Discurso
De Dicionrio de Potica e Pensamento
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: (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 64, jan.-mar., 1981, p. 42. | : (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista ''Tempo Brasileiro'', 64, jan.-mar., 1981, p. 42. | ||
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+ | : "O [[nome]] [[palavra]] se forma de: ''pará''-: [[entre]]; e ''ballein'': [[jogar]], [[lançar]], ou seja, o [[entre]]-[[lançar]]. Dentro do mesmo [[movimento]] se construiu o [[nome]] [[discurso]], pois indica o que flui, o que corre (formado do [[verbo]] latino: ''currere'': fluir, correr) no [[entre]] (''dis-''). Este, se por um lado, indica algo vivo, que ocorre no [[tempo]] e como [[tempo]], por outro, cria ao lado da [[ideia]] de [[per-curso]], em que predomina a [[cronologia]] e a [[linearidade]], uma certa simultaneidade na medida em que toda a [[rede]] se faz [[presente]] e ao mesmo tempo [[ausente]] ([[silêncio]] ou [[vazio]])" (1). | ||
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+ | : (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o ''entre''". Revista ''Tempo Brasileiro'': Rio de Janeiro: ''Interdisciplinaridade: dimensões poéticas'', 164, jan.-mar., 2006, p. 33. |
Edição de 13h31min de 11 de Agosto de 2019
1
- "O dis-curso é o limiar de todo o ser humano, pois podemos tanto atentar para o "dis-" como para o "-curso", mas sem cair numa dicotomia. O "dis-" ao fazer separação estabelece os limites e, como limite, pode se entender e determinar o discurso como razão, uma medida, uma constante. Ora, o parâmetro com que se tem medido e com que se investe contra o silêncio do pensamento são as possibilidades e os re-cursos de determinado modo de ser, o modo de ser discursivo da razão e da operação. Toda dificuldade não está, pois, na obscuridade do silêncio, mas na resistência em se alterar o paradigma que até então dominou toda a compreensão a serviço do conhecimento. Considera-se, portanto, o silêncio do pensamento obscuro porque é difícil livrar-se dessa dominação discursiva da razão" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O pensamento do silêncio". In: SHUBACK, Márcia C. (org.). Ensaios de filosofia. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 241.
2
- "O discurso não é, pois, um fato qualquer e acidental na evolução de um mamífero inteligente. É uma atitude radical, o lugar de convergência e divergência,de concentração e difusão da Linguagem. Toda criação artística, toda produção filosófica é discurso de alguma língua" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 64, jan.-mar., 1981, p. 42.
3
- "Discursar é concorrer para ser mais originariamente a própria mortalidade, percorrendo todo o agir da comunhão de vida e morte, de vivência e mortificação. Este concurso discursivo se exerce discutindo situações e desafios, meios e afazeres, relacionamentos e emergências, em uma palavra, o concurso discursivo discute as peripécias de realização do homem no mundo. O discurso é o modo de ser que distingue o homem de todos os demais seres. No discurso e pelo discurso o homem chega a si mesmo enquanto ser-com e ser-para o outro de si e dos outros. Discursar é relacionar-se consigo e com os outros em alguma coisa no vazio deixado pela Linguagem" (1).
- Referência:
- (1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 64, jan.-mar., 1981, p. 42.
4
- "O nome palavra se forma de: pará-: entre; e ballein: jogar, lançar, ou seja, o entre-lançar. Dentro do mesmo movimento se construiu o nome discurso, pois indica o que flui, o que corre (formado do verbo latino: currere: fluir, correr) no entre (dis-). Este, se por um lado, indica algo vivo, que ocorre no tempo e como tempo, por outro, cria ao lado da ideia de per-curso, em que predomina a cronologia e a linearidade, uma certa simultaneidade na medida em que toda a rede se faz presente e ao mesmo tempo ausente (silêncio ou vazio)" (1).
- Referência:
- (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Interdisciplinaridade poética: o entre". Revista Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro: Interdisciplinaridade: dimensões poéticas, 164, jan.-mar., 2006, p. 33.