Finito

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Referência bibliográfica:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------.  ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.
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: " O ''[[on]]'' traz em si a [[ambiguidade]] da [[referência]] do [[ser]] à [[essência]] do [[ser humano]], do limite e do [[não-limite]], pois todo [[ser humano]] enquanto este e aquele [[humano]] é [[limite]], e enquanto ser é [[não-limite]] (1). A palavra latina para limite é ''[[finis]]'', de onde se origina a palavra portuguesa finito. Aquilo que é sem limite, ou seja, não-limite, é o sem ''finis''.
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: - [[Manuel Antônio de Castro]]
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: : Referência bibliográfica:
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------.  ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.
: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------.  ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.

Edição de 20h24min de 24 de Novembro de 2016

1

"Quem começa muito, quem inicia muitas coisas, nunca chega ao princípio. É que nós, seres finitos,somos sempre definidos. Temos necessidade de definições. Nunca poderemos começar com o princípio. E por quê? - Porque já estamos sempre imersos no princípio. Por isso mesmo, para sabermos que estamos onde estamos, temos de começar invariavelmente com o início, com algo, portanto, que nos descubra o princípio, que nos mostre a origem, que nos desvele a fonte. É esta espécie de início, este tipo de começo que nos proporciona o discurso, quando nos surpreendemos no curso da Arte ou nos deparamos no percurso da Filosofia. Pois tanto a Filosofia como a Arte é o esforço que fazemos para tomarmos e entrarmos na posse do que já é sempre dado" (1).


Referência:
(1) LEÃO, Emmanuel Carneiro. "Arte e filosofia". In: Revista Tempo Brasileiro, 64, jan.-mar., 1981, p. 42.


2

O problema e densidade do finito ficam bem claros quando fazemos uma escuta do pensamento de Platão, não reduzido a conceitos pelo platonismo. "Da separação metafísica da finitude sensível e da infinitude inteligível decorrem as oposições antagônicas do corpo e da alma, da matéria e do espírito" (1). O universal abstrato, o conceito, é a infinitude inteligível. "No pensamento criticamente irônico de F. Schlegel, o finito sensível e o infinito inteligível são dois pólos de uma mesma unidade polarizada. Tese e antítese constituem a tensão polar da aparência finita e da ideia infinita" (2). É importante distinguir o que Platão nos propõe como questão do que posteriormente foi reduzido a conceitos. A redução do pensamento de Platão à epistemologia medieval e moderna faz com que o seu pensamento seja reduzido a dicotomias, quando ele nos propõe um pensamento ambíguo, como por exemplo, no uso das palavras gregas diánoia e Eîdos, de profunda densidade ambígua. Como traduzir tais palavras gregas, que se contextualizam dentro de um uso cotidiano e ao mesmo tempo dentro do pensamento original de Platão? Por exemplo, se entendemos diánoia como entre-percepção, tudo se torna bem mais complexo do que uma simples leitura epistemológica. A esse respeito tem também a contribuir o texto "Da essência da verdade" (3).


- Manuel Antônio de Castro


Referências:
(1) SOUZA, Ronaldes de Melo e. "Introdução à poética da Ironia". In: Linha da Pesquisa, n. 1, v.1, 2000, p.32.
(2) Idem, p.33.
(3) HEIDEGGER, Martin. "Da essência da verdade". In: Ser e Verdade. Petrópolis: Vozes, 2007.


3

"Por que se parte do on? Este é ambíguo, porque tudo para nós é ambíguo, uma vez que somos finitos, pois não há finito sem o não-finito. Se o finito nasce, cresce e morre, ele vigora no não-finito, o que permanece no fluxo das mudanças. O vivente é o finito e mutável. A vida é o não-finito e não mutável. Portanto, na respostas às perguntas deve se fazer presente essa ambiguidade (1).


Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.


4

" O on traz em si a ambiguidade da referência do ser à essência do ser humano, do limite e do não-limite, pois todo ser humano enquanto este e aquele humano é limite, e enquanto ser é não-limite (1). A palavra latina para limite é finis, de onde se origina a palavra portuguesa finito. Aquilo que é sem limite, ou seja, não-limite, é o sem finis.


- Manuel Antônio de Castro


 : Referência bibliográfica:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "O próprio como possibilidades". In: --------. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 129.
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