Krínein

De Dicionrio de Potica e Pensamento

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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas". In: ----. ''Arte: o humano e o destino''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 276.
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: "[[Pensar]] não é [[raciocinar]]. [[Pensar]] é deixar-se tomar pela [[entre]]-[[compreensão]] [[originária]] (''diá-noia'') e pelo ''[[logos]]'', nas [[dimensões]] da ''aisthesis'' e da ''[[máthesis]]''. ''[[Krinein]]'' diz, portanto, um [[entre]]-[[compreender]], [[discernir]], [[dialogar]], na e pela [[escuta]] da [[linguagem]] da [[realidade]] em sua manifestação: o [[sentido]] e [[verdade]], em cada [[ser humano]] e seu experienciar-se no que [[é]]. Isso é a [[leitura]] [[crítica]] como [[leitura poética]]" (1).
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: Referência:
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: (1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. ''Leitura: questões''. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 132.

Edição atual tal como 22h27min de 2 de Novembro de 2020

1

Todos os sentidos de krínein surgem para se concentrarem no ato de-cisivo de julgar, pois este se torna o lugar do dis-cernimento. E todo julgamento, pressupõe-se, julga para indicar e adotar o certo, o verdadeiro, daí estar todo julgamento relacionado a uma lei, que é o lugar da determinação do certo, do verdadeiro.


- Manuel Antônio de Castro


2

"Não podemos julgar a verdade e não-verdade por um critério prévio de verdade, seja da ou dos paradigmas da representação racional. Se assim for, estaremos vigorando e agindo de acordo com fatos prévios e não estaremos deixando vigorar o agir, o agir-ser. Ele sempre se na dobra de não-verdade e verdade, e só no agir é que podemos distinguir e julgar (krínein, verbo grego, quer dizer criticar distinguindo, discernindo) o alcance da errância como verdade e não-verdade. Errância não é erro (este tem seu critério de julgamento numa representação)" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Liberdade, vontade e uso de drogas". In: ----. Arte: o humano e o destino. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2011, p. 276.

3

"Pensar não é raciocinar. Pensar é deixar-se tomar pela entre-compreensão originária (diá-noia) e pelo logos, nas dimensões da aisthesis e da máthesis. Krinein diz, portanto, um entre-compreender, discernir, dialogar, na e pela escuta da linguagem da realidade em sua manifestação: o sentido e verdade, em cada ser humano e seu experienciar-se no que é. Isso é a leitura crítica como leitura poética" (1).


Referência:
(1) CASTRO, Manuel Antônio de. "Leitura e Crítica". In: ---------. Leitura: questões. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2015, p. 132.
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