ou [[sentido]] se torna mais clara a partir da observação de Souza: "Falta-nos a [[proximidade]] como [[presença]] do [[ser]]; falta-nos a [[proximidade]] das [[coisas]] enquanto [[coisas]], enquanto não dominadas pela maquinação dos [[homens]]. Neste sentido, o que Walter Benjamin chama de [[aura]] equivale ao que Heidegger denomina ''das Ding''. O que é propriamente 'coisa' nos escapa, mas temos as [[referências]]: terra/céu; mortais/imortais" (2). | + | : ''Geviert'' é uma [[palavra]] alemã usada por [[Heidegger]] e formada a partir do número quatro - ''vier'' - que significa quaternidade. A [[coisa]] tem como dinâmica de [[manifestação]] quatro referentes. As [[traduções]] variam: quaternidade, quadratura, quadripartite, quaterniforme. Os quatro são: [[céu]] e [[terra]], [[mortais]] e [[imortais]]. Deles, trata [[Heidegger]] nos ensaios: "A coisa" e "Construir, habitar, pensar" (1). Essa [[relação]]/[[referência]] dá margem a muitas [[interpretações]], das quais a [[compreensão]] ou [[sentido]] se torna mais clara a partir da observação de Souza: "Falta-nos a [[proximidade]] como [[presença]] do [[ser]]; falta-nos a [[proximidade]] das [[coisas]] enquanto [[coisas]], enquanto não dominadas pela maquinação dos [[homens]]. Neste sentido, o que Walter Benjamin chama de [[aura]] equivale ao que [[Heidegger]] denomina ''das Ding''. O que é propriamente 'coisa' nos escapa, mas temos as [[referências]]: [[terra]] / [[céu]]; [[mortais]] / [[imortais]]" (2). |
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- | : (1) In: HEIDEGGER, Martin. ''Ensaios e conferências''. Petrópolis, Vozes, 2002. | + | : (1) In: [[HEIDEGGER]], Martin.''' [[Ensaios]] e conferências''. Petrópolis, Vozes, 2002.''' |
- | : (2) SOUZA, Ronaldes de Melo e. "Epigênese do Pós-moderno". In: | + | : (2) SOUZA, Ronaldes de Melo e.''' "Epigênese do [[Pós-moderno]]". In: Revista Tempo Brasileiro, 84, Rio, jan-mar., 1986, p.43.''' |
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- | : Esse tema é tratado no ensaio "A coisa" (1), de Martin Heidegger, onde temos: [[coisa]] - quaternidade. É tratado também no ensaio "Construir, habitar, pensar" (2), onde temos: quaternidade - coisa. Neste, não fala em [[mundo]], mas está implícito e seria a abertura da "unidade originária". Não fala de mundo porque trata da questão do espaço do ponto de vista do [[lugar]] (lugar: ponte - coisa). Então, o Lugar é o Mundo como sentido e verdade do Ser. Assim como em ''A origem da obra de arte'' (3) o mundo está em disputa com [[terra]], aqui o lugar está em tensão com [[clareira]]. Conferir abaixo. | + | : Esse [[tema]] é tratado no [[ensaio]] "A coisa" (1), de Martin Heidegger, onde temos: [[coisa]] - [[quaternidade]]. É tratado também no [[ensaio]] "Construir, habitar, pensar" (2), onde temos: [[quaternidade]] - [[coisa]]. Neste, não fala em [[mundo]], mas está implícito e seria a [[abertura]] da "[[unidade]] [[originária]]". Não fala de [[mundo]] porque trata da [[questão]] do [[espaço]] do ponto de vista do [[lugar]] ([[lugar]]: ponte - [[coisa]]). Então, o [[Lugar]] é o [[Mundo]] como [[sentido]] e [[verdade]] do [[Ser]]. Assim como em ''A origem da obra de arte'' (3) o [[mundo]] está em disputa com [[terra]], aqui o [[lugar]] está em tensão com [[clareira]]. Conferir abaixo. |
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- | : (1) HEIDEGGER, Martin. "A coisa". In: | + | : (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "A [[coisa]]". In: [[Ensaios]] e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.''' |
- | : (2) ______. "Construir, habitar, pensar". In: | + | : (2) ______.''' "[[Construir]], [[habitar]], [[pensar]]". In: [[Ensaios]] e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002.''' |
- | : (3) ______. ''A origem da obra de arte | + | : (3) ______. '''A [[origem]] da [[obra de arte]]. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010.''' |
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1
- "No habitar, a quadratura se resguarda à medida que leva para as coisas o seu próprio vigor de essência. As coisas elas mesmas, porém, abrigam a quadratura apenas quando deixadas como coisas em seu vigor" (1).
- Referência:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "Construir, habitar, pensar". In: -----. Ensaios e conferências. Tradução de Emmanuel Carneiro Leão, Gilvan Fogel, Marcia Sá Cavalcante Schuback. Petrópolis: Vozes, 2001, p.131.
- Ver também:
2
- Geviert é uma palavra alemã usada por Heidegger e formada a partir do número quatro - vier - que significa quaternidade. A coisa tem como dinâmica de manifestação quatro referentes. As traduções variam: quaternidade, quadratura, quadripartite, quaterniforme. Os quatro são: céu e terra, mortais e imortais. Deles, trata Heidegger nos ensaios: "A coisa" e "Construir, habitar, pensar" (1). Essa relação/referência dá margem a muitas interpretações, das quais a compreensão ou sentido se torna mais clara a partir da observação de Souza: "Falta-nos a proximidade como presença do ser; falta-nos a proximidade das coisas enquanto coisas, enquanto não dominadas pela maquinação dos homens. Neste sentido, o que Walter Benjamin chama de aura equivale ao que Heidegger denomina das Ding. O que é propriamente 'coisa' nos escapa, mas temos as referências: terra / céu; mortais / imortais" (2).
- Referências:
- (2) SOUZA, Ronaldes de Melo e. "Epigênese do Pós-moderno". In: Revista Tempo Brasileiro, 84, Rio, jan-mar., 1986, p.43.
- Ver também:
- * Habitar
3
- Esse tema é tratado no ensaio "A coisa" (1), de Martin Heidegger, onde temos: coisa - quaternidade. É tratado também no ensaio "Construir, habitar, pensar" (2), onde temos: quaternidade - coisa. Neste, não fala em mundo, mas está implícito e seria a abertura da "unidade originária". Não fala de mundo porque trata da questão do espaço do ponto de vista do lugar (lugar: ponte - coisa). Então, o Lugar é o Mundo como sentido e verdade do Ser. Assim como em A origem da obra de arte (3) o mundo está em disputa com terra, aqui o lugar está em tensão com clareira. Conferir abaixo.
- Referências:
- (1) HEIDEGGER, Martin. "A coisa". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.
- (2) ______. "Construir, habitar, pensar". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.
- (3) ______. A origem da obra de arte. Trad. Idalina Azevedo da Silva e Manuel Antônio de Castro. São Paulo: Edições 70, 2010.