Psykhé

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: A divisão tradicional em [[físico]] e [[psíquico]] pode levar a confusões, pois uma tal divisão não se sustenta hoje mais, tendo em vista os estudos [[genética|genéticos]]. Isso também pode ser visto no [[ensaio]] "A [[coisa]]", de Martin [[Heidegger]] (1), quando pensa a [[coisa]], isto é, a [[realidade]] se realizando como [[quaternidade]]. É na e como [[quaternidade]] que devemos [[pensar]] o [[corpo]], pois este inclui sempre [[mundo]], [[terra]] e [[memória]]. "Muitos [[fenômenos]] [[psicológicos]] são melhor explicados quando se assume que a [[vida]] [[psíquica]] tem características [[análogas]] aos [[fenômenos]] [[físicos]]. [[Jung]] examinou esta [[analogia]] em detalhes no seu [[ensaio]] "On the Nature of Dreams" e "On Psychic Energy", ambos em ''The Structure and Dynamics of the Psyche''" (2).  
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: A divisão tradicional em físico e [[psíquico]] pode levar a confusões, pois uma tal divisão não se sustenta hoje mais, tendo em vista os estudos [[genética|genéticos]]. Isso também pode [[ser]] visto no [[ensaio]] "A [[coisa]]", de Martin [[Heidegger]] (1), quando pensa a [[coisa]], isto é, a [[realidade]] se realizando como [[quaternidade]]. É na e como [[quaternidade]] que devemos [[pensar]] o [[corpo]], pois este inclui sempre [[mundo]], [[terra]] e [[memória]]. "Muitos [[fenômenos]] [[psicológicos]] são melhor explicados quando se assume que a [[vida]] psíquica tem [[características]] análogas aos [[fenômenos]] físicos. Jung examinou esta [[analogia]] em detalhes no seu [[ensaio]] "On the Nature of Dreams" e "On Psychic Energy", ambos em ''The Structure and Dynamics of the Psyche''" (2).  
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: (1) HEIDEGGER, Martin. "A coisa". In: ''Ensaios e conferências''. Petrópolis: Vozes, 2002.  
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: (1) [[HEIDEGGER]], Martin.''' "A [[coisa]]". In: [[Ensaios]] e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.'''
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: (2) FRANZ, Marie Louise von. ''A interpretação dos contos de fadas''. Rio de janeiro: Achiamé, 1981, p. 134.
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: (2) FRANZ, Marie Louise von.'''A [[interpretação]] dos contos de fadas. Rio de janeiro: Achiamé, 1981, p. 134.'''
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: "Porque [[pensar]] é expor-se ao [[mistério]] da [[realidade]], a [[filosofia]], como [[cura]] e [[cultivo]] do [[pensamento]], requer, nas [[palavras]] de Platão, uma ''metábole holes tes psykhes'', uma con-versão [[radical]] de todo o nosso modo de [[ser]] para sua [[própria]] [[essência]]. Essa con-versão [[originária]] se dá e exerce na [[re-flexão]]" (1).
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: "Porque [[pensar]] é expor-se ao [[mistério]] da [[realidade]], a [[filosofia]], como [[cura]] e cultivo do [[pensamento]], requer, nas [[palavras]] de Platão, uma ''metábole holes tes psykhes'', uma con-versão [[radical]] de todo o nosso modo de [[ser]] para sua [[própria]] [[essência]]. Essa con-versão [[originária]] se dá e exerce na [[re-flexão]]" (1).
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:  (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. “Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------.  ''Aprendendo a pensar, II''. Petrópolis / RJ: Vozes,  1992, p. 181.
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:  (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' “[[Heidegger]] e a [[modernidade]]: a correlação de [[sujeito]] e [[objeto]]”. In: ------------.  [[Aprendendo]] a [[pensar]], II''. Petrópolis / RJ: Vozes,  1992, p. 181.'''
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:  (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Dialética: entre o fechado e o aberto". ''Revista Tempo Brasileiro: Dialética em questão II''. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 9.
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:  (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.''' "[[Dialética]]: [[entre]] o fechado e o [[aberto]]". Revista Tempo Brasileiro: [[Dialética]] em [[questão]] II. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 9.'''
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: "''[[Psykhé]], psiqué, que se perpetuou universalmente com o [[sentido]] de ''[[alma]]'' nas línguas cultas e em tantos compostos, provém do [[verbo]]  ''psykhein'', soprar, respirar, donde ''psiqué'', do ponto de vista etimológico, significa respiração, ''sopro vital'', ''[[vida]]''" (1).
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: "''[[Psykhé]]'', psiqué, que se perpetuou [[universalmente]] com o [[sentido]] de ''[[alma]]'' nas línguas cultas e em tantos compostos, provém do [[verbo]]  ''psykhein'', soprar, respirar, donde ''psiqué'', do ponto de vista [[etimológico]], significa respiração, ''sopro [[vital]]'', ''[[vida]]''" (1).
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: (1) BRANDÃO, Junito de Souza. ''Mitologia Grega'', vol. I. Petrópolis/RJ: Vozes, 1986, p. 144.
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: (1) BRANDÃO, Junito de Souza. '''[[Mitologia]] [[Grega]], vol. I. Petrópolis/RJ: Vozes, 1986, p. 144.'''

