Experiência

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: "A [[medida]] do [[entre]] tanto é a [[vida]] quanto é a [[morte]]. Na medida está o [[sentido]], no [[sentido]] está a [[medida]]. Toda [[procura]], no fundo, é sempre a [[procura]] do [[sentir]] do [[sentido]]. É justamente isso que denomino aqui [[experienciação]] e não (jamais!) [[experiência]]. Toda [[procura]] advém sempre enquanto [[experienciação]]. Todo [[conceito]] advém sempre enquanto [[experiência]]. É por isso que posso dizer que “Fulano é experiente no fazer artefatos de madeira, de barro, em dar aula etc”. Todavia, jamais posso dizer que alguém é experiente na [[experienciação]] de [[morrer]]. Das [[experiências]] surge um [[aprendizado]], passível de ser ensinado, porque é um [[saber]] baseado em [[conceitos]], por exemplo, um carpinteiro que ensina o aprendiz a [[fazer]] móveis. Das [[experienciações]] surge uma [[aprendizagem]], algo absolutamente [[pessoal]], [[próprio]] e impossível de ser ensinado, porque não é redutível aos [[conceitos]]. A [[aprendizagem]] é [[experienciação]] das [[questões]]" (1).
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.
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: "Existem, em suma, duas [[experiências]]: a [[experiência]] do repetitivo (a [[experiência]] do sol que nasce todas as manhãs a tal e tal hora, previsível) e a [[experiência]] da criatividade" (1).
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: (1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In? Revista ''Tempo Brasileiro''. Rio de Janeiro, 168, jan.-mar., 2007, p.7.
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: "Vivendo, os [[homens]] vão experimentando a [[paixão]] de [[viver]] e aprendendo com esta [[experiência]]. [[Pensar]] é a [[disciplina]], a [[ascese]] e o ordenamento desta [[paixão]]" (1). "[[Pensar]] é [[cuidar]] da [[paixão]] de [[viver]], é [[sentir]] o [[sentido]] da [[paixão]] de [[viver]].  Lançados no rio da [[vida]], esta se torna [[questão]], pois é no [[pensar]] que a [[questão]] se torna o desafio do [[pensar]], do experienciá-la enquanto [[paixão]]. [[Cuidar]] é, essencialmente, deixar eclodir no [[pensar]] apaixonado um [[figurar]] da [[vida]]" (2).
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Definições de filosofia". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 130/131, 1997, p. 145.
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: (2) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de ''Cura'' e o ser humano''. In: --------. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p.229.
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: "Ora, mesmo que as muitas [[ciências]] da [[vida]] se construíssem sobre uma [[experiência]] [[radical]] da [[vida]], ainda assim tal [[experiência]] nunca poderia [[ser]] alcançada ou constituída por qualquer [[ciência]]. E por que não? - Porque toda [[ciência]] é uma [[ciência]] e a [[vida]] é sempre muito mais antiga do que qualquer [[ciência]]. Como toda [[ciência]], também as [[ciências]] da [[vida]] vêm depois e a reboque de uma determinada [[interpretação]] da [[vida]], que só se obtém com a [[experiência]] comunitária de um [[pensamento]] [[radical]]" (1).
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega" (''Dzoion logon echon'').In: ''Aprendendo a pensar II''. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 132.

Edição de 01h20min de 11 de Setembro de 2019

1

"Toda experiência, diz Aristóteles, contém na sua integralidade várias dimensões. Ela remete para uma origem, um princípio. Instala o limite, elabora e expõe um conteúdo. Mobiliza um processo, isto é, um conjunto variável de referências e remissões. Ela instala um lugar, isto é, uma localização no tempo e no espaço, no tempo cultural, no espaço histórico e no espaço físico e no movimento, no tempo físico. Por último, esta experiência integra também um destino, tanto no sentido de uma finalidade, quanto no sentido de um desenvolvimento" (1). Ver a palavra experienciação.


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Aristóteles e as questões da arte". In: CASTRO, Manuel Antônio de (Org.). Arte em questão: as questões da arte. Rio de Janeiro: 7Letras, 2005, p. 116.


Ver também:


2

"A medida do entre tanto é a vida quanto é a morte. Na medida está o sentido, no sentido está a medida. Toda procura, no fundo, é sempre a procura do sentir do sentido. É justamente isso que denomino aqui experienciação e não (jamais!) experiência. Toda procura advém sempre enquanto experienciação. Todo conceito advém sempre enquanto experiência. É por isso que posso dizer que “Fulano é experiente no fazer artefatos de madeira, de barro, em dar aula etc”. Todavia, jamais posso dizer que alguém é experiente na experienciação de morrer. Das experiências surge um aprendizado, passível de ser ensinado, porque é um saber baseado em conceitos, por exemplo, um carpinteiro que ensina o aprendiz a fazer móveis. Das experienciações surge uma aprendizagem, algo absolutamente pessoal, próprio e impossível de ser ensinado, porque não é redutível aos conceitos. A aprendizagem é experienciação das questões" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano". In: Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 215.

3

"Existem, em suma, duas experiências: a experiência do repetitivo (a experiência do sol que nasce todas as manhãs a tal e tal hora, previsível) e a experiência da criatividade" (1).


Referência:
(1) PRIGOGINE, Ilya. "Estaremos às vésperas de um terceiro humanismo?". In? Revista Tempo Brasileiro. Rio de Janeiro, 168, jan.-mar., 2007, p.7.


4

"Vivendo, os homens vão experimentando a paixão de viver e aprendendo com esta experiência. Pensar é a disciplina, a ascese e o ordenamento desta paixão" (1). "Pensar é cuidar da paixão de viver, é sentir o sentido da paixão de viver. Lançados no rio da vida, esta se torna questão, pois é no pensar que a questão se torna o desafio do pensar, do experienciá-la enquanto paixão. Cuidar é, essencialmente, deixar eclodir no pensar apaixonado um figurar da vida" (2).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Definições de filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 130/131, 1997, p. 145.
(2) CASTRO, Manuel Antônio de. "O mito de Cura e o ser humano. In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p.229.


5

"Ora, mesmo que as muitas ciências da vida se construíssem sobre uma experiência radical da vida, ainda assim tal experiência nunca poderia ser alcançada ou constituída por qualquer ciência. E por que não? - Porque toda ciência é uma ciência e a vida é sempre muito mais antiga do que qualquer ciência. Como toda ciência, também as ciências da vida vêm depois e a reboque de uma determinada interpretação da vida, que só se obtém com a experiência comunitária de um pensamento radical" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Uma leitura órfica de uma sentença grega" (Dzoion logon echon).In: Aprendendo a pensar II. Petrópolis / RJ: Vozes, 1992, p. 132.
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