Ética

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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:Na ética o [[valor]] não vem da [[relação]] social nem de um [[sistema]] prévio, seja ele subjetivo, seja ele social-institucional (valores morais, ideológicos, normas de conduta etc.). O valor é o acolhimento do [[sentido]] do [[Ser]], enquanto este é o [[fundar]] do [[agir]]. É neste que se realiza o [[próprio]] de cada [[ser humano]] (só este pode ser ético), ou seja, sua [[essência]], isto é, suas [[possibilidades]] recebidas do Ser. Ética e [[linguagem]] dizem o [[mesmo]], porque esta se torna o [[horizonte]] da própria libertação e realização de cada um. O horizonte jamais é o [[sujeito]] ou o sujeito o horizonte com sua [[razão]]. Nesse ''pólemos'' [[entre]] o que somos e o sentido e agir do Ser, passa a [[vigorar]] a verdade enquanto a tensão [[dialética]] de [[desvelamento]] e [[velamento]], de sentido e forma (''morphe''), de [[solidão]] e [[liberdade]], de interno e externo, de [[limite]] e [[não-limite]]. Eis aí a essência do ''[[pólemos]]''. O ético é o valor ontológico, não um valor subjetivo ou objetivo-moral.  
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:Na ética o [[valor]] ([[lei]]) não vem da [[relação]] social nem de um [[sistema]] prévio, seja ele subjetivo, seja ele social-institucional (valores ou [[leis]] morais, ideológicas, normas de conduta etc.). O [[valor]] é o acolhimento do [[sentido]] do [[Ser]], enquanto este é o [[fundar]] do [[agir]]. É neste que se realiza o [[próprio]] de cada [[ser humano]] (só este pode ser ético), ou seja, sua [[essência]], isto é, suas [[possibilidades]] recebidas do [[Ser]]. [[Ética]] e [[linguagem]] dizem o [[mesmo]], porque esta se torna o [[horizonte]] da própria [[libertação]] e [[realização]], de cada um. O [[horizonte]] jamais é o [[sujeito]] ou o [[sujeito]] o [[horizonte]] com sua [[razão]]. Nesse ''[[polemos]]'', ( que podemos traduzir por [[entre]], [[disputa]], [[guerra]]), o que somos e o [[sentido]] e [[agir]] do [[Ser]], passa a [[vigorar]] a [[verdade]] enquanto a tensão [[dialética]] de [[desvelamento]] e [[velamento]], de [[sentido]] e [[forma]] (''[[morphe]]''), de [[solidão]] e [[liberdade]], de interno e externo, de [[limite]] e [[não-limite]]. Eis aí a [[essência]] do ''[[pólemos]]'', que podemos traduzir por:[[entre]], [[disputa]], [[guerra]]. O [[ético]] é o [[valor]] ontológico, não um [[valor]] subjetivo ou objetivo-moral e suas [[leis]].  
: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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Edição de 08h08min de 18 de Maio de 2017

1

Ética é o sentido do agir e da verdade do ser como possível horizonte do agir humano. E todo agir, não todo fazer, em essência é ético, pois funda-se no sentido e verdade do ser, ou seja, são a sua medida.


- Manuel Antônio de Castro

2

Todo agir essencial exige uma ética não como norma ou paradigma, mas como aprender no sentido grego de manthano, pois este diz não o aprender algo, mas o agarrar-se à essência do ser que já somos, do qual nos vem o sentido do agir. É nesse sentido que Píndaro nos ensina: "Chega a ser o que já és, aprendendo", em grego: Genoi 'óios essi mathon.... Ensinar é, pois, aprender, manthano, e não decorar algo sobre. Todo ensinar e aprender, essencialmente, somente são quando se tornam éticos.


- Manuel Antônio de Castro

3

Ética é chegar a ser o que já se é, ou seja, aprender na e pela experienciação do viver. É a vida não apenas vivida, mas experienciada. É o que nos ensina Píndaro, quando diz: Genoi 'óios essi mathon... (Chega a ser o que és: aprendendo).


- Manuel Antônio de Castro

4

"A ética está no empenho de ser, mora no desempenho de não ser tudo que já se tem e não se tem. Na ética já estamos onde temos ainda de chegar" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Édipo em Píndaro e Freud". In: -----. Filosofia contemporânea. Teresópolis / RJ: Daimon Editora, 2013, 64.

5

Na ética o valor (lei) não vem da relação social nem de um sistema prévio, seja ele subjetivo, seja ele social-institucional (valores ou leis morais, ideológicas, normas de conduta etc.). O valor é o acolhimento do sentido do Ser, enquanto este é o fundar do agir. É neste que se realiza o próprio de cada ser humano (só este pode ser ético), ou seja, sua essência, isto é, suas possibilidades recebidas do Ser. Ética e linguagem dizem o mesmo, porque esta se torna o horizonte da própria libertação e realização, de cada um. O horizonte jamais é o sujeito ou o sujeito o horizonte com sua razão. Nesse polemos, ( que podemos traduzir por entre, disputa, guerra), o que somos e o sentido e agir do Ser, passa a vigorar a verdade enquanto a tensão dialética de desvelamento e velamento, de sentido e forma (morphe), de solidão e liberdade, de interno e externo, de limite e não-limite. Eis aí a essência do pólemos, que podemos traduzir por:entre, disputa, guerra. O ético é o valor ontológico, não um valor subjetivo ou objetivo-moral e suas leis.


- Manuel Antônio de Castro

6

"Prescrever e dever já provêm da ética a ser conquistada e dita em toda libertação. Pois ética é sempre libertação do mal para voltar à liberdade originária do bem de ser e não ser tudo que já se é, mas de que nunca se está de posse. No engajamento ético de fazer e deixar de fazer, somos e estamos investindo pela liberdade numa libertação sem princípio, meio ou fim" (1).


Referência;
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "O Édipo em Píndaro e Freud". In: Filosofia contemporânea. Teresópolis: Daimon Editora, 2013, 64.
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