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Também se escreve Psyche

Tabela de conteúdo

1

A divisão tradicional em físico e psíquico pode levar a confusões, pois uma tal divisão não se sustenta hoje mais, tendo em vista os estudos genéticos. Isso também pode ser visto no ensaio "A coisa", de Martin Heidegger (1), quando pensa a coisa, isto é, a realidade se realizando como quaternidade. É na e como quaternidade que devemos pensar o corpo, pois este inclui sempre mundo, terra e memória. "Muitos fenômenos psicológicos são melhor explicados quando se assume que a vida psíquica tem características análogas aos fenômenos físicos. Jung examinou esta analogia em detalhes no seu ensaio "On the Nature of Dreams" e "On Psychic Energy", ambos em The Structure and Dynamics of the Psyche" (2).


- Manuel Antônio de Castro
Referências:
(1) HEIDEGGER, Martin. "A coisa". In: Ensaios e conferências. Petrópolis: Vozes, 2002.
(2) FRANZ, Marie Louise von.A interpretação dos contos de fadas. Rio de janeiro: Achiamé, 1981, p. 134.


Ver também:
* Alma.

2

"Porque pensar é expor-se ao mistério da realidade, a filosofia, como cura e cultivo do pensamento, requer, nas palavras de Platão, uma metábole holes tes psykhes, uma con-versão radical de todo o nosso modo de ser para sua própria essência. Essa con-versão originária se dá e exerce na re-flexão" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro.Heidegger e a modernidade: a correlação de sujeito e objeto”. In: ------------. Aprendendo a pensar, II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 181.

3

"Platão diz que a dialética é o diálogo que a alma, o pensamento, faz consigo. O grande problema é como se entende esse pensamento. Pensamento traduz aí psykhe. Para o pensamento medievel psykhe é o diálogo da alma consigo. E Mestre Eckart diz: Quem é esse si mesmo da alma? Quem é que entra nessa discussão, nesse debate, nesse diálogo com a alma mesma? É o que a alma tem de divino. É o que a alma tem de mistério "(1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Dialética: entre o fechado e o aberto". Revista Tempo Brasileiro: Dialética em questão II. Editora Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, jul.-set., 2013, 194, p. 9.

4

"Psykhé, psiqué, que se perpetuou universalmente com o sentido de alma nas línguas cultas e em tantos compostos, provém do verbo psykhein, soprar, respirar, donde psiqué, do ponto de vista etimológico, significa respiração, sopro vital, vida" (1).


Referência:
(1) BRANDÃO, Junito de Souza. Mitologia Grega, vol. I. Petrópolis/RJ: Vozes, 1986, p. 144.
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