Gênero
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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- | :(1) CAMPOS, Haroldo de. ''Ruptura dos gêneros na literatura latina americana''. São Paulo: Col. "Elos", Perspectiva, 1977. | + | |
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Edição atual tal como 22h57min de 25 de fevereiro de 2018
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1
- O estudo da literatura por gêneros, ou melhor, a teoria dos gêneros começa a desmoronar no Romantismo (ver Vitor Hugo - Hernani). Com isso a Poética tradicional perde seu sentido de ser. Não é que não haja mais gêneros, mas eles tendem a se mesclar. Os movimentos que se sucedem de renovação da criação artística pelo seu caráter de oposição sucessiva acabam por impor uma nova forma de estudo das criações literárias: os estilos de época. Por conta de mistura dos gêneros, a divisão tradicional se perde e a palavra gênero passa a designar um grande número de criações, ou seja, deixa de ter aquelas qualificações e determinações dadas pela Poética Clássica. A noção de gênero propriamente se esvai. Mas a Poética enquanto o poético de todo fazer artístico, esse continua e se renova continuamente em cada grande obra de arte. Pois não há obra de arte que não constitua a sua própria poética. Nesse sentido, enquanto houver obra de arte, isto é, ser humano, haverá a poética. Ela é permanentemente atual. Conferir a obra citada na nota (1).
- Referência:
- (1) CAMPOS, Haroldo de. Ruptura dos gêneros na literatura latina americana. São Paulo: Col. "Elos", Perspectiva, 1977.
2
- "Por isso, no mito, Cura é algo muito mais profundo do que os simples significados semânticos da palavra cura. Em latim, cura diz cuidado, cuidar. Em torno de Cura acontece o próprio constituir-se e plenificar-se poético-ontológico do ser humano. Nesse sentido, qualquer determinação de gênero ou cultura identitária, para a ontologia do ser humano, é reducionista. A Cura que vigora em cada ser humano, sempre de uma maneira originária, não se reduz, seja ao feminino, seja ao masculino, seja a uma identidade cultural. O que está em jogo no operar de Cura é sempre o destino de cada ser humano, que é o acontecer de seu próprio. E este é absolutamente original para cada um. Não dá para reduzi-lo a classificações. Na regência de Cura se decide o destino do que cada um deve e consegue realizar" (1).
- Referência bibliográfica:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: -------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 227.
3
- "Proveniência, Platão a designa com a palavra to genos. Geralmente entende-se genos em três níveis:
- 1o. a proveniência, como tempo, lugar ou condição de nascer;
- 2o. a origem, como descendência, raça, linhagem ou estirpe;
- 3o. gênero, espécie, parentesco ou sexo".
- - Referência bibliográfica:
- - LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Introdução ao Sofista de Platão". In: ------. Filosofia grega - uma introdução. Teresópolis (RJ): Daimon Editora, 2010, p. 229.
4
- Há uma obra importante para aprofundar a teoria dos três gêneros: lírico, épico e dramático: Conceitos fundamentais da Poética, de Emil Staiger. Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro. Trad. de Celeste Aída Galeão. Em alemão: Grundbegriffe der Poetik. Mas na Introdução o autor faz uma observação importante. Afirma: "Aspira, também [o seu livro] a uma validez independente, já que a questão da essência dos gêneros conduz automaticamente a outra, a questão da essência do homem" (1).
- - Manuel Antônio de Castro.
- Referência:
- (1) STAIGER, Emil. Conceitos fundamentais da Poética. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 3. e., 1997, p. 17.