Sonho
De Dicionrio de Potica e Pensamento
(Diferença entre revisões)
(→1) |
(→5) |
||
Linha 35: | Linha 35: | ||
== 5 == | == 5 == | ||
- | : "Também melhor se entende a [[ficcionalidade]] se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino ''fingere'': [[imaginar]]. O [[imaginar]] é o contraponto do [[formar]]. O contraponto indica a [[presença]] da tensão do [[limite]] e do [[ilimitado]], da [[diferença]] e da [[identidade]], da [[língua]] e da [[Linguagem]]. O [[formar]] sem o [[imaginar]] origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer [[literário]]. Já o [[literário]] se realiza quando o [[imaginário]] irrompe em [[produções]]. É isto o que caracteriza fundamentalmente a [[literatura]] infantil: uma [[presença]] marcante e irrefreável do [[imaginário]]. Porque a [[criança]] é mais sensível ao [[imaginário]]. Nela, o [[sonho]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[sonho]]. Nela, o [[imaginário]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[imaginário]]. Ainda não sofreu o processo de [[formação]] que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo [[imaginar]], o [[homem]] consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o [[sentido]] do que ele é. Isso se chama [[libertação]]. Na realidade ficcional-literária o [[imaginar]] é o [[real]] vigorando" (1). | + | : "Também melhor se entende a [[ficcionalidade]] se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino ''fingere'': [[imaginar]]. O [[imaginar]] é o contraponto do [[formar]]. O contraponto indica a [[presença]] da tensão do [[limite]] e do [[ilimitado]], da [[diferença]] e da [[identidade]], da [[língua]] e da [[Linguagem]]. O [[formar]] sem o [[imaginar]] origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer [[literário]]. Já o [[literário]] se realiza quando o [[imaginário]] irrompe em [[produções]]. É isto o que caracteriza fundamentalmente a [[literatura]] infantil: uma [[presença]] marcante e irrefreável do [[imaginário]]. Porque a [[criança]] é mais sensível ao [[imaginário]]. Nela, o [[sonho]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[sonho]]. Nela, o [[imaginário]] é [[realidade]] e a [[realidade]] é [[imaginário]]. Ainda não sofreu o processo de [[formação]] que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo [[imaginar]], o [[homem]] [[consuma]] a sua [[humanização]], na medida em que manifesta o [[sentido]] do que ele é. Isso se chama [[libertação]]. Na [[realidade]] [[ficcional-literária]] o [[imaginar]] é o [[real]] [[vigorando]]" (1). |
Edição atual tal como 22h06min de 4 de Maio de 2024
1
- "Um sonho não é apenas um sonho" (1).
- É claro que esta declaração diz muito sobre os sonhos, sobretudo no contexto do filme em que é dita. Todo sonho é sintoma, somente não sabemos qual é o motivo ou muitas vezes não queremos saber. Como o filme muito bem mostra, há por detrás muitas vezes as máscaras (personas), de que todos estamos revestidos. E nem sempre temos a coragem de admiti-las. Preferimos representar a nos enfrentar no que somos e não somente no que parecemos ser.
- Referência:
- (1) KUBRICK, Stanley. No filme: De olhos bem fechados.
2
- "Mentira e realidade são uma coisa só. Tudo pode acontecer. Tudo é sonho e verdade. Tempo e espaço não existem. Sobre a frágil base da realidade, a imaginação tece sua teia e desenha novas formas, novos destinos" (1).
- (1) Referência:
- Strindberg. Peça teatral Sonhos. Passagem citada no filme de Ingmar Bergman Fanny e Alexander, 1982.
3
- “Educar-se é reaprender o caminho dos sonhos. Acreditemos naqueles que afirmam que o homem tem o tamanho de seu sonho. Precisamos crer que nele, o sonho, repousa o embrião de grandes feitos, sendo a quinta-essência que alimenta visionários - seu pão, ar, ou até mesmo ópio. A capacidade de sonhar é o que difere homens e demais entes; a força e a crença nos próprios sonhos os separam em grupos distintos: "de gênio" e medianos" (1).
- Referência:
- (1) BÊTA, Janaína Laport. "Educação: silencioso desvelar". In: O educar poético (Org. Manuel Antônio de Castro, Igor Fagundes, Antônio Máximo Ferraz). Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 2014, p.151.
4
- Referência:
- (1) Kim Ki Duk. Filme: A casa vazia.
5
- "Também melhor se entende a ficcionalidade se atentarmos para o terceiro significado do verbo latino fingere: imaginar. O imaginar é o contraponto do formar. O contraponto indica a presença da tensão do limite e do ilimitado, da diferença e da identidade, da língua e da Linguagem. O formar sem o imaginar origina os formalismos, provocando equívocos sobre o fazer literário. Já o literário se realiza quando o imaginário irrompe em produções. É isto o que caracteriza fundamentalmente a literatura infantil: uma presença marcante e irrefreável do imaginário. Porque a criança é mais sensível ao imaginário. Nela, o sonho é realidade e a realidade é sonho. Nela, o imaginário é realidade e a realidade é imaginário. Ainda não sofreu o processo de formação que a deforma para o real-imaginário e a deseduca para a humanização. Pelo imaginar, o homem consuma a sua humanização, na medida em que manifesta o sentido do que ele é. Isso se chama libertação. Na realidade ficcional-literária o imaginar é o real vigorando" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Ficção e literatura infantil". In: ------------. Tempos de Metamorfose. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994, p. 134.