Empatia
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | : (1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista ''Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte | + | : (1) LIRA, André. "O [[ciborgue]] frente ao [[real]]". In: Revista '''Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte, 201/202, abr.-set., 2015''', p. 82. |
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- | : (1) AGUALUSA, José Eduardo. "Exercícios de empatia". In: ''O Globo | + | : (1) AGUALUSA, José Eduardo. "Exercícios de [[empatia]]". In: '''O Globo. Segundo Caderno, p. 6, 28-12-2019'''. |
Edição atual tal como 19h35min de 19 de Setembro de 2024
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1
- Para alcançarmos todo o horizonte de vigência e possibilidades da empatia, é necessário termos consciência do seu alcance dentro de uma dinâmica ao mesmo tempo de realização da realidade, do lugar do ser humano nesse horizonte e realização dela e dele, e, igualmente, o sentido do seu atuar, agir. Este implica três dimensões interconectadas: mundo, sentido, linguagem. Estas três dimensões trazem para cena as questões, jamais redutíveis a conceitos: diálogo, próprio, outro/outros, diferença, identidade, cuidado/cura, método, caminhada, corpo, organismo, escutar, acolher, escolher, proximidade, distância, ser e estar, pensar e parecer.
2
- Em toda empatia vigora, de algum modo, um identificar-se, uma identificação. De quê e de quem eis a riqueza de toda empatia. Entre o médico e o paciente deve haver uma empatia, entre o professor e seus alunos e, assim, em muitas e muitas outras relações. Mas também podemos dizer que há empatia quando o profissional se identifica com sua profissão e seu atuar. Veja-se a diferença: entre identificar algo ou alguém e identificar-se com algo ou alguém. Aí o pronome reflexivo não chega a dizer toda a riqueza desta questão. Neste caso, os conceitos têm pouco a dizer e sempre algo está além desses conceitos. Um profissional de sucesso deve necessariamente ter empatia com sua profissão. E aí se põe a difícil questão de diferenciar atitudes objetivas ou subjetivas, ou conhecimentos científicos e não científicos.
3
- "E quanto a Watson, o computador da IBM que promete ser muito mais eficiente do que médicos no diagnóstico e tratamento de doenças? Ele agrega as informações e referências de inúmeros artigos e livros científicos. Ele não pensa, tampouco faz pesquisa científica, apenas relaciona informações. Em última instância, é a compreensão da inteligência em torno do pensamento humano: coletar e relacionar informação. Estará o robô servindo como instrumento para servir os médicos a melhorarem a saúde dos seus pacientes, como querem seus proponentes? Ou estará o robô substituindo o médico, cada vez mais desobrigado de olhar para, de cuidar e pensar seu paciente?" (1). Fica claro que tal computador só pode substituir o médico que não tem uma relação de empatia com seus pacientes. O computador jamais poderá ter empatia, porque manipula dados e não pensa nem sente.
- Referência:
- (1) LIRA, André. "O ciborgue frente ao real". In: Revista Tempo Brasileiro: globalização, pensamento e arte, 201/202, abr.-set., 2015, p. 82.
4
- "Chama-se empatia à capacidade de nos colocarmos na pele dos outros. Uma pessoa capaz de se imaginar no lugar de uma outra, que ainda não existe, parece-me detentora da forma mais elevada de empatia" (1).
- Referência:
- (1) AGUALUSA, José Eduardo. "Exercícios de empatia". In: O Globo. Segundo Caderno, p. 6, 28-12-2019.