Evento

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Todo [[evento]] é o [[realizar-se]] de uma [[possibilidade]] da [[realidade]]. A [[ideia]] de uma [[realidade]] estática é um [[equívoco]]. Ela não para de [[estar]] [[acontecendo]]. Nesse [[sentido]] temos em cada [[evento]] um [[acontecimento]]. Assim sendo, todo [[evento]] é uma [[realização]] da [[realidade]]. A [[noção]] de [[evento]] é muito importante, sobretudo para a [[ciência]] porque desfaz a [[ilusão]] de termos [[leis]] permanentes na [[ciência]]. Toda [[lei]] está ligada ao [[tempo]]. E este não para. Claro, há uma recorrência dos [[acontecimentos]] da [[vida]], da [[realidade]]. Por exemplo, todo [[ser]] vivo morre algum dia. Porém, o principal dessa recorrência é o que acontece em seu [[realizar-se]], o seu [[sentido]], o seu [[motivo]]. Nesse sentido, devemos [[diferenciar]] a [[certeza]] dos [[conceitos]] pelas [[possibilidades]] contínuas de todo [[ente]], de todo [[acontecer]]. Por isso, o [[evento]] é mais importante do que o [[fato]] e, então, temos a [[diferença]] [[fundamental]], [[essencial]], de [[conceito]] e [[questão]]. Desse modo, temos que passar de uma [[visão]] estática da [[realidade]] e da própria [[ciência]] para uma [[visão]] [[dinâmica]]. Neste [[horizonte]], todo [[fato]] é a [[realização]] de uma [[possibilidade]] da [[realidade]], mas que não se pode tornar uma [[lei]] [[universal]], no que diz respeito à [[realidade]]. Essa [[lei]] [[universal]] diz muito mais respeito a uma determinada [[teoria]] da [[realidade]]. Nesse [[horizonte]], com as descobertas da física quântica certas [[concepções]] de [[ciência]] sofreram uma grande [[transformação]]. Talvez, a maior delas é o [[fim]] da [[certeza]] [[absoluta]], ou seja, de uma [[certeza]] que é uma [[verdade]] acabada. Todo [[evento]], em seu [[sentido]] [[fundamental]], [[essencial]], é um [[acontecimento]].
: - [[Manuel Antônio de Castro]].
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: "Como já ressaltamos, tanto na dinâmica [[clássica]] quanto na [[física quântica]], as [[leis]] [[fundamentais]] exprimem agora [[possibilidades]] e não mais [[certezas]]. Temos não só [[leis]], mas também [[eventos]] que não são [[dedutíveis]] das [[leis]], mas atualizam as suas [[possibilidades]]" (1).
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: "Como já ressaltamos, tanto na dinâmica [[clássica]] quanto na física quântica, as [[leis]] [[fundamentais]] exprimem agora [[possibilidades]] e não mais [[certezas]]. Temos não só [[leis]], mas também [[eventos]] que não são dedutíveis das [[leis]], mas atualizam as suas [[possibilidades]]. Nesta [[perspectiva]], não podemos evitar de colocar o [[problema]] da [[significação]]  desse [[evento]] primordial que a [[física]] batizou de "''big-bang''". Que significa o ''big-bang''? Fornece-nos ele as raízes do [[tempo]]? Começou o [[tempo]] com ''big-bang''? Ou o [[tempo]] preexistia ao nosso [[universo]]?" (1).
: Referência:
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: (1) PRIGOGINE, Ilya. "Uma nova racionalidade". In: -------. ''O fim das certezas''. São Paulo: Editora UNESP, 1996, p. 13.
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: (1) PRIGOGINE, Ilya.''' "Uma nova [[racionalidade]]". In: -------. O [[fim]] das [[certezas]]. São Paulo: Editora UNESP, 1996, p. 13.'''

Edição atual tal como 20h18min de 20 de março de 2025

1

Todo evento é o realizar-se de uma possibilidade da realidade. A ideia de uma realidade estática é um equívoco. Ela não para de estar acontecendo. Nesse sentido temos em cada evento um acontecimento. Assim sendo, todo evento é uma realização da realidade. A noção de evento é muito importante, sobretudo para a ciência porque desfaz a ilusão de termos leis permanentes na ciência. Toda lei está ligada ao tempo. E este não para. Claro, há uma recorrência dos acontecimentos da vida, da realidade. Por exemplo, todo ser vivo morre algum dia. Porém, o principal dessa recorrência é o que acontece em seu realizar-se, o seu sentido, o seu motivo. Nesse sentido, devemos diferenciar a certeza dos conceitos pelas possibilidades contínuas de todo ente, de todo acontecer. Por isso, o evento é mais importante do que o fato e, então, temos a diferença fundamental, essencial, de conceito e questão. Desse modo, temos que passar de uma visão estática da realidade e da própria ciência para uma visão dinâmica. Neste horizonte, todo fato é a realização de uma possibilidade da realidade, mas que não se pode tornar uma lei universal, no que diz respeito à realidade. Essa lei universal diz muito mais respeito a uma determinada teoria da realidade. Nesse horizonte, com as descobertas da física quântica certas concepções de ciência sofreram uma grande transformação. Talvez, a maior delas é o fim da certeza absoluta, ou seja, de uma certeza que é uma verdade acabada. Todo evento, em seu sentido fundamental, essencial, é um acontecimento.


- Manuel Antônio de Castro.

2

"Como já ressaltamos, tanto na dinâmica clássica quanto na física quântica, as leis fundamentais exprimem agora possibilidades e não mais certezas. Temos não só leis, mas também eventos que não são dedutíveis das leis, mas atualizam as suas possibilidades. Nesta perspectiva, não podemos evitar de colocar o problema da significação desse evento primordial que a física batizou de "big-bang". Que significa o big-bang? Fornece-nos ele as raízes do tempo? Começou o tempo com big-bang? Ou o tempo preexistia ao nosso universo?" (1).


Referência:
(1) PRIGOGINE, Ilya. "Uma nova racionalidade". In: -------. O fim das certezas. São Paulo: Editora UNESP, 1996, p. 13.
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