Herói

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "Pode-se [[dizer]], então, que o [[herói]] é uma [[figura]] [[arquetípica]] que representa um [[modelo]] de [[ego]] funcionando de acordo com o ''self''. Sendo um [[produto]] da [[psique]] [[inconsciente]], ele é um [[modelo]] que deve ser observado, pois demonstra o [[ego]] funcionando corretamente, ou seja, um [[ego]] que funciona de acordo com as solicitações do ''self''" (1). Esta [[leitura]] [[psicológica]] do [[herói]] não se dimensiona pela ''[[poíesis]]'', isto é, pelo [[vigor]] do [[poético]]. [[Poeticamente]] o [[herói]] é uma [[imagem-questão]] do [[lugar]] do [[ser humano]] diante do [[agir]] da [[realidade]], ou seja, para os [[gregos]], da ''[[phýsis]]''.
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: (1) FRANZ, Marie Louise von. ''A interpretação dos contos de fada''. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981, p. 73-74.
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: (1) FRANZ, Marie Louise von. '''A interpretação dos contos de fada'''. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981, p. 73-74.
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:"O herói era aquele que - mesmo a partir das várias [[possibilidades]] já postas, já dadas - era capaz de criar uma possibilidade nova da [[vida]], conseguindo, desta maneira, participar da instauração do novo na [[história]]. O herói era aquele que, por esta [[razão]], se diferenciava, e mais, atrás de suas pegadas estava escrito ''impossibilidade'', ou seja, ninguém poderia segui-lo, uma vez que a irrupção do herói acontece num momento singular da história, isto é, num [[tempo próprio]], onde se une o que está despedaçado, a partir de uma nova [[leitura]] e de uma nova [[compreensão]], fruto da mesma vivência" (1).
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: "O [[herói]] era aquele que - mesmo a partir das várias [[possibilidades]] já postas, já dadas - era capaz de [[criar]] uma [[possibilidade]] nova da [[vida]], conseguindo, desta maneira, participar da instauração do [[novo]] na [[história]]. O [[herói]] era aquele que, por esta [[razão]], se diferenciava, e mais, atrás de suas pegadas estava escrito ''impossibilidade'', ou seja, ninguém poderia segui-lo, uma vez que a irrupção do [[herói]] acontece num [[momento]] singular da [[história]], isto é, num [[tempo]] [[próprio]], onde se une o que está despedaçado, a partir de uma nova [[leitura]] e de uma nova [[compreensão]], fruto da mesma [[vivência]]" (1).
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: (1) LUZIE, Marta. ''A dobra do destino''. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 18.
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: (1) LUZIE, Marta. '''A dobra do destino'''. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 18.
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: "Do [[grego]] ἥρως, pelo termo [[latino]] ''heros'', a [[palavra]] é comodamente traduzida por ''[[herói]]'', termo de polidez, usado para os ''[[heróis]]'' de [[Homero]]. Mas ''[[herói]]'' comporta igualmente um [[significado]] [[religioso]], atestado em [[Homero]]: [[semideus]] (já em [[Hesíodo]]), [[deus]] local" (1).
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: (1) CHANTRAINE, Pierre. '''Dictionnaire étymologique de la langue grecque - Histoire des Mots'''. Paris, Éditions Klincksieck, 1968, p. 417.
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: O termo [[grego]] para [[herói]]: ἥρως, -ωoς podia ter os seguintes [[significados]]: " I- [[Mestre]], chefe, [[nobre]]; todo [[homem]] [[nobre]] pelo nascimento, pela [[coragem]] ou pelo talento; II - [[Semideus]]; III - Todo [[homem]] elevado ao círculo de [[semideus]]; [[divindade]] local inferior, chefe ou patrono de tribo, da cidade, de associação; [[deuses]] dos [[Lares]]" (1).
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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: (1) BAILLY, A. '''Dictionnaire Grec-Français'''. Edição revista por L. Séchan e P. Chantraine. Paris, Librairie Hachette, 1950, p. 909.

Edição atual tal como 15h57min de 27 de fevereiro de 2021

1

"Herói é uma figura arquetípica, personagem modelo, que reúne, em si, os atributos necessários para superar, de forma excepcional, um determinado problema de dimensão épica. Do grego ἥρως, pelo termo latino heros, o termo "herói" designava, originalmente, o protagonista de uma obra narrativa ou dramática. Para os gregos antigos, o herói situava-se na posição intermédia entre os Deuses e os Homens, sendo, em geral, filho de um Deus e de uma Mortal (Hércules, Perseu), ou vice-versa (Aquiles). Portanto, para os gregos antigos, o herói tinha uma dimensão semidivina" (1).


Referência:
(1) www.pt.wikipedia.org>wiki>Herói

2

"Pode-se dizer, então, que o herói é uma figura arquetípica que representa um modelo de ego funcionando de acordo com o self. Sendo um produto da psique inconsciente, ele é um modelo que deve ser observado, pois demonstra o ego funcionando corretamente, ou seja, um ego que funciona de acordo com as solicitações do self" (1). Esta leitura psicológica do herói não se dimensiona pela poíesis, isto é, pelo vigor do poético. Poeticamente o herói é uma imagem-questão do lugar do ser humano diante do agir da realidade, ou seja, para os gregos, da phýsis.


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) FRANZ, Marie Louise von. A interpretação dos contos de fada. Rio de Janeiro: Achiamé, 1981, p. 73-74.

3

"O herói era aquele que - mesmo a partir das várias possibilidades já postas, já dadas - era capaz de criar uma possibilidade nova da vida, conseguindo, desta maneira, participar da instauração do novo na história. O herói era aquele que, por esta razão, se diferenciava, e mais, atrás de suas pegadas estava escrito impossibilidade, ou seja, ninguém poderia segui-lo, uma vez que a irrupção do herói acontece num momento singular da história, isto é, num tempo próprio, onde se une o que está despedaçado, a partir de uma nova leitura e de uma nova compreensão, fruto da mesma vivência" (1).


Referência:
(1) LUZIE, Marta. A dobra do destino. Rio de Janeiro: 7Letras, 1999, p. 18.

4

"Do grego ἥρως, pelo termo latino heros, a palavra é comodamente traduzida por herói, termo de polidez, usado para os heróis de Homero. Mas herói comporta igualmente um significado religioso, atestado em Homero: semideus (já em Hesíodo), deus local" (1).


Referência:
(1) CHANTRAINE, Pierre. Dictionnaire étymologique de la langue grecque - Histoire des Mots. Paris, Éditions Klincksieck, 1968, p. 417.

5

O termo grego para herói: ἥρως, -ωoς podia ter os seguintes significados: " I- Mestre, chefe, nobre; todo homem nobre pelo nascimento, pela coragem ou pelo talento; II - Semideus; III - Todo homem elevado ao círculo de semideus; divindade local inferior, chefe ou patrono de tribo, da cidade, de associação; deuses dos Lares" (1).


- Manuel Antônio de Castro
Referência:
(1) BAILLY, A. Dictionnaire Grec-Français. Edição revista por L. Séchan e P. Chantraine. Paris, Librairie Hachette, 1950, p. 909.
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